domingo, 13 de abril de 2008

Memórias



Tal como milhares de portugueses e turistas estrangeiros, tenho de Peniche uma imagem agradável, de encontros com amigos, da beleza do mar... essa imagem ainda ontem foi bem reforçada num almoço de aniversário, amizade e celebração da liberdade.
Devo estas memórias a um punhado de seres humanos extraordinários que, ao contrário de mim e dos tais turistas, têm de Peniche memórias arrepiantes.
A minha vantagem, como a desses (muitos) amigos, é sabermos isso!

(Gravura de Dias Coelho, publicada à época no "Avante")

18 comentários:

Anónimo disse...

Que a memória perdure para que se acredite na Liberdade. Viva Abril, Viva a Liberdade!
Um esquerdo abraço

Anónimo disse...

A visita ao Forte de peniche é importante para que a Memória do Fascismo e seus crimes não desapareça. Todavia, duvido que quem acompanha os turistas esteja habilitado para relatar realmente o que se lá passou. Nem todos têm a fortuna de visitar aquele edifício acompanhados dum ex-prisioneiro!

éme. disse...

Sem dúvida!! :)
Tive a felicidade de "conversar" com alguns desses grandes vultos (pouco lembrados) quando ainda era bem uma miudinha... esse privilégio - de conhecer a História deste país à beira mar deixado, pelas vozes de quem viveu e construiu a Liberdade - sem dúvida, faz a diferença!

Ao Dias Coelho... sim, a morte saiu à rua num dia assim... E desde aí sempre haverá quem o cante! E nos cante esperanças, em cada acorde.

Fernando Samuel disse...

Sabermos e divulgarmos isso: «para que a terra não esqueça», para que Peniche, nunca mais, 25 de Abril sempre.
Um abraço amigo.

Luis Eme disse...

Peniche também é uma terra de boas recordações, de muitos amigos que não encontro a um ror de anos, pela proximidade com a minha cidade natal...

Também passei ao lado da parte feia, Samuel, embora o meu avô paterno (beirão...) lá tenha estado nos anos cinquenta, apenas com a acusação de contrabandista...

Nem sabia o que era o comunismo... ou o socialismo. Nesse tempo Álvaro Cunhal estava preso incomunicável. Esteve lá poucos meses mas nunca esqueceu isso, até porque pensava que ele era um perigoso assassino e não um defensor da Liberdade, como descobriu, ainda lá dentro...

samuel disse...

ÉME

Seja bem-vinda!
Todas as vozes são precisas...

Abraço

O Pinoka disse...

Um local belo e histórico. Gosto muito.
Já agora deixo uma sugestão que podem adquirir no local.
De leve leitura apenas de 147 páginas e ensina-nos muito.
“Uma Fortaleza da Resistência” Edições Avante!
Um abraço

Isamar disse...

Sabes, Samuel, Peniche � , de facto, uma terra bonita mas a ela andam associadas mem�rias arrepiantes de tempos que n�o mais podem voltar. Pugnar por Abril com unhas e dentes, cerrando fileiras, � nossa obriga�o. Eu sei que tu partilhas estas ideias comigo.

Abreijossss

Mar Arável disse...

Peniche - pois

é preciso não apagar

a memória

abraço

Anónimo disse...

Nunca pensei ter o previlégio de visitar o forte de Peniche, tendo como cicerones dois camaradas ex-presos políticos, que é como quem diz vítimas da ditadura fascista, que espalhou o terror durante 50 anos em Portugal.
É admirável como aqueles HOMENS nos imformaram daquilo que foi o seu vegetar, a sua humilhação, como seres humanos, tudo contado sem ódio sem sentimento de vingança, como dizia um deles, para conhecer-mos os outros, primeiro temos de nos conhecer a nós próprios.
Não vou divulgar os nomes pois, para isso não estou autorizado, direi que:são dois combatentes pela liberdade e pela justiça social, e que merecem todo o nosso respeito, e admiração.
Foi o 1º aniversário da "CRAVO de ABRIL"e aquí já me atrevo a falar por todos, pois penso que para todos foi um dia para recordamos, bom almoço, camaradagem solidariedade, alegria, graças ao Samuel que fez transbordar os nossos corações com a sua voz e as suas canções.
Para o "CRAVO de ABRIL" e a todos que, o tornam possível vão as minhas fraternais saudações.
Bem hajam
José Manangão

JOSÉ FANHA disse...

Obrigado pela visita. Aqui estou para aolver a delicadesa. Andamos como sempre e de todas as maneiras possíveis a passar o veneno bom de ideias e memórias.
Também gostei de te ver no Coliseu. E em lousada estaremos a 25 de Abril mais o Zé Jorge.

Somos teimosos. Estamos vivos. Somos lindos!

Grande abraço fraterno,

José Fanha

XICA disse...

Lindo o texto, não estive presente, mas foi como se estivesse. As memórias transmitidas pelo meu Idolo(pai) estão muito presentes,muito lhes devemos, mas a vocês também grandes comunicadores, que têm a capacidade de, através da música e não só, não permitirem que estas memórias vão cair no esquecimento. Obrigado a todos, o nosso ideal não morre NUNCA!

Sal disse...

Samuel:
Foi muito bom visitar o Forte de Peniche ao lado daqueles dois, mas também foi bom ouvir-te cantar.

Gostei muito.

E a Violeta Parra à mistura na conversa...

Beijinhos

ALança disse...

Para mim foi um dia memoravel, que nunca mais vou esquecer. Fez-me recordar o meu pai que infelizmente já não está entre nós, e que me contava histórias do tempo do fascismo. As perseguições feitas em Aljustrel aos mineiros e a outros camaradas e amigos. Aos 2 ex-prisioneiros deixo o meu agradecimento por terem partilhado aquelas histórias.
Samuel encontramo-nos em Aljustrel um dia destes!
25 de Abril Sempre!

caminhante disse...

Foi um dia de memoria e luta mas a festa esteve presente nos anos do João
(90,91) desde que tomaram os tuas "mesinhas" já todos me parecem jovens, e o Cravo de Abril Já tão adulto..
obrigado pelo momento de recordações e luta.
até um dia detes

GR disse...

Foi um dia memorável!
A narração dos horrores do fascismo contada por dois Resistentes (Manuel Pedro e Zé Casanova) e a presença de um 3º Resistente, Sérgio Ribeiro (nas prisões de Caxias e Aljube). Muito importante e necessária que se conheça a história da Resistência, para que nunca mais volte acontecer!
Depois veio a alegria, o convívio e a música.
Samuel cantou e encantou!
O jovem Cravo de Abril, estava muito feliz pelo a aniversário ter corrido tão bem. Valeu a pena o esforço que fez!

GR

João Filipe Rodrigues disse...

A luta e a respectiva conquista de liberdade é algo que não se esquece. Muitos podem ter memória curta, outros poderão querer apagar a história, mas há os que tudo farão para que o passado não se repita.

Um abraço de agradecimento.

Maria disse...

Já tinha saudades de te ler.
Porque é que quase uma semana depois do almoço ainda me comovo com o que leio?
"Ya sabes, cosas de viejos", diria Patxi...

Abreijos, um abraço apertadinho à vovó...