quarta-feira, 30 de abril de 2008

Caridade pós-moderna



Francisco, que era de Assis, foi um dos poucos seres humanos que em vez de cair na pobreza, a abraçou. Entrou nela, viveu com os indigentes do seu tempo, tentando fazer por eles aquilo que uma força superior o impeliu a fazer. A essa "força", uns hoje chamam isto, outros aquilo... uns fazem o que podem para a dignificar, outros arrastam o seu nome pela lama, estes últimos são os que normalmente mais batem no peito, tanto na religião como nas ideias políticas...
Adiante. Com toda a notoriedade que o levaria a "santo", Francisco de Assis fez a sua cidade famosa. A cidade atrai milhares de turistas que vão no rasto da santidade do tal Francisco dos mais pobres e do desprendimento material e (também por ser muito bonita) normalmente não os desilude.
Por estes dias a cidade de Assis foi notícia. O seu presidente de Câmara, o neofascista Claudio Ricci, eleito pela velha "Forza Italia" de Berlusconi, decidiu recorrer a câmaras de vídeo e verdadeiras milícias recrutadas entre militares na reserva para banir os pobres e mendigos do centro da cidade e das redondezas das igrejas (as tais do famoso Francisco dos pobres). E porquê? Evidentemente, porque incomodam e afastam... os turistas!
Lindo, não é?!
É uma das coisas "simples" que podem acontecer a um povo que mesmo como resultado de eleições, volta a colocar fascistas no poder, como está a acontecer na Itália. Trata-se de uma ideia simples mas nada original, já antes praticada largamente por Salazar e que agora, mesmo entre nós, vai ganhando novos e "inesperados" adeptos. Combater os pobres em vez da pobreza.
Os pobres e explorados sempre foram mais fáceis de abater do que os exploradores...
Este é apenas um pequeno item de uma extensa lista de coisas que realmente podem acontecer aos italianos, nos próximos tempos, lista essa que eu me vou dispensar de aqui especificar...
Quem passa por aqui e tem a paciência de me ler, possui em alguns casos a dura experiência e nos outros suficiente informação e "imaginação" para saber do que falo.
Ainda não "estamos aí"... mas vamos ficar bem atentos. Está bem?

Adenda: De notar que sobre este assunto, a Igreja local tem um discurso "gaguejante", para dizer o mínimo.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ó pra mim a esforçar-me!




Pronto! Finalmente, depois de anos a tomar balanço, a Dona Manuela avança para a disputa da liderança do PSD.
Longe de mim ousar sequer fazer qualquer piadola parva sobre o aspecto ou disposição de espírito da senhora. Quem tem a cara que eu tenho, não pode nunca "ir por aí"... mas que se vê que está danada, lá isso vê! 
Pois que o povo até já goza com o PSD... Que o partido perdeu toda a credibilidade...
Aí, vem ela e propõe-se remediar tudo isso.
Puxo pela cabeça para me lembrar dos tempos idos em que a senhora foi Secretária de Estado dos dinheiros, Ministra da Educação (yack!) e Ministra das Finanças (YACK!!!) e rais ma parta se a primeira coisa que me vem à cabeça é credibilidade, ou competência, ou sei lá...
Mas pronto... eu já sou uma pessoa idosa... Ela fez certamente alguma coisa boa e o que eu tenho de fazer para me lembrar... é talvez um maior esforço.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Virtua Idiots *



Lendo a entrevista dada ao Público pelo "propagandista" António Cunha Vaz, essa figurinha que até há pouco tempo "inventava" as mensagens do ex-futuro-novo PSD de Menezes, alguns dos candidatos a dirigentes desse mesmo partido, o prof. Marcelo, dirigentes do PS, membros do governo, etc, etc, verificamos que as ideias estão sistematicamente a ser banidas da maioria dos partidos do nosso panorama político. São despudoradamente substituidas por uma espécie de tacticismo absolutamente oportunista e mesquinho.
Dentro de algum tempo, as cadeiras de Ciência Política, serão dadas a partir de jogos de guerra e estratégia da Playstation...
Grandes líderes temos pela frente!

* Nome de jogo para Playstation inventado pela minha notória má-vontade, já que as diversas consolas disponíveis no mercado apenas nos propõem jogos altamente educativos, como toda a gente sabe.

Adenda: Diz o sr. Cunha Vaz, que só irá para a política se for para mandar. Pode ficar descansado. Se tal acontecer terei igualmente todo o gosto em o mandar... nessa altura direi para onde.

domingo, 27 de abril de 2008

Cinema de "reprise"




Eu sei que vou ter ocasião e vontade de comentar as várias candidaturas à liderança do PPD-PSD, tanto a "mais séria" como as outras, mas para já a minha atenção ficou apontada para essa grande figura, sinónimo de credibilidade e rigor que é Pedro Santana Lopes.
Talvez pelo cansaço das viagens, a única coisa que hoje me conseguirão arrancar como comentário ao regresso de Santana Lopes à liderança... é que o PPD-PSD me lembra aquele tipo tão estúpido, mas realmente tão estúpido... que sempre que via uma casca de banana no passeio, mesmo que fosse a cinco metros, dizia:
"Pronto! Lá vou eu caír outra vez!!!"

sábado, 26 de abril de 2008

Ainda as "Vozes de Abril"



Na noite de 24, cantei para velhos mineiros de S. Pedro da cova e seus descendentes. As marcas das velhas minas de carvão continuam visíveis na paisagem degradada, nas memórias e património de "arqueologia industrial" que agora se quer preservar, em muitos pulmões destruídos pela silicose, mas sobretudo nas histórias de vida e de lutas operárias que ainda fazem se S. Pedro da Cova uma freguesia de maioria CDU cravada no meio do "califado" de Valentim Loureiro.
No dia 25 segui para Lousada, uma terra que não falha uma comemoração do 25 de Abril, com ranchos populares e bandas, durante a tarde e um Auditório Municipal cheio de gente interessada e participante, na sessão da noite, em que (mais uma vez) cantei, muito bem "acompanhado" pela leitura de poesia feita pelo Fanha e o Zé Letria.
No meio disto tudo, sobram muitas horas de viagens, dois dias sem televisão, sem comemorações engravatadas e oficiais.
Os dois posts anteriores a este, no Cantigueiro, só foram publicados porque consegui "treinar" o computador para os fazer aparecer, apenas no dia e hora pretendida.
Fui entretanto muito visitado e comentado pela "família" habitual e alguns novos, que aproveito para cumprimentar. A todos agradeço as palavras simpáticas, sobretudo as que se referem ao espectáculo "Vozes de Abril".
Claro que não vi o espectáculo na televisão. Tenho prometida uma gravação em DVD, que espero ver um dia destes...
Entre a impressão que me ficou das horas passadas nos bastidores do Coliseu e os comentários que começo a ouvir de quem viu, o que me ocorre para já dizer, apanhando boleia de um texto do Vítor Dias e adaptando uma célebre frase do escritor Mark Twain (se não me engano), é que 
"As notícias sobre a morte da música de intervenção, foram bastante exageradas!"

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Viva o 25 de Abril!



O 25 de Abril, ao trazer para o nosso dia-a-dia todas as liberdades que caracterizam a democracia, abriu-nos as portas à livre criação artística, a novos hábitos de leitura e de consumo de produtos culturais de uma maneira geral, sem qualquer forma de censura. 
Se na sua maioria, os portugueses se limitam a lêr os pasquins "côr de rosa" e imprensa pseudo desportiva, se estamos de gatas perante as multinacionais do "show biz", se a música realmente popular e tradicional tem de lutar para não morrer de vez, se os que querem criar e viver da arte estão estrangulados pelo deus-mercado, se na sua maioria as programações das rádios e televisões parecem enormes lixeiras onde nascem aqui e ali algumas flores (como em todas as lixeiras), a culpa não é seguramente do 25 de Abril mas sim inteiramente "nossa".
Isto para não sair do meu ramo de actividade, pois se tomasse o caminho do panorama actual do mundo do trabalho, da qualidade de vida dos portugueses e da qualidade da própria democracia, o post teria uns metros, além de que entre os meus leitores há gente bem mais qualificada para fazer o retrato politico-social do país. 
Há muito a fazer! Tudo o que não estava na mão dos capitães...
Que a festa (tão necessária) sirva para reacender a paixão pela liberdade e reavivar chamas que em alguns casos só a muito custo de mantêm acesas.
Viva pois o 25 de Abril!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

As canções do 25 de Abril





Quando hoje, tantos anos passados, ouço algumas das cantigas que cantei (eu e os outros), sinto o quê? Que eram cantigas magníficas? –Algumas!... Que foi uma grande Revolução? -Teve os seus momentos!... Que os "cantautores" se mantiveram unidos para criar um verdadeiro movimento de canção de intervenção, de texto, ou como a quiserem chamar? -Nááá!!! Que a própria Revolução veio a criar condições de trabalho e dignidade para os que mais a “cantaram”, fossem cantores ou não? -Frio!...
Fica então a memória do calor das "convicções inabaláveis" e mais que tudo, a maravilha que era ter 20 anos!
Mas, pensando bem, no 25 de Abril de 74, por momentos, toda a gente parecia ter 20 anos, até os velhos dos bancos dos jardins de Lisboa!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Pá... queres gravar um disco?



Este amigo da fotografia é o José Niza (de há uns anos). Nasceu em Lisboa em 1938. Para saberem o que tem andado a fazer nestes setenta anos basta seguir este link.
Para além de ter sido o produtor artístico de vários dos discos do Zeca e do Adriano, de no caso do Adriano ser autor de várias das melhores canções do seu reportório, é autor de todas as músicas do disco "Fala do homem nascido", de 1973, integralmente feito sobre poesia de António Gedeão, em que tive o prazer de participar.
A minha relação com o José Niza vem de 1972, quando seguindo uma dica do tal de Zeca Afonso, foi ao antigo INEF para "ver um puto que vem aqui a casa e canta umas coisas com piada".
No fim dessa actuação, dirigiu-se a mim e com o ar suave com que diz tudo, perguntou-me "Pá... queres gravar um disco?" Como era produtor e responsável pelas gravações de "certa" música portuguesa na "Orfeu", a editora onde gravavam, entre outros, o Zeca e o Adriano, podia fazer o convite com aquele à-vontade. Menos de um mês depois, estava a gravar o meu primeiro disco, o "Cantigueiro".
Santarém, a "sua terra" de há bastantes anos para cá, decidiu e muito bem, aproveitar esta semana para em várias realizações e com o concurso de muitos amigos, homenagear este artista/autor, que para além de tudo o que já disse, foi quem escreveu a letra do "E depois do adeus", que juntamente com a "Grândola" serviu de senha aos militares do 25 de Abril.
Tive um grande gosto em ter estado no espectáculo de ontem, com o Manuel Freire, um grupo amador de fados de Coimbra e o Dr. Luis Góis, onde "cometi" 5 ou 6 cantigas, todas do homenageado e o abracei... por tudo.
Como bónus extra, o pessoal do blog "Anónimo do Séc.XXI" e do "Quartetodealexandria" apareceu todo em peso, o que foi muito bom!

(Bem... todo, não é totalmente verdade. O Mounty não quis aparecer.)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Energia verde? Não me parece...



Hoje é o Dia da Terra! Não, não é o dia de pensarmos em Vila-Nova de Folgazões, a nossa santa terrinha perdida lá bem no interior "desquecido e ostracizado". É mesmo o "Dia da Terra"!
Acho que é uma excelente ocasião para aqui desabafar sobre as comichões que me anda a provocar esta coisa dos "biocombustíveis".
Quando há um bom par de anos os brasileiros de saíram com aquela ideia maluca de andar com automóveis movidos a álcool produzido a partir da cana do açúcar, quase ninguém lhes ligou muito e se o fez, na maior parte dos casos foi para se rir. A promessa de futura indústria por pouco não faliu completamente, mas o nascimento do biocombustível, ou agrocombustível, aí estava.
Os cientistas foram insistindo na ideia e anos depois, quando o petróleo deixou de correr à farta e mesmo o que corre, vem de regiões mais explosivas que o próprio crude, com os preços a subir sem parar, países do tamanho de continentes a aumentar exponencialmente as suas necessidades de energia, somados ao "mau nome" que ainda tem por todo o lado a energia nuclear, a situação mudou radicalmente. Os cientistas que entretanto aperfeiçoaram muitíssimo as técnicas para conseguir o "combustível verde", já conseguem fazê-lo a partir da cana, do milho, trigo, arroz, etc, juram a pés juntos que este já é tão eficiente como a gasolina ou o gasóleo, muito menos poluente e (tchan tchan tchan tchan...) pode render muito dinheiro. 
Palavra mágica! A partir deste momento, muitos políticos atraídos pelo "verde" dos dólares (que verde é que pensavam ser?) começam a apoiar entusiasticamente a ideia, fazendo a felicidade dos especuladores e num primeiro tempo, de alguns ecologistas mais ingénuos.
Agora a realidade está aí para quem a quiser ver, embora os que já estão a fazer fortunas da noite para o dia, façam tudo para a desmentir.
Apesar de ainda não se ter começado a produzir agrocombustível em grandes quantidades, o "trabalho" dos especuladores já começou, os preços dos cereais dispararam e milhões de pobres já estão a deixar de ter acesso aos seus alimentos tradicionais, em muitos casos, os únicos possíveis...
Populações inteiras começam a ser empurradas para fora das suas terras que serão ocupadas por grandes empresas cerealiferas multinacionais.
A opção por monoculturas intensivas em solos onde existia biodiversidade, vai fatalmente levar à destruição desses solos.
Os "génios" esqueceram-se de que os simpáticos números da baixa poluição provocada por estes novos combustíveis seriam completamente arrasados pela realidade da procura cega de cada vez mais solos agrícolas, o que levará à destruição de milhões de hectares de florestas, os tão falados (e mal tratados) "pulmões da Terra".
Podia continuar a aborrecer-vos com as minhas queixas, neste texto longo e sem links interessantes. A verdade é que não os procurei. Escrevi assim, de cabeça, como falaria com os amigos no café.
Uma última referência a um alto funcionário das Nações Unidas, ligado aos problemas da energia, que recentemente classificou o biofuel como "crime contra a Humanidade". Isto mostra que entre as entidades oficiais já há quem comece a detectar o mau cheiro que exala toda esta estória. Nós por cá, ainda temos uma Comissão Europeia muito feliz com o imenso verde dos agrocombustíveis.
E agora deixo-me de "ecologices" senão o Cantigueiro ainda vai parar à lista das "organizações terroristas", por obra e graça do mesmo imbecil que lá colocou os miúdos que andaram aos pontapés a uns pés de milho no Algarve (embora não devessem tê-lo feito).

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Crónica




Não. Não fiquei subitamente com a ilusão de que sou escritor e cronista. Crónica é esta mania (de que eu devia tratar-me) que me leva vezes demais a ir ler as tolices que debita o grande professor Vital.
Desta vez deu para estar preocupado com a "fraqueza" do PSD, pois assim o PS amolece e toda a gente fica a saber antes do tempo que Sócrates vai ganhar as eleições com nova maioria absoluta, o que é muito perigoso. E o que é que é perigoso?
Ficamos portanto a saber que os milhares de pessoas que crescentemente têm vindo a reafirmar e intensificar a sua militância no PCP, acompanhados por tantas e tantos que sem serem militantes, se revêem nas posições e nas lutas dos comunistas, em enormes manifestações de rua, em lutas sindicais, em conversas com amigos, na cultura, ou até nos blogues, fazem-no porque se sentem "desobrigados de contribuir para a derrota da direita"!
Ó doutor Vital! Eu sei que sofro desta fixação por algumas das suas pérolas de pensamento... mas então e o senhor? Vamos comparar "distúrbios mentais"?

Sem espinha(s)!!!



António Barreto, tão estudioso, tão fazedor de obras de investigação, vá-se lá saber porquê, decidiu "acreditar" numa fabulástica carta em que o Almirante Rosa Coutinho, industriado em "conversas secretas com os camaradas do PCP", aconselhava os dirigentes angolanos do MPLA a "se aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos". Assim, sem mais nem menos e em papel timbrado...
Não só acreditou como a usou para ganhar mais uns tostões com a sua crónica no Público de domingo 13. 
O Vítor Dias desafiou o estudioso cronista a ter a coluna vertebral suficiente para se explicar, na crónica seguinte.
Oito dias depois lá teve o Vítor que fazer outro texto, constatando o facto de António Barreto não ter explicado nada, nem lhe ter "nascido" subitamente qualquer coluna vertebral, nem asas, nem nenhuma dessas coisas de ficção...

Vais desculpar-me, amigo Vítor Dias!... Já que tinhas oito dias para "perder", não teria sido mais produtivo sentares-te numa cadeira confortável, à frente de uma galinha, esperando que lhe crescessem dentes?
 
Adenda 1:
O aspecto cobarde desta estória, no geral, é que praticamente não há reacções fora dos blogues.
O aspecto cobarde desta estória, em particular, é António Barreto saber que o estado de saúde de Rosa Coutinho não lhe permite responder a esta canalhice
Adenda 2:
O Vítor Dias é suficientemente inteligente e experiente para não perder oito minutos, quanto mais oito dias, esperando seja o que for de António Barreto, muito menos o que lhe exigiu. Mas fez bem em exigir, mesmo sabendo que dali não viria nada...  há sempre alguém que ainda não conhece os bois pelos seus nomes.

As memórias do galo sem cabeça



Na minha infanto-juventude, passava todo o tempo que podia em casa de familiares na zona de Aveiro. Uma aldeia agradável, gente boa e simpática, vindimas, pisar das uvas no lagar, matança de porco, desfolhadas, a "exibição gratuita" da minha habilidade com o mangual, etc, etc... mais o vizinho do outro lado da estrada que era ferreiro, era ferrador e que acima de tudo, me deixava "ajudar" na forja... mas isso é outra história. Várias eram as casas nessa rua, que eu umas mais outras menos, frequentava. Numa dessas assisti um dia a uma cena que durante muito tempo me assombrou os sonhos. Numa matança de um galo, um golpe mais entusiasta da nervosa senhora que não gostava por aí além da tarefa, e deu-se a coisa. A cabeça do galo separou-se do pescoço, a senhora com o susto largou o galo, que desatou a correr sem cabeça, de um lado para o outro, sem destino e emitindo uns sons sem nexo, tudo com bastante sangue à mistura. Juro que não é uma coisa bonita de se ver!
Durante anos e anos fui esquecendo a cena e nunca vi nada que se lhe assemelhasse ou que a fizesse lembrar. Até agora.
O PSD fez-me o "favor" de me recordar o sacana do galo sem cabeça. Não lhe fico nada grato!
 

domingo, 20 de abril de 2008

No seu lugar





Morreu o famoso "Cónego" Melo! Tinha 80 anos. Por mim, podia ter vivido outros tantos, mas não deixa de ser desconcertante que um tal canalha chegue a esta idade, quando tanta gente boa morre no melhor da sua juventude.
Se o inferno e o diabo existem, este deve estar deliciado, ouvindo os pormenores mais "sumarentos" das histórias dos atentados bombistas, incêndios de sedes do PCP e, quem sabe, do assassinato do padre Max e da jovem que o acompanhava...
Grande festança deve haver no reino das trevas. 
Aqui na terra não há festa. Apenas, nojo!
(Nojo no sentido de asco! Obrigado, Zambujal!)

sábado, 19 de abril de 2008

É o que fazem as pressas!...



Numa entrada-por-saída num café para beber o dito, pousei a correr os olhos num jornal já amarrotadote, que me informava do anúncio oficial da ampliação da "Estação do Oriente", que irá ser feita pelo arquitecto Calatrava, o autor da versão inicial da coisa. Parece que foi cerimónia séria, com José Sócrates e tudo
Fiquei ainda a saber que vou ser "convidado" a participar na despesa da ampliação, que será para lá de (ainda mais!?) 80 milhões de euros.
Vim para casa algo apreensivo. O suficiente para me pôr a pesquisar na "net" pormenores sobre o plano. 
Assim, o projecto tem de ser entregue a Calatrava, por se tratar de uma obra assinada, que só ele pode alterar. De acordo! As obras de ampliação destinam-se a adaptar a estação para acolher a "alta velocidade", vulgo TGV, e aumentar o conforto dos passageiros. Novamente de acordo (tirando o TGV)!
Fiquei muito mais descansado. Confesso que estava preocupado, não pela minhoquice do dinheiro, que eu sou um mãos-largas, mas durante umas horas pensei que "aquilo" ia ser ampliado para as pessoas poderem usufruir de ainda mais sol, mais vento e mais chuva na cara!
É o que fazem as pressas!...


Para quem não faz ideia do que é um TGV, aqui fica a fotografia.

Têm orelhas, mas não têm ouvidos...



Seria avisado por parte do governo, considerar-se devidamente avisado com este aviso geral, feito no Porto e em Lisboa.
Passadas todas estas horas, pode ver-se pelo viso dos visados, que visam outros horizontes onde "tudo está bem e no bom caminho".
Estamos já avezados...
Também, convenhamos... como pode o governo tomar conhecimento de um "Aviso Geral" que praticamente "não aconteceu", pelo menos a julgar pela comunicação social? O Diário de Notícias é uma das excepções, mas mesmo esse só arranjou um lugar para a notícia na secção da... Bolsa (!?), como bem reparou o Vítor Dias no "O tempo das cerejas".
Felizmente ainda só temos quase 8 por cento de desempregados e milhares e milhares de trabalhadores precários e ordenados miseráveis. Quando atingirmos pelo menos o dobro destes valores, talvez os jornais e as televisões comecem a pensar seriamente em criar secções dedicadas aos problemas laborais e criação de emprego, mesmo que se vejam obrigados ao supremo sacrifício de encolher uns centímetros os hectares de notícias sobre futebol, desastres de viação, pais biológicos e estudantes malcriadas com fixação por telemóveis.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Uma vaga de fundo, já!



Ora esta!... Então não querem lá ver que me arrisco a ficar sem o Dr. Luis Filipe Menezes?!
Tenham dó. Eu sou um escriba amador que luta arduamente pelo post de cada dia e toda a gente já reparou que embora goste aqui e ali de falar de coisas sérias, os dias têm de ser amenizados com uns interlúdios cómicos. Ó doutor. Logo agora que estava a ir tão bem, vai-se embora?
Espero bem que à semelhança do que se passa em qualquer colectividade de sueca ou clube de futebol das distritais, os sócios façam a "ola", que nestes casos se chama "vaga de fundo" e me ponham lá o homem mais uns tempos.
Ele haver alternativas, parece que já há. Confesso que achava graça à possibilidade de o Passos Coelho fazer da Fá (Fátima Padinha) das "Doce" a primeira dama do PSD (se ainda estiverem casados), apenas porque do pouco que fiquei a conhecer dela nas cantigas, parece-me uma pessoa divertida. Já o "santarrão" lá do Porto, aquele que é imenso dos "movimentos pró vida", o tal Aguiar Branco, não sei nada. Pessoalmente já andei a guiar branco, mas foi só durante umas centenas de metros de auto-estrada "derivado" a um carro que ia à frente e desatou aos peões por causa do aquaplaning, que é uma coisa que eu até aí pensava só haver no estrangeiro e detestei.
Resumindo, não me tirem o Dr. Menezes!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Brigitte Bardot



Particularidades desta sequência de fotografias de Brigitte Bardot:
1. Da esquerda para a direita, vai ficando mais vestida.
2. Da esquerda para a direita, vai ficando mais velha.
3. Da esquerda para a direita, vai ficando mais fascista.


Brigitte Bardot nunca foi uma grande actriz. Tal como outras mulheres e homens muito “vistosos”, conseguiu durante alguns anos compensar a falta de talento com a excelente “preparação física” e a presença constante nas páginas da imprensa e nas televisões, à custa de histórias que hoje são banais, mas na época eram tidas como grandes escândalos.
No princípio da década de 70 abandonou o cinema e foi finalmente assaltada por uma ideia, proteger os animais.
Dado o imenso espaço vazio que encontrou, esta ideia tornou-se avassaladora e ocupou-a a tempo inteiro. Foi assim que uma ideia cheia de possibilidades de ser interessante, rapidamente se transformou numa coisa paranóica, obsessiva, roçando não poucas vezes o ridículo, ocupando totalmente a vida desta mulher (infeliz) que ao que se sabe, nunca cuidou do próprio filho.
Como se não bastasse, há uns anos foi atacada por outra “ideia”, só que desta vez o contágio foi por via sexual. Um dos seus últimos casos amorosos era um destacado militante da “Frente Nacional”, partido da extrema direita francesa. Descobriu desde então os seus novos grandes “inimigos”, a saber, os muçulmanos, os mendigos (“essa gente que profana as nossas igrejas para tranformá-las em chiqueiros”), os desempregados “profissionais”, os professores que não fazem a barba e vão para a escola de jeans e como não podia deixar de ser… a esquerda.
Defende ardentemente apenas uma coisa para além dos animais: A pena de morte.
Já só admira um homem: Jean-Marie Le Pen, o neo-fascista, neo-nazi e velho canalha, dirigente histórico da tal “Frente Nacional”.

Moral da estória: Muitas vezes seria muito “melhor” não saber nada sobre a vida-real dos mitos! 

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Faça a fineza de esticar a perna, minha senhora!



Não duvido que a ter conseguido dar alguma atenção aos noticiários e jornais de hoje, não me faltariam motivos para me desentender com alguma das nossas figuras tristes, perdão, públicas.
Assim, aproveito esta pausa de calmaria para colaborar um bocadinho com o Dr. Francisco George, dedicado director da DGS (rais parta esta sigla!), que tão diligentemente trata de nos defender a saúde, mesmo que não queiramos. 
Especialista em estragar medidas que em parte podem até ser acertadas (lei anti-tabaco, piercings, etc) com a forma paranóica e obcecada como as explica e sobretudo, aplica, não faltará muito, isto se Sócrates continuar a pensar que o higieno-fascismo dá votos, para começar também a dicriminar os gordos, os carecas, os que comem carne ou doces e por aí fora. 
Sem esperar pela altura em que este "espírito saudável" de discriminação acabe (como quase sempre) por chegar a essa coisa tão misteriosa quanto "perigosa" que são os pensamentos, aos negros, que nessa altura passam a ser pretos e aos judeus, que nessa altura passam a ser mortos, deixo-lhe aqui uma sugestão para fiscalização nas praias marítimas e fluviais, da superfície de pele que as nossas e nossos incautos  banhistas exibem ao sol e aos olhares pecaminosos de quem passa. Mata dois coelhos... e tal... a frase do costume. A nossa saúde epidérmica exultará e o Clero ficará em êxtase.
Atenção! Quando abrir concurso para os novos "Fiscais Medidores", faça-o num local com bons acessos, já que as filas vão ser enormes.
Não é preciso agradecer. Ora essa!... Qualquer coisa que necessite...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Cada época tem o Aníbal que pode!...



Este Aníbal, fazia-se acompanhar nas suas "campanhas" por majestosos elefantes.



Talvez um sinal dos tempos, este outro Aníbal, na sua curta estada na Madeira faz-se acompanhar por Alberto João Jardim.

Dá de facto um novo e profundo sentido à expressão popular "Andar de cavalo para burro!"

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Grande Prémio...





O nosso amigo Vítor Dias deixou-se levar pelo "entusiasmo", comentando a sério um dos últimos posts do já habitual Vital Moreira, pensando certamente que aquele texto publicado pelo grande professor, comentando com um insulto nojento aos professores o primeiro possível "entendimento" entre os sindicatos e a ministra da educação, fruto da luta (justa) dos professores, era um post também a sério...
Enganou-se desta vez o Vítor Dias. O texto do grande professor é apenas o "trabalho" com que ele concorre ao "Grande Prémio do Comentário Malcriado Mais Curto da Semana" a que, por coincidência, também concorri. 
Para que os meus queridos leitores e leitoras possam dar uma opinião sobre os nossos trabalhos a concurso, aqui ficam os dois.

Texto de Vital Moreira
"Forçada" a fazer um acordo, Maria de Lurdes Rodrigues conseguiu salvar o essencial, ou seja, o sistema de avaliação de desempenho dos professores. Alguns adiamentos e um novo escalão remuneratório foram a moeda de troca com os sindicatos. O dinheiro sempre ajuda!

E o meu
Vital Moreira, meu pequeno lambe-botas!!!

Espero ganhar. O meu é muito menos malcriado, mas bem mais compacto.

domingo, 13 de abril de 2008

Memórias



Tal como milhares de portugueses e turistas estrangeiros, tenho de Peniche uma imagem agradável, de encontros com amigos, da beleza do mar... essa imagem ainda ontem foi bem reforçada num almoço de aniversário, amizade e celebração da liberdade.
Devo estas memórias a um punhado de seres humanos extraordinários que, ao contrário de mim e dos tais turistas, têm de Peniche memórias arrepiantes.
A minha vantagem, como a desses (muitos) amigos, é sabermos isso!

(Gravura de Dias Coelho, publicada à época no "Avante")

sábado, 12 de abril de 2008

Lei da rolha




Hoje podia ficar aqui na grande galhofa com as minhas amigas e amigos, gozando com o “difícil” imposto sobre o óleo das batatas fritas ou o choque de titãs de José Sócrates e Santana Lopes no debate quinzenal… mas tenho consciência de que a crueldade para com os animais é uma coisa muito feia. Assim, mudemos de assunto.

O ministro da Defesa, Severiano Teixeira, dando razão ao ditado popular que na sua versão açoriana diz que “Tolo calado passa por discreto”, imaginou uma maneira de sair do quase anonimato em que vive. Não foi de modas. Atirou-se ao velho RDM, o calhamaço que trata da disciplina militar e a coberto do conceito manhoso de “dever de lealdade” decide proibir os militares, mesmo os que estão fora do serviço activo e os reformados, de falar sobre seja o que fôr, exceptuando talvez o ponto-cruz e a cultura de bonsais.
Fez mal! Primeiro porque estava muito bem, calado. Segundo, porque a ideia é uma merda (perdoem-me o francês). Terceiro, porque já lhe caíu tudo em cima e muito bem. Quarto, porque (parece que) é inconstitucional. Quinto, porque é hilariante pensar que uma figurinha como Severiano, proíba um ex-Presidente da República, no caso, Ramalho Eanes, de falar. E vai por aí fora…
Como bem lembrou o General Loureiro dos Santos, a possibilidade de os “velhos” militares falarem livremente sobre a realidade politico-militar, mesmo em países com princípios e hábitos militaristas bem mais arreigados que nós, é usada como “válvula de escape” para as tensões que momentâneamente possam existir nas forças armadas e que desta forma “descomprometida” ganham voz para poderem chegar ao conhecimento da sociedade e que a não ser assim, poderiam causar situações de pressão indesejáveis. Foi o caso recente, nos EUA, em que Generais envolvidos na Guerra no Iraque, passaram à reserva, quase exclusivamente para os militares poderem ter um meio de abertamente dizerem o que pensam da Guerra e de criticarem a maneira como está a ser conduzida pelo governo de Bush. Claro que nada disto lembraria ao estratega Severiano Teixeira!...
Ou então, foi apenas curiosidade do ministro em saber se o conceito de liberdade de expressão ainda habitava no seio dos nossos militares, nomeadamente entre os Capitães de Abril. Se era esse o caso, esta resposta de Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, deve ter sido “um descanso”.

Por estas e outras é que o meu abraço a Vasco Lorenço, na noite de 4 de Abril, no Coliseu, foi bem apertado!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Mudar de vida



A dias de testemunhar contra Avelino Ferreira Torres, José Faria, que ao que se diz, já tentou o suicídio e está sem dinheiro... foi até ao Brasil
Segundo parece, isto começa a ser um padrão de "comportamento" de algumas pessoas que se envolvem nos julgamentos de Ferreira Torres. Desaparecem por uns tempos e depois dos julgamentos reaparecem bronzeados. Ele, calmamente, conforme a disposição do momento, vai rindo alarvemente, ou dando pontapés no mobiliário circundante.
Numa altura em que todo o sistema de justiça em Portugal grita por soluções inteligentes, sensatas e dignas, o Procurador Geral, que vai descobrindo e tomando consciência dos problemas do país à medida em que vão saindo os filmes no "Youtube" ou as grandes parangonas nos jornais, propõe como solução que "o governo deve agir para impedir a saída de procuradores do Ministério Público para a magistratura judicial". Como? Amarra-os às secretárias (os que têm secretárias) e dá-lhes uns açoites? 
É impressão minha ou este Dr. Pinto Monteiro não é lá muito...  mas isto é já uma "liga" em que eu não tenho pernas nem arte para jogar!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Assim, também eu!...



Já vi que (felizmente) não fui o único a ter reparado.
Armando Vara, como podemos ler aqui, "não se arrepende de ter apoiado Fátima Felgueiras", ou ainda aqui, "deposita total confiança...", ou ainda no mesmo jornal, "é normal haver contas paralelas para as campanhas(!)".
Assim, também eu!... Se me tivesse saído sem mais nem menos o "jackpot" que saíu ao Dr. Armando Vara, eu não estaria limitado a uns míseros cafezitos, teria dinheiro mais que suficiente para comprar umas drogas bem mais divertidas e fortes, entrar sei lá, em "ecstazy" e assim ser capaz de ter a desinibição suficiente para dizer em público coisas como estas assim, digamos... giras...
Mas pensando bem... eu gosto mesmo é de café!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Vezes quatro?! Milagre!!! (digo eu...)



A notícia esclarece ainda que ficou provado que Isaltino “não teve” durante esse período, pelo menos que declarasse, quaisquer outras fontes de rendimento…
Confesso que com aquela bem mais antiga estória da multiplicação dos pães e dos peixes, já tinha tido grandes problemas, vá lá… dificuldades… pronto, não percebi patavina. Agora com esta da multiplicação do dinheiro do bem disposto presidente de Oeiras, fico completamente “à nora”!
Não há por aí uma alma caridosa que me dê uma luz de como é que isto se faz? É que vinha tão a calhar!...
Ah… mas tem de ser de uma forma honesta! Primeiro, porque sim, depois porque eu não fiz este blog para insultar os amigos e passar-lhes atestados de trafulhas!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Doença aguda





Claro que a senhora ministra deve ter dito isto tudo muito baixinho como é seu timbre, mas não é isso que me intriga...
Quando e a que horas serão atendidos os casos de doença grave?
E os casos raros daqueles que como eu sofram de alguma doença esdrúxula podem considerar-se "desenganados dos médicos"?
Pelo tom deste post pode parecer que sou eu quem está a brincar com o SNS (ou com a gramática)... mas olhem que não!...
Quando é que todas estas interrogações, exclamações e reticências terão um ponto final?

A "obra"



Por uma vez estou de acordo com essa cinzenta e pelo menos para mim, algo repelente figura de Jardim Gonçalves, criador e quase coveiro do BCP.
Não duvido. Uma enorme parte dos esgares de escândalo e de virgens ofendidas no meio do bordel que fizeram muitos dos "colegas" banqueiros e comentadores da praça, foram um puro exercício de cinismo e sim, de aproveitamento político. 
De qualquer modo, muito mais eficazes foram o próprio Jardim Gonçalves, o seu delfim Paulo Teixeira Pinto e outros gestores do banco, que "aproveitaram" efectivamente da boa fé dos depositantes, da falta de informação de alguns accionistas e do "fechar de olhos", para lhe chamar o mínimo, das entidades que os deviam fiscalizar, Banco de Portugal, CMVM, etc, e assim conseguiram à custa de muito negócio nebuloso e abertas falcatruas, acumular em pouco tempo fortunas absolutamente obscenas. Nem o facto de caír em desgraça, no caso de Paulo Teixeira Pinto, o impediu de receber 10 milhões de "indemnização" e uma pensão vitalícia de luxo.
Ao pé disto, qualquer aproveitamento político é uma brincadeira.
Fica a certeza, para quem ainda duvidasse, de que o homem não tem a mínima noção do que é ter vergonha.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Assédio *





Segundo li no "ACERCAdaNET" e confirmei no "THE TIMES", os trutas do dinheiro que dão pelo nome de Art Council, na Grã Bretanha, decidiram passar a exigir uma declaração onde constem as orientações sexuais de todos os elementos, ou pelo menos os principais, dos grupos artísticos que se candidatem a receber apoio financeiro do Estado. Leram bem! As orientações sexuais!
As pessoas podem declarar-se gays, lésbicas, heterosexuais e "desconhecido"(???).
Esta aparente idiotice não será uma ideia dos inefáveis Lords e de alguns Deputados de Sua Magestade que no fundo o que querem é renovar os seus caderninhos de contactos para "ocasiões especiais" e para todos os tipos de apetites?
Por cá, há muito que no espectáculo, na política e um pouco por todo o lado, há quem seja especialista em subir na vida "na horizontal" e muita encenação de casting de teenagers de ambos os sexosonde o talento ou os conhecimentos e competência são os últimos dos requesitos pretendidos pelos futuros patrões.
Se esta moda parva dos britânicos pega por cá, vai ser uma confusão de papéis para cá e para lá... um aborrecimento.
Além disso, parece-me um "belo passo em frente", rumo ao fascismo, o que estraga completamente a duvidosa piada que este post pudesse ter tido até aqui...

Assédio: Assunto muitíssimo sério abordado brilhantemente no filme da imagem, "North Country" que valeu a Charlize Theron a nomeação para Óscar para a melhor actriz principal.

domingo, 6 de abril de 2008

E que tal abrir os olhos?





No meio da ressaca em que passei parte do Sábado em resultado da deliciosa noitada musical e de memórias que passámos no Coliseu de Sexta para Sábado, pousaram-se-me os olhos, que embora a necessitar de assistência ainda "acham" umas coisas aqui e ali, numa notícia que nos fala de uma iniciativa do Hospital do Barreiro.
Confrontado com uma lista de espera que se mostrava renitente (como sempre) em diminuir, com cerca de 600 doentes esperando por uma cirurgia aos olhos e com a "dificuldade" revelada pelos 7 médicos especialistas da casa em ultrapassar as cerca de 50 cirurgias num ano cada um, o hospital decidiu contratar um especialista espanhol que veio com a sua pequena equipa, alguns aparelhos que não temos cá e em 6 dias levou a cabo 234 cirurgias. Acresce ainda que os custos destas cirurgias é menor do que os custos "normais" do nosso sistema.
Como já tinha acontecido com a ida a Cuba de doentes da zona de Vila Real de Santo António, para serem operados com sucesso por equipas de cirurgiões do "terceiro mundo", segundo a simpática classificação do seu "colega" português e Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, figurinha algo pedestre e irrelevante, ao contrário do outro Pedro Nunes que tivemos e que era uma figura de dimensão mundial, o que fazem, a "Ordem" e alguma classe médica portuguesa? Felicitam a Câmara Municipal de VRSA ou o Hospital do Barreiro? Ficam corados de vergonha? Reagem, tentando melhorar os métodos de trabalho? Não!
Ficam indignados!!!
Também eu... só que por outros motivos. Aliás, nem sei que diga sobre o assunto, já que me parece que uma notícia destas se comenta a si própria.

sábado, 5 de abril de 2008

Vozes de Abril


(Maria Helena Vieira da Silva - 1908-1992)

Agora que já me consigo mexer um bocadinho melhor, depois da maratona de ontem no Coliseu onde entrei às duas da tarde e de onde saí às quatro da madrugada (isto não se faz a pessoas idosas como eu...), sempre vos digo que foi uma noite muito, muito especial. Espero que a gravação que a RTP1 vai emitir no próximo dia 25 de Abril faça justiça ao que ali se passou.
Como podem perceber pela "extensão" do espectáculo, esteve lá um mundo de gente a participar.
Praticamente tudo correu muito bem e o que não correu, foi apenas por questões técnicas, rapidamente solucionadas.
A orquestra residente (e vozes do coro) foi de uma resistência notável, dirigida pelo Carlos Alberto Moniz, que diga-se, fez um excelente trabalho.
Quem "faltou" ao serão e nem estava no programa, foi por razões pessoais perfeitamente legítimas, ou de trabalho. Os que "faltaram" estando anunciados, nomeadamente Manuel Alegre e Raul Solnado, foram impedidos estar connosco pelos corações que já lidam mal com aquele tipo de comoção.
De qualquer modo, todos os ausentes foram lembrados, ou em gravações de vídeo projectadas para a sala, ou cantados por alguns dos presentes.
Aqui, fica bem uma palavra para o grande trabalho de pesquisa que deu origem ao guião do espectáculo, principalmente da responsabilidade do José Jorge Letria e do próprio Júlio Isidro.
A cantiga do "Grupo Outubro" cantada pela Maria do Amparo e a filha, Lúcia Moniz, além de ser uma ternura, foi no mínimo a prova de que ainda é possível e necessário fazer pontes, mas as que verdadeiramente interessam, pontes entre gerações, entre o passado e o futuro.
Quanto à minha participação, só posso dizer que gostei muito de fazer o que fiz! Agora de como o fiz... não sei, não vi, praticamente "não estava lá". Estive durante quatro minutos e meio a "bater" umas cervejas e dar dois dedos de conversa com um amigo "grande" e bom, um tal de Adriano Correia de Oliveira, uma voz de Abril.

Nota: Quando abracei Vasco Lourenço e Otelo, comprometi-me a participar na festa dos 50 anos da Associação 25 de Abril. Até lá!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Hoje é mais pontes!







Todas estas pontes ficariam muito bem a ligar Chelas e o Barreiro. Umas porque sim, outras pelo design, outras pela cor, outras pelos arranjos paisagísticos dos terrenos circundantes, e tal...
Reconheço que terá que ser um pouco mais comprida e resistente, mas isso agora não interessa nada e acho muito bem que a bendita ponte se construa. 
O que me faz escrever sobre a nova travessia do tejo é o enigmático comentário que José Sócrates produziu sobre a dita. E tal... é bom para a economia da região, para servir o novo aeroporto e zás! o enigma, "uma boa notícia para todos os portugueses e para a melhoria da sua qualidade de vida"
Das duas uma. Ou todos os portugueses vêm viver para Lisboa e Barreiro, Alcochete e etc, ou então o senhor Primeiro Ministro estava na galhofa com o pessoal de Trás-os-Montes ou da Serra Algarvia, que estão numa algazarra até esta hora a tentar saber uns pelos outros, o que raio é que vai mudar na sua "qualidade de vida" com uma nova ponte sobre o Tejo.
Mas pronto... desta vez deve ter sido apenas o entusiasmo e a adrenalina da "obra".

quinta-feira, 3 de abril de 2008

E depois lá terá o seu lugarzinho, Sr. Ministro!...





E vai mais um!


Embora cheio de excelentes ideias de adjectivos óptimos para classificar esta coisa já recorrente e cansativa, confesso que começam a faltar-me palavras suficientemente "decentes" para veicular essas ideias sem ofender os meus leitores, pessoas de "sensibilidade apurada" e muito acima destas nojeiras.
Mas ainda há paciência para isto?!