terça-feira, 30 de setembro de 2008

24 anos de História



Esta fotografia de um cartaz enorme com um cantor à frente, tem 24 anos. Foi tirada em 1 de Outubro de 1984.

A CGTP festejava em luta, 14 anos de unidade com os trabalhadores, pela democracia, por Abril... e lá estive eu (o cantor da fotografia) a cantar a isso.

Vivíamos a época do “brilhante” governo do bloco central, do PS/PPD (lembram-se dos cerca de 30% de inflação e do FMI?), chefiado por Mário Soares (e Mota Pinto).

Por essa altura, 10 anos depois da Revolução de Abril, já muitos dos meus companheiros de cantigas tinham decidido que não seria aparecendo a cantar à frente de cartazes destes que “governariam a sua vidinha”... Vários outros (infelizmente) foram seguindo o mesmo caminho.

Amanhã, novamente 1 de Outubro, mas 24 anos depois, lá estará a CGTP na rua, em unidade com os trabalhadores, em luta pela democracia e por Abril... e eu lá estarei também, desta vez sem viola, microfone ou palco, mas exactamente no mesmo “lugar” nesta história.

A teimosia explicará tudo?

domingo, 28 de setembro de 2008

Voltando a Maria Keil (lamentavelmente!)



Caras amigas e amigos, hoje é um bom dia para lamentar coisas... portanto vamos a isso, começando por pedir desculpas pelo tamanho do “muro”.

Lamento ter escrito a ultima parte deste post.

Lamento que ao ter lido este texto no blog de Júlia Coutinho,

...como dizia, lamento que ao ter lido este texto, não tenha entendido que a única referencia a uma data, 1999, era afinal de uma história com mais de vinte anos, não tenha entendido que, a dar ouvidos ao que agora dizem amigos e até familiares, a destruição dos azulejos foi uma coisa sem importância, prontamente sanada pelo Metropolitano com uma encomenda (agora a pagar) e que aquela frase “ E porque foi um trabalho não pago viu-se impossibilitada de accionar um protesto legal”, não era igualmente para levar a sério.

Lamento ter “inventado” aquela tirada dos “juristas muito bons que descobriram não ter que dar satisfações à autora” em vez de achar que a administração do Metro tinha destruído os azulejos sem sequer se escorar em qualquer parecer jurídico, “sem contemplações”, para usar mais uma vez as palavras de Júlia Coutinho. E eu que pensava que esta dos juristas era, mais ou menos, uma frase feita, da família do “ah, esses têm bons advogados, safam-se sempre!”, que toda a gente “inventa” várias vezes por mês, quando se refere a algum conflito entre uma grande empresa e qualquer cidadão comum!...

Lamento que comentando o texto do meu post, Júlia Coutinho tenha passado disto, que deixou na minha caixa de comentários,

“Querido Samuel, sinto-me muito honrada com a tua visita e venho agradecer a visibilidade que conseguiste dar a este caso. O meu blog é pouco conhecido e tem poucas visitas.
A Maria Keil merece.
Obrigada.
14 de Agosto de 2008 14:52”,

...para isto:

“Este meu post foi logo utilizado pelo blog do Samuel, o cantigueiro, tambem no dia 9 de Agosto (por acaso não foi, foi no dia 14), em que treslia as minhas palavras e de uma forma abusadora punha a tónica apenas na destruição dos azulejos e na recusa dos advogados do Metro em indemnizar a autora! Ora isso são inverdades!

...passando, sem entretanto eu ter dito ou escrito mais nada sobre o assunto, de “querido Samuel” a “tresleitor, abusador e mentiroso”, segundo o mail que Júlia Coutinho desatou a enviar para tudo o que é gente.

Lamento não conseguir entender o que a terá “assustado ou comprometido” a este ponto...

Lamento não conseguir vislumbrar no meu post, que terminei com as palavras “Este país, por vezes consegue ser “ainda mais extraordinário” do que que é o seu costume! Ou não?” qualquer manobra de aproveitamento político, ataque a quem quer que seja, administração do Metro ou o actual Governo (esta é delirante!) e muito menos ver qualquer uma dessas coisas no texto da tal petição online (aconselho vivamente a leitura), feita a partir de um blog, “A face oculta da terra”, que tem de facto o meu texto como base e cujos autores, até há poucos dias, nem sabiam que era meu e que neste momento deve estar a ser retirada “do ar” pelos seus promotores (Carlos Alberto Augusto e Rui Mota) os quais parecem, como eu, estar muito pouco convencidos de, em toda esta hitória, serem (juntamente comigo) os maus da fita.

Lamento, evidentemente, que alguns bloggers e comentadores tenham começado uma escalada de ataques a este e aquele, que ao que dizem, até já incluiu pedidos de demissão do actual Ministro da Cultura, mas quanto a isso eu nada posso fazer e poderia ter acontecido mesmo que o meu post fosse sobre jardinagem.

Lamento, finalmente e muito a sério, não ter dado ao apelo que me levou ao blog da Júlia Coutinho e à sua tão mal contada história dos azulejos, o mesmo destino que normalmente já dou a quase todos os apelos “urgentes” para isto e aquilo, passando por tipos de sangue raro e doenças desconhecidas, cadeias de amizade que darão milhares de coisas indiscriminadas, rezas em pirâmide que resultarão em fantásticos milagres e grande fortuna... que é o cestinho do lixo do computador!
Continuarei então a fazê-lo, só que ainda com maior atenção e “empenho”.

Apenas não lamento a parte do post em que falei da Maria Keil e da sua longa, bonita e produtiva vida.
Ela sim, não merecia que esta história tivesse tomado o rumo que tomou e que, ao que me parece por declarações alegadamente suas (???) ao Expresso (primeiro caderno, pág.18), alguém se encarregou de lhe contar também muito mal.

Longe de mim querer imitar o Galileu, mas... “no entanto houve de facto destruição dos azulejos”, como se pode ler nesta tímida carta com que a administração do Metropolitano de Lisboa respondeu a um blogger que se lhes dirigiu directamente (ler do meio do post para a frente).

Por mim, tanto quanto me for permitido, esta história acaba exactamente... aqui!

sábado, 27 de setembro de 2008

Paul Newman, 83 anos (26 de Jan. de 1925 - 26 de Set. de 2008)




Hoje é o primeiro dia sem a esperança de um novo filme com Paul Newman, a sua irreprimível alegria de viver e grande sentido da solidariedade.

Pluralismo algo vesgo!



Segundo leio num jornal, a RTP está a proceder a importantes remodelações na sua “variante” RTP-N. Um dos produtos dessa remodelação será uma espécie de super jornal , com o título de “À noite as notícias”. Será grande, terá notícias, reportagens, isto, aquilo, chá café & laranjada... e comentadores políticos.

Aqui é que a coisa começa a ser extraordinária, ou a entrar nos eixos, conforme a perspectiva de quem vê. Os comentadores são:

Bagão Félix, “independente” do CDS, responsável por um odioso Pacote Laboral e que agora anda a rir-se na nossa cara, por termos conseguido dar maioria absoluta a um governo “socialista” que veio a fazer uma Lei Laboral ainda mais à direita que a dele).

Correia de Campos, do PS, ex-ministro (corrido) da saúde, que a maioria dos portugueses ainda guarda “carinhosamente” no seu coração e que deve andar a gozar fininho, por ver a sua sucessora fazer exactamente o mesmo que ele... só que calada.

Nuno Melo, deputado do CDS.

António Borges, vice presidente do PSD.

Sobre estes dois últimos, não me ocorre nenhuma informação extra para dar, mas se até ao fim do texto me lembrar de alguma coisa para que sirvam ou que tenham feito... direi.

E pronto. Belo programa de informação, debate e análise que aí vem!...
Não fiquei esclarecido sobre se este painel de comentadores será fixo, se é só para o primeiro programa, se o critério tão “rigorosamente pluralista” usado na sua escolha se manterá, caso forem convidando outros, de programa para programa, etc, etc.
Se for assim, estamos conversados!

Caso não seja muito incómodo, alguém pode passar ali em Chelas, na RTP (e já agora, nas outras...) e explicar-lhes que a condição para um programa de televisão ser pluralista, não é apenas entrar muita gente, efeitos especiais e luzes?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Oh, diabo! Logo o sr. Carlucci, uma pessoa tão simpática e tão amigo de Mário Soares... Quem havia de dizer!...



Passei uns bons minutos de ontem, folheando este livro, numa simpática livraria aqui de Montemor.
Fiquei a “saber” o que já sabia... que a seguir ao 25 de Abril, Henry Kissinger colocava a hipótese de invadir Portugal, ou pelo menos expulsar-nos da NATO, que Frank Carlucci, providencialmente destacado para Lisboa em 75, comandava todas as operações da CIA no nosso país e fez valer (contra Kissinger) o seu ponto de vista, que era apoiar fortemente os “moderados e democráticos”, encabeçados pelo seu (até hoje) grande amigo Mário Soares, fiquei a saber que o PS terá chegado a pedir a intervenção militar dos EUA, mas que isso foi recusado, tendo a CIA e Carlucci confiado plenamente nos milhões e milhões de dólares com que financiaram o 25 de Novembro e os seus amigos e aliados, só depois enviando forte e novo armamento para cá, com o fim de equipar as tropas de choque que a partir daí defenderiam a “sua democracia”... e por aí fora... com documentos e documentos e mais documentos oficiais, recentemente “desclassificados” pela CIA e pelos EUA.

O JN aqui e o Público aqui, por exemplo, fazem também pequenas apresentações do livro.

A obra custa mais de 20€. A julgar pelos vómitos que me foi provocando a minha leitura pela rama e apenas durante uns minutos, não auguraria grande futuro para o pobre do livro, caso me desse a maluqueira de o comprar...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Isto também não estava no programa



Antes de mais, convém que eu esclareça o que penso sobre os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ou género, ou lá como se diz. Penso que não tenho nada que ver com isso! Aliás, nem estou a ver quem tenha, a não serem os próprios os próprias.
Mais ainda, acho que pelo caminho que as coisas levam, com o declínio que se regista no número de casamentos e a ascensão dos divórcios, os defensores do primeiro, principalmente a Igreja, que até faz disso um belo negócio, como é sacramental, deviam acarinhar e apoiar todos os gays e lésbicas que querem casar, pois não tarda nada serão mesmo os únicos a querer fazê-lo.
Toda esta introdução é para dizer que achei "fofo" o Primeiro Ministro adoptar também a teoria de que o que não está no programa eleitoral do PS, não é para discutir. 
Espero que se por cá acontecer (longe vá o agoiro!) algum desastre natural, alguém o tenha "previsto" e colocado no bendito do programa eleitoral...
Como não me ocorre agora nenhum termo educado para classificar este tipo de argumento de José Sócrates... não comento!

De qualquer maneira, este post não era para falar disto, mas sim de uma notícia que recebi do Fisco, na minha qualidade de autor/intérprete, portanto, trabalhador independente, dos que estão eternamente a recibos verdes. Veio na forma clássica do "Tem uma boa notícia e uma má. Qual quer ouvir primeiro?"
Vá lá... primeiro a boa.
"A sua situação fiscal está perfeitamente em ordem."
(De seis em seis meses, temos que pedir e pagar, evidentemente, um papel nas Finanças, que diga se a situação fiscal está assim ou assado, pois há Câmaras que só pagam mediante a apresentação desse papel. Se estiver tudo bem pagam todo o cachet. Se não estiver, confiscam 25% do cachet, para mandar para as Finanças)
Fiquei satisfeito. Então agora a outra...
"A partir de 2009, vai ter que passar a fazer pagamentos por conta em Julho, Setembro e Dezembro."
Pagamentos por conta?! Mas eu não tenho um emprego... posso não ter nenhum contrato...
"Pois... sobre isso não sei de nada. Tem mesmo que pagar! Talvez depois seja reembolsado..."

Como já há muito tempo que uso o cabelo completamente rapado, pedi a este jovem amigo para "ficar com os cabelos em pé" por mim.
Acho que fez um belo trabalho!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ah... se fosse possível!...



A fantástica descoberta do Prof. Cavaco Silva, que subitamente nos revela que a crise económica nos EUA vai afectar os portugueses (assim como quem acorda de um coma), ou o escrito do Dr. Mário Soares, que ultimamente escreve e fala e tal... como um indefectível militante verdadeiramente socialista (com gavetas cheias de socialismo), podia dar-me pano para mangas de todos os tamanhos, feitios e humores, mas hoje não tenho pachorra para eles.

Prefiro refugiar-me numa história deliciosa, que ainda por cima é rigorosamente verdadeira e tem a minha neta de pouco mais que quatro anos de idade como protagonista. Ela mostra (pelo menos é o que parece) que quando pensamos que as crianças não topam o que os rodeia e o mundo que os espera se quem dirige os seus destinos não levar uma grande volta, estamos completamente enganados. Parece até que não só entendem, como já ensaiam métodos de autodefesa.

Perguntaram-lhe há uns dias, "o que queres ser quando fores grande?"

E ela (com o ar sério que põe nestas ocasiões): Pequena!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A paixão da educação



Acho muito bem! Só espero que nos finais das várias “entregas”, os miúdos não tenham que devolver os computadores, como os policias tiveram que fazer com as suas novas pistolas todas “XPTO”.

Entretanto, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou esta sexta-feira, em Lousada, que “um dos objectivos da sua equipa é alcançar nos próximos anos 100 por cento de aprovações no final do nono ano de escolaridade.”
Acho muitíssimo bem, tanto o investimento, como os 100% de aprovações, como tudo… só que não resisto a reproduzir uma pequena “história” que me chegou às mãos por “mão amiga” e que reza assim:

Numa aldeia portuguesa, a professora pergunta às criancinhas: Onde é que vivem as crianças mais felizes do mundo?
E todas respondem em coro : Em Portugal!
E onde é que as crianças tem todos os brinquedos que quiserem e todos computadores que lhes apetecer?
E todas respondem em coro: Em Portugal!
E onde é que as crianças crescem saudáveis, alegres e seguras em relação ao futuro?, continua a perguntar a professora.
E todas respondem em coro: Em Portugal!

... de repente ouve-se uma menina a chorar.
Porque estás a chorar, Guidinha?, pergunta a professora.
E ela com a voz embargada pelas lágrimas e pelos soluços: Quero ir para "Portugal"!!!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O nosso Grande Acelerador



Como também eu, usando as palavras de Jerónimo de Sousa, tive “mais que fazer”, não ouvi na íntegra o discurso que Sua Excelência o Presidente do Conselho cometeu em Guimarães. Pelos excertos que vejo respigados na net e nos telejornais, disse as baboseiras do costume, expressamente destinadas a provocar reacções do tipo da do pateta da Madeira e provocar toda a oposição. Resumindo, no essencial, o “Governo vai manter o rumo traçado”.
Os grandes empresários, os bancos e os grandes grupos económicos em geral, estão felizes! Vão poder continuar a espoliar os portugueses à sua vontade.

Outra notícia do fim de semana é o da avaria do Grande Acelerador de Hadrões, maquineta gigantesca, constituída por mais de vinte quilómetros de uma espécie de tubo, enterrado num túnel em forma de círculo, no subsolo da Suíça, que emprega centenas de cientistas vai para mais de vinte anos e já custou cerca de oito mil milhões de euros.
Se tudo correr bem com a geringonça, um dia destes há-de acelerar feixes de partículas ínfimas (todas aparentadas aos protões) dentro do tubo, em sentido contrário e debaixo de uma temperatura ainda mais fria do que a reacção do Ayatollah a um concerto da Madona. O disparate da aceleração será tal, que quando as benditas partículas se encontrarem no seu percurso e chocarem umas com as outras, para além da tremenda dor de cabeça com que ficarão, vão simular (espera-se que em ambiente controlado) os primeiros centésimos de segundo do famoso “Big Bang”, que segundo a Ciência, terá dado origem ao Universo.
Os mais assustadiços, temem que esta experiência do “Big Bang”, a correr mal, tenha consequências catastróficas difíceis de imaginar...

Sei que não é grande ajuda, mas se alguns dos cientistas estiverem sem nada para fazer enquanto durar esta arreliadora avaria do seu tão tecnológico zingarelho, podem sempre entreter-se a estudar o nosso “Grande Acelerador de Ladrões”, que como se pode ver todos os dias nos preços dos combustíveis, nos juros da banca, nos prémios dos seguros, nas privatizações cegas de tudo o que cheira a lucro, etc, etc, etc... está no poder há vários anos e a funcionar na perfeição.

domingo, 21 de setembro de 2008

E de repente faz-se Luz...


Eu sei que este vídeo já tem a sua idade... mas sempre que volto a tropeçar nele fico completamente rendido.
Gosto particularmente do novo "vilão compactado" que este adepto criou como que num passe de mágica, o "Pinto Loureiro".
Depois não querem que eu pense que, pelo menos a algumas pessoas, o futebol dá cabo da cabeça!... Então se for ajudado por uma quantidade indeterminada de cervejas...

Bom Domingo!


sábado, 20 de setembro de 2008

Coisas do terceiro mundo



«Se encontrar uma pessoa nua, o condutor começa a concentrar-se no corpo da pessoa, mas continua a conduzir»
«Hoje em dia é difícil distinguir a mãe da filha, elas estão todas nuas»
«usar mini-saia é como andar nu pela rua» e acrescentou que «pode causar um acidente porque algumas pessoas daqui são psicologicamente fracas».

Não conheço pessoalmente nenhum cidadão do Uganda, mas acho que está encontrado um dos tais “psicologicamente fracos”.




O dirigente do PS Alberto Martins, talvez para gozar com a cara dos portugueses, declarou que “não está mandatado para decidir sobre os casamentos entre cidadãs e cidadãos do mesmo sexo”, com o esfarrapado pretexto de que isso não constava do programa eleitoral do PS, varrendo para baixo do tapete as centenas de coisas que estavam de facto no programa eleitoral e que eles têm ignorado olimpicamente, assim tipo altius, fortius e “falsios”.


Ah... e a cereja em cima do bolo, o novo Código Laboral aprovado pelo PS (quase) todo, só que, sendo apresentado e aprovado por um governo de um partido representante da “esquerda moderna” e do “socialismo tal & coisa”, dirigido pelo "basófias" (grande nome, que quando eu era miúdo se dava ao rio Pavia em Viseu), não sei se lhe posso chamar do terceiro mundo... mas alguma coisa lhe chamo, garanto!!!

E assim vamos...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Novo "santo ofício", novos vampiros



Esta foi a abordagem do Vítor Dias, no "O tempo das cerejas". Confrontar (grande maldade) o actual PS com as inflamadas declarações com que em 2003 condenaram veementemente o chamado Código Bagão Félix. De recordar que desse veemente grupo fazia parte o actual Ministro do Trabalho. Aconselho a leitura da dita "condenação", de que este texto que se segue é apenas um aperitivo.

«conflitua, aberta e frontalmente, com a lógica e as normas da Lei Fundamental. Aquilo que verdadeiramente está em causa, não são, apenas, as opções normativas neste ou naquele regime laboral. O que verdadeiramente está em causa, é a filosofia e a alteração estrutural das leis laborais que a Proposta de Lei encerra: o reforço dos poderes do empregador, o enfraquecimento da dimensão colectiva, o acentuar da dependência do trabalhador, visão que, tendo em conta a matriz constitucional do direito do trabalho e a concepção que perfilhamos dos direitos dos trabalhadores, não podemos compreender nem aceitar».


Por mim, fico-me pela sugestão da imagem. Como os trabalhadores ainda vão sendo necessários, por enquanto o capital limita-se a queimar os seus direitos nas fogueiras do neoliberalismo.

Aos torcionários sossega-os a certeza de que daqui por uns duzentos anos há-de haver um Papa ou governante que nos "peça perdão". Entretanto, "enchem as tulhas, bebem vinho novo, dançam a ronda no pinhal do Rei. Eles comem tudo, eles comem tudo..."

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Novas Fronteiras



Ao que parece, agora o pessoal do PS dedicou-se às Novas Fronteiras... é lá com eles.
Mas que mal pergunte, alguém se lembrou de avisar os espanhóis?
Pessoalmente, faz-me pena... já me tinha afeiçoado aos nomes das fronteiras de Vilar Formoso, Vila Real de Santo António, Caia, Valença...
Agora com esta minha cabeça de alho chocho, quando é que vou aprender os nomes novos?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sonhar alto



Os bancos "Fredie Mac" e "Fannie Mae", os maiores bancos americanos do crédito imobiliário, foram salvos pela "nacionalização" dos seus milhões de casos desesperados de hipotecas sem solução. Foi bom, porque evitou a desgraça de, pelo menos, algumas das famílias que foram arrastadas pela ganância criminosa e a incompetência dos donos dos bancos. Foi igualmente interessante, pois não esperava assistir a uma nacionalização (sacrilégio! sacrilégio!) nos EUA.
Depois, o grande banco "Lehman Brothers", faliu inexoravelmente, arrastando na queda, bancos, empresas e milhares de pessoas, no mundo inteiro.
Agora a "AIG", uma das maiores seguradoras do mundo, ameaça a derrocada. Sendo especializada em seguros de pensões e reformas, estamos a ver o efeito catastrófico que terá a sua falência.
Por todo o lado, os bancos centrais vão "injectando" milhões e milhões do dinheiro de todos, nos cofres de alguns, para safar as suas sacrossantas empresas e bancos privados.
Ou seja, o capitalismo, o coração do neoliberalismo mais puro e duro... está podre! Está na altura de as pessoas normais começarem a ver isso!...

Ah... meus amigos! O jeito que daria agora a existência de um sistema político e económico, sei lá... diferente... alternativo... onde, por exemplo, os recursos não fossem geridos para servir o interesse particular de meia dúzia de nababos e oportunistas, onde a economia fosse planificada para (digo eu...) o bem geral do país e do nosso povo, onde um Estado virado para o futuro colectivo dos seus cidadãos tomasse as rédeas dos sectores de actividade produtiva e económica que fossem vitais para o desenvolvimento e independência nacionais, mas não esquecendo a solidariedade entre os povos, velando pela erradicação progressiva da exploração do homem pelo homem, embora deixando a cada um a liberdade de se exprimir na sua criatividade e iniciativa próprias, onde a Paz fosse uma prioridade absoluta, onde as artes estivessem ao serviço da colectividade, embora não discriminando nenhuma arte de vanguarda nem manifestação de carácter popular, onde a tradição não quisesse dizer reaccionarismo, nem pesquisa e vanguarda quisessem dizer elitismo, onde a felicidade fosse um direito "ao alcance das mãos", onde o futuro não fosse um bilhete de lotaria ou uma dúvida angustiante, mas apenas o dia de amanhã, para que se acorda com vontade, onde o amor, a amizade, a disponibilidade e o desprendimento fossem um projecto de vida...

Claro que isto sou eu a sonhar!... Onde raio é que há alguém que pense, teorize, ponha no papel e nos proponha um sistema político e económico assim? Alguém sabe de alguém?
... mas meus amigos... mesmo "isto sendo eu a sonhar", seria bom, não?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Não é que eu não queira colaborar...



Cerca de 12 horas do meu dia de ontem, foram passados na tarefa de ir muito longe e voltar, à loja de um amigo a que me mantenho fiel cliente, tratar de substituir um computador que está a falecer, por outro assaz garboso (mais os seus novos periféricos) que não sei muito bem como vou pagar, dado que o renascido interesse pelas cantigas que canto, ainda não se reflecte minimamente no número de espectáculos para que sou contratado.
Talvez para me animar ainda mais, o inexplicável Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, não se cansa de repetir a lenga-lenga que vi tão bem retratada num texto do “Cravo de Abril”, que nos diz que “o país está num estado lastimável, a culpa é do governo anterior e os portugueses têm que apertar o cinto”.
Se Constâncio é principescamente pago para (quase apenas) nos dizer isto... pois que diga!...
Gostava de saber se o facto de há uns dias para cá se ter feito um silêncio sepulcral sobre o assunto quer dizer que a negociata não avança, ou se o silêncio se destina apenas a melhor o fazerem pela calada.
Ah... e gostava ainda de saber se a concretizar-se este belo “investimento” do nosso Banco Central, eu poderei pagar a parte que me caberá na despesa de 40 milhões, em suaves prestações, dada a minha momentânea falta de liquidez.
Agradecido!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

"Quando a corja topa da janela..."



Digam-me. Quão baixo tem que descer o Primeiro Ministro de um governo “socialista”, auto proclamado de “esquerda moderna”, para que um dirigente de um pequeno partido da direita mais reaccionária, um dirigente desclassificado, demagogo, populista barato, de carácter duvidoso e sem um pingo de credibilidade, como é Paulo Portas, num discurso perfeitamente desclassificado, demagógico, populista barato, de carácter duvidoso e sem um pingo de credibilidade, proferido em Aveiro, na rentrée do CDS, perante uma “multidão” de 2.000 pessoas (bem ao nível da sua pequenez), o possa atacar, cinicamente, dizendo “este Primeiro Ministro fala para os mais pobres, mas governa para as grandes empresas”?
Ah... e o mais grave, desgraçadamente, ter razão!

Peço desculpa por começar a semana logo no "bota abaixo", mas sei lá... apeteceu-me!...

domingo, 14 de setembro de 2008

América a três "vozes"







Este post é dedicado aos países da América Latina, que há gerações lutam para se libertarem da exploração dos EUA, e se acaso o conseguem, tentando construir um novo futuro, têm que continuar lutando contra as conspirações para os derrubar seja por que métodos for.
Praticamente não existe um país na América Latina que não tenha passado por esta provação. Alguns, estão a vivê-la presentemente, como é o caso da Bolívia.


Primeiro, apresentemos o instrumento, o kazoo. É um pequeno instrumento de sopro, como que um pequeno apito, em que o ar é forçado a sair por uma abertura na parte superior, onde está colocada uma membrana que vibra à passagem desse ar. Ao contrário dos outros instrumentos de sopro que têm som próprio, o kazoo não tem. Assim, o “músico” tem que soprar cantando para dentro do apito, sendo então a tal membrana ao vibrar, que produz a transformação da voz humana num som estridente, bastante parecido com o som de alguns instrumentos de sopro de música antiga de palhetas duplas, como a "charamela", ou a vulgar "gaita de foles".
Esta apresentação do kazoo, serve para introduzir o vídeo deste Domingo. Reconheço que dada a natureza do vídeo, o termo “introduzir” não será o mais feliz, mas agora já está.
Amy Gordon, ou Amy G, é uma comediante dos Estados Unidos. Neste seu sketch intitulado “kazoochee”, executa (é o termo mais indicado) o tema “América the beautiful”, canção composta em finais do Séc.19 e que se tornou quase como que um segundo hino dos EUA. A música é, como dizia, executada em kazoo (três, para ser exacto), primeiro a uma voz, depois juntando uma segunda voz de harmonia e finalizando gloriosamente com uma terceira voz. Será tudo a fingir... mas é muito bem fingido, é hilariante e, sobretudo, com um significado verdadeiramente demolidor.
Como disse, Amy G é uma comediante americana, possuidora de uma sólida formação académica no campo das artes performativas, mas que por qualquer razão, parece não estar muito satisfeita com o rumo que leva o seu país.
Bom domingo!

“América the beautiful” - Amy G
(Katherine Lee Bates/Samuel Augustus Ward)


sábado, 13 de setembro de 2008

Cavaco Silva e a "cooperação institucional, ou a tão incompreendida actividade de "espanta pardais".



A ver se entendo. O Presidente da República, Cavaco Silva, muito recentemente e a propósito do Estatuto dos Açores, teve algumas dúvidas, o que é só por si um facto espantoso, sobre a constitucionalidade de algumas disposições do diploma aprovado por unanimidade na Assembleia da República.
Fez então o que devia, enviando o diploma para apreciação pelo Tribunal Constitucional, das tais disposições que no entender dos seus assessores (ou no seu, vá lá...), iam contra o espírito ou a letra ou as duas coisas, da nossa Constituição.
O TC fez também o que devia. Rapidamente respondeu, dando em alguns casos, razão às dúvidas do PR e noutros não, mostrando que Cavaco Silva... se enganou, facto igualmente, se não ainda mais espantoso!
O caso é que Cavaco, na sua dramática e estrondosa comunicação ao país, havia referido igualmente mais umas coisitas que teriam também que ver com os seus próprios poderes, blá, blá, blá... mas que (pensava eu) não deviam ser inconstitucionais, senão teriam sido incluídas no "pacote" enviado ao TC. Grande engano! Afinal o homem está furioso, envia recados em todas as direcções mesmo do meio da rua, diz que aquelas é que eram as questões mais importantes e que não admite que uma lei ordinária mexa com os poderes de um presidente extraordinário (ou é ao contrário... agora francamente, não sei).
Diz a minha vasta ignorância pobremente esclarecida, que qualquer lei (excepto uma nova Constituição) que tente retirar poderes ao Presidente, é liminarmente inconstitucional.
-Então diga lá, Dr. Aníbal, por que raio não suscitou a inconstitucionalidade da coisa...
-Ah... sei lá... porque era de tal maneira grave, que decidi dar pessoalmente a cara nesta luta, em vez de encarregar “terceiros” de o fazer.
Aqui, volta a dizer-me a minha “ignorância tal e coisa”, que estes a quem o PR chama de “terceiros”, são os juízes do Tribunal Constitucional, o único órgão de soberania com competência para decidir da constitucionalidade ou inconstitucionalidade de qualquer lei.
Pronto. Esta espécie de historial comentado da “crise” fica por aqui, pois se escrever mais alguma vez neste texto, as palavras constitucional, anticonstitucional, constitucionalidade, logo eu que nem sou constitucionalista... dá-me uma coisa má.
Ainda por cima, começo a estar desconfiado que esta “crisinha”, este "conflitinho", não passa de um sketch teatral de má qualidade, que afinal faz parte da “cooperação institucional” e se destina a tapar a nossa vista para o que realmente se está a passar na vida dos portugueses, como a real crise económica, o desencanto, o desânimo, os célebres empregos criados por Sócrates, que afinal, em grande número, são também uma aldrabice, o Código Laboral que está aí à porta, a descida de trinta por cento no preço dos medicamentos genéricos, que afinal era mentira, esta novidade da comparticipação do Estado na compra de medicamentos que passará a ser fixa, seja o medicamento barato, caro, ou muito caro, fazendo os doentes passar a pagar muito mais, etc, etc, etc, etc...
A ser assim, não é que a “função” esteja desenquadrada com a “figura”, mas é triste ver um Presidente da República a pôr-se à frente do Governo, fazendo de espantalho e gesticulando muito, para desviar as atenções das pessoas.
Mas lá está... posso estar muitíssimo enganado e o senhor esteja a fazer tudo isto... mas sem querer.

Ah... e desculpem a quilometragem deste texto. O Sábado não se fez para uma maratona destas. Se chegaram até aqui, obrigado pela grande atenção! :)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Momento de (profunda) análise política



Dizem alguns analistas da nossa política doméstica, que o facto de Paulo Portas ter sonegado aos dirigentes do seu próprio partido a informação de que um vice presidente com a importância que tinha Nobre Guedes, se havia demitido, é esquisito. Que o facto de toda aquela gente que o rodeia não ter dado por isso (ou fingido), é patético. Finalmente e mais grave que tudo, deixou Paulo Portas sem o seu braço-direito.

Será por isso que o CDS-PP está tão ostensivamente a “ir para o maneta”?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de Setembro



Mais uma vez chego ao dia 11 de Setembro com dois trágicos acontecimentos para lembrar. O ataque às torres do WTC, em New York, em 2001 e o golpe militar de Augusto Pinochet, no Chile democrático de Salvador Allende, em 1973.
Embora lamente profundamente todas a vítimas do ataque terrorista às torres americanas, não consigo esquecer a negra ironia que é o facto de todos os que ali trabalhavam, estarem mais, ou menos conscientemente, a trabalhar no coração do sistema económico e político dos EUA, convém não esquecer que uma das três torres, a Torre 7, estava ocupada quase na totalidade, pela CIA (a destruição desta terceira torre está ainda muitíssimo mal explicada), sistema esse que foi o mandante objectivo do massacre de Santiago do Chile, 28 anos antes.
Claro que isso não justifica a morte das centenas de pessoas, a maior parte, inocentes, que trabalhavam no WTC. Certo de que o 11 de Setembro de New York terá a atenção, praticamente em exclusivo, da quase totalidade dos jornais, revistas, televisões e blogues do mundo, desculpar-me-ão o facto de os milhares de vítimas chilenas estarem mais perto do meu coração. Como disse o poeta,

“Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro”
(José Carlos Ary dos Santos)

Ficará para sempre na nossa memória, a imagem de um povo que colectivamente tentava construir o seu futuro, viver e disfrutar em paz da sua liberdade e democracia, esmagado pela paranóia anticomunista de uns Estados Unidos da América sem escrúpulos nem vergonha, que armaram e incentivaram a fúria fascista de Pinochet e da sua junta militar.
Ficarão para sempre na minha memoria as figuras heróicas de Salvador Allende e (perdoem-me o destaque) do meu companheiro de cantigas e camarada, Victor Jara.

Mais uma vez assinalo esta data com a espantosa canção do “cantigueiro” Pablo Milanés, “Yo pisaré las calles nuevamente”.
Amigos, como gostaria de ter escrito esta canção... mas o que eu daria para que nunca tivesse sido necessário escrevê-la!

“Yo pisaré las calles nuevamente” – P. Milanés
(Pablo Milanés)



quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Como seria de esperar (genericamente)


Como seria de esperar, o belo anúncio de que todos o medicamentos genéricos iriam descer 30%, não passou de propaganda.
Como seria de esperar, afinal não é bem assim... se o medicamento custar agora 5 euros ou menos, não baixará nada e para além disso, nenhum genérico, seja qual for o seu preço actual, poderá descer tanto que fique a custar menos de metade do medicamento de marca que vá substituir.
Como seria de esperar, a poderosa e multimilionária indústria farmacêutica franziu o sobrolho e começou a fazer ameaças tão avulsas como imorais.
Como seria de esperar, Sócrates e o seu Governo, adoptaram a sua posição preferida e já habitual sempre que se “defrontam” com os poderosos.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sarah Palin - Nova embalagem para a mesma droga



Muitos incautos cairão na asneira de alinhar com as revistas cor-de-rosa e jornais de “referencia” portugueses (que numa boa parte são iguais às revistas) e tecer comentários mais ou menos moralistas sobre a gravidez e idade da filha de Sarah Palin, ou qualquer assunto ainda mais “profundo” ou privado da sua vida. Não sei realmente por que razão o farão, já que a jovem e vistosa candidata a vice presidente do bafiento McCain tem muito por onde pegar... (mas que coisa!... Deixem-se de segundos sentidos!)
Senão vejamos.
Sarah é uma feroz militante anti aborto, mesmo em casos de incesto ou violação.
Mas pronto... pode haver milhões de mulheres estadunidenses que queiram uma vice presidente assim.
Sarah é uma intensa defensora da lunática e proto-fascista NRA (National Rifle Association) que defende o direito de cada cidadão a andar armado. É ainda defensora da pena de morte e apoiante incondicional da guerra no Iraque e futuro ataque ao Irão e do reforço da posição dos EUA como polícias do mundo.
Mas pronto... alguns estadunidenses, na falta do fascismo, podem querer ir contentando o seu ego imperialista e bélico com “este pacote”.
Sarah defende o início, quanto antes, da exploração desenfreada de petróleo, no santuário ecológico do Alaska (de que é governadora) e afirma alto e bom som (e sem se rir) que o homem não é responsável por nenhuma alteração climática ou ambiental.
Mas pronto... alguns estadunidenses já estão habituados (e gostam) de ser governados por presidentes e vice presidentes completamente vendidos aos interesses da indústria petrolífera e que acumulam com o serem praticamente débeis mentais.
Agora, vejo partes de um vídeo em que na sua Igreja Evangélica local, Sarah Palin exorta os fieis a apoiarem a guerra no Iraque, pois esse é um desígnio de Deus e para que orem no sentido de ser aprovada rapidamente a tal exploração energética do Alaska, pois essa é igualmente a vontade de Deus.
Aqui, como já entramos no campo da completa abjecção intelectual, seria a altura em que eu desataria, como vai sendo costume, a tecer uns comentários irónicos sobre o actual presidente dos EUA, o candidato a seu sucessor e a sua “vice”, a fulgurante cultura com que nos iluminam a cada frase que debitam... mas depois lembro-me do país em que vivo, lembro-me daquela história, ou ditado popular, ou lá o que é, sobre ter “telhados de vidro”... e calo-me!

domingo, 7 de setembro de 2008

Manuela Ferreira Leite adere ao "sonoro"



Encontrei há já alguns dias, no blog "Dos Prazeres para a Graça", esta bela fotografia da "nossa" Doutora Manuela, que explica de uma forma simples, a real diferença que nos dias de hoje distingue o PSD do actual PS (pelo menos o que se vê, e está no Governo).

Embora isso não tenha o mínimo interesse para ninguém, sempre digo que também eu sei fazer coisas giríssimas com os dedos, mas que está fora de causa publicá-las aqui em imagens, por uma questão de mínimo decoro.

... ... ... ???
... e pronto... é tudo o que (por agora) me ocorre dizer sobre o tão esperado e ansiado "quebrar do silêncio" por parte da Doutora Manuela Ferreira Leite.

Segurança, segurança!...



Não me venham com essa treta de que a esquerda tem problemas e complexos com a noção de “segurança”.
Claro que também eu gostaria muito de viver num país seguro... mas já viram bem esta “Direcção Comercial de Luxo”, como lhe chama o inimitável ministro Pinho?
Agora digam-me, onde é que eu vou encontrar uma companhia de seguros suficientemente ingénua para fazer uma apólice de seguro, minimamente decente, a “isto”?

Adenda: É de notar, que as várias alterações entretanto operadas não melhoraram em nada a situação. Apenas a título de exemplo, na Cultura ainda não deu em nada, na Saúde é um fiasco e na Administração Interna, um desastre. Em formato de farsa... mas desastre!

sábado, 6 de setembro de 2008

Paulo Portas e o poder, ou de como a minha tia tinha uma grande frase para todas as ocasiões.



O poder é inebriante. O poder pode ser uma doença sexualmente transmissível. O poder faz correr rios de adrenalina. Para um certo tipo de políticos, o poder pode igualmente fazer correr rios de dinheiro.
Paulo Portas tem, a cada dia que passa, menos poder. Sem o poder, não há grandes negócios com submarinos. Sem poder, não há grandes negócios com casinos de Lisboa. Sem poder, não há dinheiro...
Os vice-presidentes de Paulo Portas, estão a abandoná-lo, um a um, o que nos leva, finalmente, a uma das tais grandes frases da minha tia:
“Quem não tem dinheiro, não tem vices!”

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Cavaco Silva, atento e alerta



Leio de raspão num jornal qualquer pousado numa mesa de café, que Cavaco Silva, de visita à Polónia, diz estar muito atento a uma coisa qualquer. Ainda pensei ler a notícia, mas confesso que já não tenho energia para acompanhar este frenesi do Presidente. Dia sim dia não, ou está muito atento a uma coisa, ou então alerta alguém, ou mesmo todos os portugueses, para outra, intervalando com o hábito já antigo de dizer asneiras, isto desde a longínqua teoria do “país oásis” até à que lhe ouvi ontem, afirmando que em Portugal a Polónia está na moda (???). Devemos viver em portugais diferentes!
O que me traz intrigado, dando algum crédito aos que acreditam em reincarnações, é não conseguir perceber se Cavaco, com esta mania da “atenção”, intercalada com os “alertas”, teria sido numa vida anterior, um mocho ou uma sirene...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

"Uma aventura dentro do comunismo real" - ou de como por vezes as mais fantásticas crónicas sobre a Festa do Avante, podem vir de onde menos se espera




Este post não se destina a “vender” a Festa do Avante! seja a quem for. Por um lado, porque não pretendo converter ninguém, por outro, porque em relação a uma boa parte dos meus leitores, estaria a “pregar” a fieis mais fieis que eu...
Hoje gostaria antes de chamar a atenção para estes dois belos livros, cujo lançamento terá lugar na Festa, no Centro do livro e do Disco, Sábado.
Um, é o célebre “Quando os lobos uivam” do grande e irrepetível Aquilino Ribeiro, com ilustrações de João Abel Manta e um prefácio inédito de um tal... deixa cá ver... ah!... Álvaro Cunhal (terá apresentação de Manuel Gusmão e Manuel Augusto Araújo e a coisa dar-se-á pelas 18 horas). O outro é um filho do meu “amigo de infância” Sérgio Ribeiro e embora nada no título o fizesse adivinhar, conta, na primeira pessoa e de forma verdadeiramente cativante, os seus “50 anos de economia e militância” (será apresentado por José Casanova, duas horas antes do outro, portanto, às 16 horas).
Embora, por razões que não são para aqui chamadas, eu apenas vá estar presente em pensamento, isso não é de todo impedimento, antes mais me motiva a convidar todos os que possam, a estarem presentes.

Intercalenda (adenda intercalada): Embora já esteja novamente emendada a informação dos horários dos lançamentos do livros, aqui fica em destaque:

16h - Lançamento dos "50 anos de economia e militância"
17h - Homenagem a Saramago
18h - Lançamento de"Quando os lobos uivam"

E agora, como extra para quem queira divertir-se (muito!) a propósito da Festa do Avante! mesmo antes de ela abrir as portas, aconselho-vos vivamente a darem um salto aqui (1), aqui (2) e aqui (3), para lerem três partes de uma crónica genial do “reaccionário” (como ele próprio se classifica no texto) Miguel Esteves Cardoso, sobre a sua visita à Festa de 2007. Não pensem que estou a brincar, a crónica é mesmo genial. A ideia do António Vilarigues, do blog “O Castendo”, de publicar esta crónica do MEC, não foi menos genial. Fica a faltar (pelo menos) uma quarta parte da crónica, mas esse será um bom pretexto para voltarem ao blog, que vale bem a visita regular...
Para os mais preguiçosos que não forem ainda ler a crónica na íntegra, deixo aqui uns “recortes” feitos por mim, quase “ao calhas”. 
O António Vilarigues diz que gostaria de ter escrito isto. Também eu...
Divirtam-se!

"O que se segue não é tanto uma crónica sobre essa festa como a reportagem de um preconceito acerca dela - um preconceito gigantesco que envolve a grande maioria dos portugueses. Ou pelo menos a mim.
Porque é que a Festa do Avante! faz medo?
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?"

"Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante!, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias."

"Quando se chega à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.
Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete."

"Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez."

"É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.
Se a Festa do Avante! dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau."

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Culpados, até (eventualmente) prova em contrário



Agora que já estão a fazer o cidadão engolir mais vigilância, mais “informação” e que foi promulgado o super policia, que independentemente de poder ser uma boa pessoa, acumula poderes sem precedentes na nossa História da democracia e que, embora sendo equiparado a Secretario de Estado, despacha e depende directamente do Primeiro Ministro (que o escolheu), passando por cima dos Ministros dos sectores que controla (o que eu nunca tinha visto), dando ao Primeiro Ministro em exercício, um poder e conhecimento das investigações e processos judiciais que nos últimos setenta anos da nossa História só tem paralelo com o poder de Salazar. Não, não vale a pena começarem a ralhar comigo... não estou a comparar Sócrates a Salazar, estou apenas a constatar um facto.
Também não vale a pena virem dizer-me que por agora não há perigo, com este PM, mas que é preocupante o princípio da “coisa” para o futuro e tal e coisa... pois eu deixei de ter confiança neste PM, mesmo!
De qualquer maneira, o que eu queria dizer é que agora que, como já disse, levaram a sua avante, podiam talvez começar a baixar um pouco o volume da barulheira que têm feito com a campanha de propaganda da insegurança. Podem parar. A malta já está bué insegura! Tá?
A propósito, alguém me sabe dizer se depois do assaltante e filho menor de assaltante, abatidos a tiro, o primeiro para dar espectáculo, o outro por incúria, acções que tinham por fim mostrar os músculos da autoridade e aterrorizar os maus, os assaltos realmente diminuíram?
E sobre as recorrentes rusgas policiais aos “bairros problemáticos”, com verdadeiros cercos, onde ao arrepio do que diz o estado de direito, todos os milhares de habitantes são culpados até conseguirem provar que são inocentes (se sobreviverem), rusgas essas que têm sido verdadeiros fiascos, com apreensão de 4 ou 5 armas de fogo, 6 ou 7 armas brancas, umas poucas doses de droga e muitas multas por irregularidades... nos carros (?), sobre essas rusgas, como dizia, alguém me sabe dizer porque é que eu estou convencido de que se fossem fazer uma ou duas, assim ao acaso, ao fino bairro das finas vivendas do Restelo, onde todos (evidentemente) são inocentes até prova em contrario, eram bem capazes de encontrar o mesmo, ou maior, número de armas, imensas irregularidades nos carros e nas belas motas e principalmente, as mesmas quantidades de droga?
Mas lá estou eu!... Esses moços dos bairros como o do Restelo, não se metem nessas coisas. O vandalismo e seus derivados, são simples “brincadeiras que acabam mal” e os crimes, assaltos e as drogas... são “maus passos”!