sábado, 12 de abril de 2008

Lei da rolha




Hoje podia ficar aqui na grande galhofa com as minhas amigas e amigos, gozando com o “difícil” imposto sobre o óleo das batatas fritas ou o choque de titãs de José Sócrates e Santana Lopes no debate quinzenal… mas tenho consciência de que a crueldade para com os animais é uma coisa muito feia. Assim, mudemos de assunto.

O ministro da Defesa, Severiano Teixeira, dando razão ao ditado popular que na sua versão açoriana diz que “Tolo calado passa por discreto”, imaginou uma maneira de sair do quase anonimato em que vive. Não foi de modas. Atirou-se ao velho RDM, o calhamaço que trata da disciplina militar e a coberto do conceito manhoso de “dever de lealdade” decide proibir os militares, mesmo os que estão fora do serviço activo e os reformados, de falar sobre seja o que fôr, exceptuando talvez o ponto-cruz e a cultura de bonsais.
Fez mal! Primeiro porque estava muito bem, calado. Segundo, porque a ideia é uma merda (perdoem-me o francês). Terceiro, porque já lhe caíu tudo em cima e muito bem. Quarto, porque (parece que) é inconstitucional. Quinto, porque é hilariante pensar que uma figurinha como Severiano, proíba um ex-Presidente da República, no caso, Ramalho Eanes, de falar. E vai por aí fora…
Como bem lembrou o General Loureiro dos Santos, a possibilidade de os “velhos” militares falarem livremente sobre a realidade politico-militar, mesmo em países com princípios e hábitos militaristas bem mais arreigados que nós, é usada como “válvula de escape” para as tensões que momentâneamente possam existir nas forças armadas e que desta forma “descomprometida” ganham voz para poderem chegar ao conhecimento da sociedade e que a não ser assim, poderiam causar situações de pressão indesejáveis. Foi o caso recente, nos EUA, em que Generais envolvidos na Guerra no Iraque, passaram à reserva, quase exclusivamente para os militares poderem ter um meio de abertamente dizerem o que pensam da Guerra e de criticarem a maneira como está a ser conduzida pelo governo de Bush. Claro que nada disto lembraria ao estratega Severiano Teixeira!...
Ou então, foi apenas curiosidade do ministro em saber se o conceito de liberdade de expressão ainda habitava no seio dos nossos militares, nomeadamente entre os Capitães de Abril. Se era esse o caso, esta resposta de Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, deve ter sido “um descanso”.

Por estas e outras é que o meu abraço a Vasco Lorenço, na noite de 4 de Abril, no Coliseu, foi bem apertado!

9 comentários:

São disse...

OH, Samuel, você pregou-me um susto de morte!!

É que se essa ideia peregrina de Severiano Teixeira se concretiza, eu estou em muito maus lençóis!!

Ainda vou ter que responder em Tribunal Militar?!

Abreijos ( a partilhar com a vovó Maria).

Susete Evaristo disse...

Eu sei que não tem nada a ver com o assunto acima mas uma amiga deixou um recado(que abaixo transcrevo) no meu blogue que não posso deixar de dar.
Mais subscrevo.
Abreijos.

Xica
Da outra vez queria ter sugerido uma coisa ao Samuel, mas tive vergonha, hoje vou mesmo fazer e ainda por cima utilizando a barraquinha da Susete.
Como na provincia por um ou outro motivo acabamos por não ter acesso a espectáculos como o que recentemente se realizou no Coliseu, porque não propõe ele ao J.R, a realização de um espectáculo tipo aquele, a realizar em Serpa por esta altura, Abril, Maio. Nós da previncia, como dizem os xiques, tamém samos filhos do outro! Será que somos mesmo? Bom aqui fica a sugestão, e se fizerem, tameim q´é ir, com lugar de 1ª fila.

11 de Abril de 2008 23:19

amigona avó e a neta princesa disse...

E eu também te dou um abraço pelas coisas que tu me obrigas a pensar!!! Beijocas e bom fim-de-semana...

Abreijos...

Ferroadas disse...

Este que foi "metido" naquela "guerra" (digo ministro das tropas) sem saber ou quase, andava caladinho (ele lá sabe porquê) ia de quando em vez em visitas de "trabalho" (o cheiro a suor do tipo é horrível)ver os militares lá pelas Bósnias e afins, enfim, era mais um em quem o Sócrates confiava, desta vez borrou a pintura ao tentar "calar" as tropas, qual general de 20 estrelas.

Realmente ser "chefe" desta cambada de inúteis dá mais dores de cabeça que ser 1º ministro.

Bom fim semana

Abraço

Pata Negra disse...

Ainda vamos ver militares reformados serem tranferidos dos lares de idosos e das camas dos hospitais para os pres�dios militares!
O verdadeiro militar deve obedecer e estar calado at� depois de morto!
Enfim, est�o a aparecer tiques perigosos!
Um abra�o seguido de (in)contin�ncia

Anónimo disse...

Pois, o problema são os "tiques perigosos". Para além do ridículo que já nos habituámos a ver em gente com responsabilidades mas poucos (ou maus) princípios, ridículo que o pequenote repetiu, o que aqui está é mais uma manifestação do governo socretino em tudo querer controlar. Bem gostariam estes tipos de ir mais longe, nalguns aspectos - e digo isto num dia em que pude recordar o quão longe o fascismo foi.

Anónimo disse...

Não fui claro no comentário anterior, porque não concluí o seguinte: "Bem gostariam estes tipos de ir mais longe, nalguns aspectos, que os fascistas".

Anónimo disse...

Não foi este Severiano que perdeu as estrias da espingarda no meio da parada quando andou na tropa?!... pelo menos "constat".

Anónimo disse...

Apenas porque amo a minha Terra, pedi a reintegração no Exército Português, por carta registada com aviso de recepção, só que o aviso chegou às minhas mãos e o Ministro Severiano Teixeira, diz que não recebeu a carta; por querer a minha Terra de volta, escrevi aos cinco elementos:
AOS  ELEMENTOS
ó fogo que tudo queimas
e à comida dás o gosto
porque é que tu teimas
a queimar meu desgosto!
-
não sei qual a maneira
põe-se ele a responder
pergunta lá à madeira
que ela poderá saber!?
-
e a madeira responde
já pelo fogo queimada
olha que não sei onde
achar essa tua amada!?
-
como ela não há igual
a terra qu’é o teu chão
me responde o metal
estará no teu coração!
-
vai matar a tua mágoa
eu ouço à minha terra
aqui eu só tenho água
e existe cá nesta serra!
-
e digo que não brinco
só quero uma solução
e a vós que sois cinco
eu peço minha paixão!
-
Pisco