sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ele há pessoas muito mal intencionadas!


Que vergonha! Parece impossível que alguns de vós estejam a pensar que ponho aqui este vídeo do Mário Viegas para de alguma forma insinuar alguma coisa sobre a situação actual do país, ou de algumas das suas personalidades, quando está mesmo a ver-se que é apenas pela arte... e pelo texto do Mário Henrique Leiria.

Siga o Sábado!

"Carreirismo" - Mário Viegas
(Mário Henrique Leiria)


Gerhard Maria Wagner - Quem havia de dizer... com cara de tão boa pessoa... *




Fosse eu adepto de teorias da conspiração e começaria a ponderar a hipótese de este papa Ratzinger ser o famoso “anticristo”. Claro que me fico pela ideia de “anticristo” como alguém que é totalmente contrário aos ensinamentos de Cristo e não aquelas patetices do “messias diabólico” anunciador dos últimos dias.

Senão, vejamos. Cada vez que o homem abre a boca, quase sempre afasta da “sua” Igreja mais uns tantos cristãos, bastando para isso, que sejam pessoas minimamente progressistas, sendo que, ao mesmo tempo, fecha a porta a milhares de “almas” que, mesmo estando em busca de alguma coisa de espiritual, fazem rapidamente agulha e vão buscar essa coisa, seja lá o que for, noutras paragens. Claro que atrai sempre alguém, mas a serem “crentes” que se identificam com todas as suas declarações públicas e alguns dos seus actos, estariam bem melhor em claques de futebol...

Como se não bastasse, agora adoptou uma regra verdadeiramente extraordinária, que consiste basicamente em recompensar, promover na hierarquia, etc, qualquer elemento do clero que produza uma declaração bem anti-semita, anti-árabe/muçulmana, anti-homossexuais, anti-IVG, anti-divórcio, anti-preservativo, em suma, anti-Cristo. Só para lembrar os casos mais recentes, foi a reabilitação do fascista negacionista inglês, o tal bisbo Williamson, foi até, pasme-se, o nosso cardeal das rendinhas, que há apenas uns dias, se viu promovido no organigrama da empresa do Vaticano... e finalmente, esta figura verdadeiramente indesculpável e inexplicável, que me foi "apresentada" no Salvo-Conduto (e alguns jornais lá de fora), o bispo austríaco Gerhard Maria Wagner, promovido pelo Vaticano mesmo contra a opinião de boa parte da Igreja austríaca, o qual, entre outras coisas, gosta de afirmar que nada neste mundo acontece por acaso. Exemplos?

Para além de “trocos” como a curabilidade da “doença” do homossexualismo, ou do perigoso “satanismo” dos livros da série Harry Potter, acha que:

- A tragédia do furacão Katrina não foi um acaso ou acidente, antes um castigo divino dos pecados da cidade de New Orleans (e arredores), cometidos nas suas casas de prostituição, bares e também, quem sabe, pelos músicos de jazz, essa música reconhecidamente endiabrada.

- A tragédia que se abateu, na forma de um gigantesco “Tsunami”, sobre as costas da Indonésia (Sumatra e Banda Aceh), Tailândia (ilhas Phi Phi e Phuket), Índia, só para mencionar os países e locais mais martirizados, ceifando a vida a milhares de seres humanos e desalojando uma multidão ainda maior, também não foi um acaso nem um acidente, mas sim e mais uma vez, um castigo divino... e tal... a mesma coisa, só que aqui ainda mais tortuosa, já que o castigo nem era propriamente para os habitantes locais, mas sim, segundo o brilhante bispo, para os turistas ricos que iam em busca de prazeres sexuais.

Ainda “pensa” mais coisas, mas acho que esta amostra já chega para lhe desenhar o retrato.

Eu muitas vezes também não acredito em acasos. Por exemplo, se o bispo Gerhard Maria Wagner se cruzasse na rua com um sobrevivente de qualquer uma destas tragédias, um desses que perderam a família, vizinhos, amigos... que lhe partisse completamente o clerical focinho, recuso-me a acreditar que fosse por acaso!

* Vá lá!... Não me levem assim tão a sério. Então não se vê logo que o homem tem uma carantonha sinistra? A cara está muito bem para ele. Merecem-se!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mutatis mutandis...




- Então e este gajo não se demite?

Perguntou-me um amigo, que diz as coisas assim, à bruta, referindo-se ao meu texto (no post anterior) sobre o nosso inefável Ministro do Negócios Estrangeiros.

Lá tive de lhe explicar que, salvo raras excepções, como a do Ministro da Justiça espanhol (do PSOE), que depois de se ter sabido da sua participação numa caçada em que participou o célebre juiz Baltazar Garzón, o qual está a investigar uns casos “cabeludos” de corrupção que envolvem dirigentes do Partido Popular, apresentou a sua demissão, ou de outros dirigentes põe esse mundo fora, que perante uma simples suspeita de corrupção, por exemplo, se afastam dos seus cargos, a generalidade dos políticos portugueses (e não só), os tenazes Dias Loureiros, Sócrates, etc, etc, quando se apanham debaixo do chamado “arco da governação”, transformam-se numa espécie de seres mutantes que é virtualmente impossível arrancar dos lugares e tachos. Para isso, são previamente manipulados geneticamente com genes de lapas.

Só mesmo um milagre os leva, ou em alternativa, sei lá...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A "não-paciência"





Quanta falta de vergonha é necessária para, depois de meses de negações, depois do número de circo que foi a não inclusão do nome de Portugal na famosa lista com os países envolvidos no caso dos voos da CIA, depois dos verdadeiros “enxovalhos”, por parte de figuras gradas do PS à sua colega e Deputada Europeia Ana Gomes, que nunca deixou cair este caso, vir agora quase gabar-se que sim, senhor, houve documentos facilitados à PGR, que por sua vez os facilitou aos investigadores que defendiam um dos “suspeitos” de terrorismo, que veio a revelar-se, isso sim, uma verdadeira vítima nas mãos incompetentes de torcionários norte-americanos, os quais necessitaram de 7 anos de torturas, maus tratos e viagens ilegais de prisão para prisão, para descobrir a inocência de Binyam Mohamed?


O que eu não entendo é como é possível que (pelo menos) o ministro Amado, ainda continue ministro e que não só continue, como tenha a suprema lata de “desvalorizar” estas notícias, chamando-lhes uma... “não-notícia”.

Talvez, afinal, isso seja perfeitamente natural, vindo de um não-ministro, cheio de não-carácter, pertencendo a um não-governo declaradamente não-honesto.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Nunca estão onde são precisos!




Onde estava o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa quando Eva tanto necessitou de alguém que a avisasse dos perigos que corria, ao “ajuntar-se” com Adão, homem de tão fortes convicções islamitas?

Nota: Para os muçulmanos, o Islão nasceu com a criação do homem, sendo portanto Adão o primeiro profeta e Maomé o último.

Bispo fascista de malas aviadas





A nova Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não estará a levar a cabo a revolução bolivariana, como o seu parceiro da imagem, mas já não é a primeira vez que se sai com uma coisa ou outra, digna de prender a atenção.


Talvez o traste já tenha quartinho reservado no Vaticano, onde o papa Ratzinger recentemente o “reabilitou”... não quero saber.

O que me dá gozo é verificar que por vezes estas atitudes simples, ainda podem ser assumidas assim... de uma maneira simples.

Como ia dizendo, não estará no mesmo “degrau” da História em que estão alguns dos seus, igualmente novos, presidentes de países da América Latina, mas confesso que começo a achar alguma graça à senhora Cristina Kirchner.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Anjos *




Hoje Braga está em grande! É o que se pode chamar uma “Ópera Bufa” em dois actos.

Primeiro acto, o grunho, dono da Bragaparques, que se provou em tribunal ter realmente tentado subornar o vereador Sá Fernandes, para que este desistisse de um já famoso processo, saiu do tribunal com um imenso sorriso de puro gozo, por ter sido condenado... no pagamento de uns trocos. A “desculpa” do juiz de Lisboa é que o senhor tentou activamente corromper, sim, mas para a prática de um “acto lícito”. Precioso!

Segundo acto, desta vez mesmo na cidade de Braga, três polícias irrompem numa feira de livros em saldo, para apreender vários exemplares de um livro sobre pintura, que exibe na capa a reprodução de um ousado quadro da autoria de Gustave Courbet, pintado em 1866, representando as coxas e sexo de uma mulher. Aqui, a “desculpa” das forças da ordem (e dos bons costumes), é que se trata de material pornográfico.

O quadro em causa é um dos mais conhecidos do pintor, considerado como fundador do realismo, em pintura e evidentemente, causou escândalo na época, tanto pelo tema retratado como pelo título escolhido, “A origem do mundo”. Presentemente, está em exposição em Paris, no magnífico Museu D’Orsay (conhecido antro de tráfico de materiais pornográficos, como se sabe).

Confesso que não entendo o que andam alguns elementos da nossa “justiça” e da “ordem” a beber ou a fumar, mas deve ser coisa forte pra caraças!

* Escolhi esta imagem com anjinhos porque, a propósito do primeiro acto, todas as imagens que encontrei eram de facto pornográficas e sobre o segundo acto... bem... porque não estou disposto a que me entre por aí um "anjo", mas da Guarda e me apreenda o blogue. De qualquer maneira, à vossa responsabilidade, podem ver o quadro AQUI.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Zeca, José Afonso, Grândola...







Todos os seres humanos são eternos enquanto durar a sua presença na memória dos seus familiares e amigos. Os grandes artistas têm o condão de, para além das suas obras, criarem famílias novas, que crescem dia a dia, como ondas circulares num lago, famílias que muitas vezes continuam a crescer exponencialmente, conquistando gerações, muito para além da sua morte física.

Vivem intensamente num quadro, num livro, nos versos que se dizem de boca a ouvido, como carícias, nas cantigas que nos estremecem, como constantes despertares, no brilho dos olhos das pessoas que os amam.

O Zeca é desses! Vinte e dois anos depois de partir, faz o mesmo sentido e está ainda mais presente do que antes, na vida de cada vez mais pessoas.

Fiquem com este vídeo de uma emissão da Televisão Galega, com a participação de alguns “cantautores” portugueses (ouvir o apresentador) mais os “Cantadores do Redondo" e entre os artistas de lá, a presença destacada de Luís Pastor, madrileno que há muitos anos canta Zeca por toda a parte, Uxia, galega, que faz exactamente o mesmo e o Benedicto, igualmente galego, que tanto caminho fez cantando com ele por lá e connosco, por cá, em tantas dezenas de sessões de cantigas, antes e depois de Abril (participei numa boa mão cheia delas). Os outros todos, que enchiam o palco e a sala, são um “produto” típico de uma certa (e encantadora) Galiza, segunda casa do Zeca, gente que sempre o amou e ainda ama... e por tabela, gosta visivelmente de nós e muito do nosso 25 de Abril.

Vão por mim, que já os ouvi e senti “na pele”.

“Grândola” – Vários Portugueses, Galegos & Companhia
(José Afonso)


domingo, 22 de fevereiro de 2009

Ladrões









Os bancos estão a conseguir lucros apenas... fantásticos. Um pouco abaixo, portanto, dos lucros fabulosos de há apenas algum tempo. Como diria o não menos fabuloso Rui Santos, “ai, ai, ai, ai, ai, ai, que isto assim não pode ser!” e ultrapassada a fase em que ganiam como cãezinhos, para conseguir os milhões de apoios do Estado, voltaram a sentir-se banqueiros e a achar natural que a melhor maneira de atacar a crise seja despedir umas boas centenas de trabalhadores.

O Domingo não é um bom dia para “cometer”, nem por pensamentos, os comentários que os nossos banqueiros me inspiram, mas na realidade eu sou suspeito, já que pertenço ao grupo de malucos que acredita haver uma quantidade de actividades que não são negócios, que juntamente com outras que não podem ser encaradas como apenas negócios, não deviam de todo estar ao alcance das manápulas dos privados, interessados apenas em criar riqueza, sim, mas a sua... e que a banca é, sem dúvida, uma dessas actividades. 
A banca é demasiado decisiva para o país e o desenvolvimento harmonioso de todas as suas actividades económicas e empresariais, da vida das pessoas que a ela recorre para se financiar, etc... para ficar nas mãos de gente que tem revelado não ser mais do que um bando de gananciosos, para não falar dos que já se revelaram como vulgares ladrões.

Por isso, a pergunta que ia fazer antes, sobre como é que esta pouca vergonha poderá ter um fim, não faz muito sentido, já que tenho a resposta/proposta debaixo da língua.

Mesmo assim... para quando?

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Grandes ditados populares






A Sal, do blogue “Mar sem Sal”, saiu-se com um achado muito interessante, motivado pela estranheza que lhe provocou o súbito “amor” que Manuela Ferreira Leite demonstra pelos trabalhadores, os seus postos de trabalho e sobretudo, as Pequenas e Médias Empresas.

No recente “manifesto” que Ferreira Leite bolçou para a comunicação social, contendo uma série de medidas para salvar a nossa economia, a dirigente do PSD apresenta-se, entre várias outras ficções, como a grande amiga das PME e dos seus trabalhadores e o seu partido como o paladino das ditas, defensor dos seus direitos, tendo desde sempre tomado para si as dores que afligem esse importantíssimo sector da nossa economia.

Tudo seria muito convincente se ninguém soubesse quantos anos esteve o PSD nos vários governos desde há mais de trinta anos, quantos anos esteve a própria Dona Manuela nesses governos e de como se comportaram em relação às PME, aos seus trabalhadores e no geral, ao país.

Para que não restassem dúvidas (e aqui entra o tal achado) a Sal foi dar uma espreitadela às páginas oficiais, na net, tanto do PSD, como do PCP, para ver que tipo de presença nessas páginas e na vida dos respectivos partidos, tinham as tomadas de posição, opiniões ou propostas apresentadas, que tivessem que ver com a vida e a resolução de problemas desses muitos milhares de cidadãos. O resultado é o que seria de esperar, mas chega a ser chocante a desproporção dos números. Enquanto no site do PCP as referências e textos são larguíssimas dezenas, preenchendo várias páginas, no site do PSD os resultados obtidos com a mesma busca à sigla “PME” é de... 7 entradas!

E assim fica demonstrado o enorme interesse e esmagador volume de textos e trabalho desenvolvido pelo PSD de Dona Manuela Ferreira Leite em prol das Pequenas e Médias Empresas. Pode ser tomado apenas como uma "curiosidade", mas convenhamos, bastante sintomática.

E assim fica, igualmente, demonstrado, quanta razão tem o nosso povo em tantos dos seus fantásticos ditados populares, particularmente neste, tão conhecido:

“Em casa da Ferreira, cara de pau!” (ou algo parecido...)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Trejeitos do passado (2)




Hoje, a patética denúncia típica de um “pobre” militante do PS mais zeloso, que teve como consequência, uma indigente decisão do Tribunal de Torres Vedras sobre uma Sátira não mais que brejeira, mas sobre um assunto sagrado, o “Magalhães”, estão escarrapachadas por toda a parte.

Foi uma espécie de jackpot que saiu à organização daquele famoso festejo carnavalesco. Se tudo não passasse de uma encenação, com um mascarado de “o fascista da terra” a fazer de bufo e outro folião mascarado de “juíza tonta” a assinar a proibição, não teriam conseguido nem um décimo da propaganda gratuita que assim tiveram nos jornais e canais de televisão.
Ao contrário, o secreto defensor de Sócrates, do "Magalhães" e dos bons costumes, conseguiu, sem querer, um gigantesco comício contra a idiotia... e o Governo.

Citando uma frase ouvida há pouco na televisão, enquanto bebia uma bica no café da esquina, dita por João Braga (nunca pensei vir a citar João Braga...), “Não há nada pior do que uma democracia sem democratas!”

De qualquer modo, este blogue é de “serviço público” e nesse sentido, o importante é encontrar soluções para o problema.

Está assim aberta a campanha para a oferta de um novo “Magalhães” ao Carnaval de Torres Vedras, mas desta vez, com imagens como deve “de” ser. À esquerda a Senhora das Candeias que lhe “alumeia” o caminho, à direita a Senhora de Fátima, que lhe revela “bué da” segredos... e ao centro o nosso Excelentíssimo Senhor Presidente do Conselho, com um ar muito consolado, “alumiado” e segredado, pelas duas Senhoras. Sempre quero ver alguém a proibir este!

Como o computador não vale nada, perdão... tem um preço muito acessível, em menos de um “ai!” já teremos reunido o dinheiro.

Obrigado!

Actualização: Pronto, pronto... já passou! A Senhora Procuradora-Adjunta do MP de Torres Vedras, já deixa desfilar o "Magalhães" mais atrevido. Foi só uma "partida". Afinal os Senhores e Senhoras Procuradoras do Ministério Público também têm o direito de se divertirem... ou não?

Trejeitos do passado




Até ontem à hora de jantar, estava convencido de que o elemento mais inútil das nossas forças de segurança, seria o agente (pessoa decerto extremamente sensível, possuidora de um refinado gosto e magnífico praticante da arte da decoração de interiores) que incansavelmente percorre o país, de esquadra em esquadra, pondo ordem nos diversos materiais que as ditas forças da ordem vão apreendendo aos marginais, materiais esses que aparecem nas fotografias, mais “arranjadinhos” do que nas fotos de casamentos. Ainda não vi nenhuma fotografia dessas com os fatinhos Armani, os sapatos da Prada, colecção de canetas de ouro, “bugigangas” da Cartier, quadros de grandes pintores, Bentleys, Ferraris, etc, etc, na posse de alguns figurões da nossa praça... mas não perco a esperança.

Como ia dizendo, este, que eu pensava ser o tal elemento mais inútil das nossas forças de segurança, foi agora ultrapassado de forma contundente, por outra figura, a crer no que os polícias dizem, alguém de uma “instância superior”, que tem como função, inventar as desculpas estúpidas que os agentes têm que dar aos cidadãos, sempre que não conseguem desarrincar uma explicação inteligente para justificar as suas acções.

Eu esclareço. Estava mui descansado a ver um dos telejornais, quando passa uma peça mostrando um grande grupo de jornalistas, a não fazer nada, nem de bom nem de mau, em franca cavaqueira uns com os outros no passeio público da via pública, em frente às instalações do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), esperando novidades dos interrogatórios a gente envolvida no caso FRIPÓR.

Parece que a certa altura, os polícias lá de dentro terão dito qualquer coisa bem fundamentada como “os senhores não podem estar aí!” e como os jornalistas, certamente, não perceberam muito bem, foi imediatamente chamada uma carrinha da Força de Intervenção Rápida da PSP, cheia de fortes, intervenientes e rápidos agentes da PSP, que informaram os “senhores jornalistas”, num discurso já entrecortado de vários “está bem?” bastante crispados, que por razões de segurança (não entendi se os jornalistas estavam em risco ou se eram a ameaça), ia ser feito um “perímetro” da dita segurança... e os “senhores jornalistas terão que funcionar fora dele! Está bem?!!!”

- Desculpe... essa ordem vem de onde?

- Instâncias Superiores!

E pronto! A coisa lá prosseguiu, com os repórteres fora do “perímetro”... e dezenas de transeuntes, que continuaram pacatamente a fazer o seu caminho, ostensivamente por dentro do sagrado “perímetro”, de que nem chegaram a ter conhecimento.

Temos um país inquietantemente polvilhado de idiotas, que para nossa desgraça logo foram arranjar emprego (e em grande número) exactamente nas “instâncias superiores”.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Não é grande orador quem quer!


Eu estou a ficar doido, ou esta miúda (12 meses) está a fazer muito mais sentido a "descrever" o seu dia de infantário, do que o Senhor Presidente do Conselho, a maioria dos seus Excelentíssimos Ministros, Cavaco Silva e alguns dos seus (ex) Excelentíssimos Ministros, uns tantos “baluartes” do nosso mundo empresarial e financeiro, os Cardeais...

Pode lá ser! Vou tomar um chá de ervas... e depois volto a ouvir.


“Há que dizer-se das coisas o somenos que elas são”




Mais de trinta anos de governos centristas, centrados na grande empresa de voltar a colocar nas mãos dos mesmos quase tudo o que Abril lhes tirou e fechar muitas das portas que Abril abriu, centrados na contabilidade e desprezando a economia, centrados nos favores e ignorando a justiça, trouxeram o país até ao lugar que tristemente ocupa, a cauda de uma Europa sem a chama de um verdadeiro projecto para os povos que a compõem.

Trinta anos de traições grosseiras e venais aos valores que antes (pelo menos alguns) diziam defender, a amálgama indiscernível em que se tornou aquilo a que a classe dominante chama pomposamente “ o arco da governação”, ajudou (propositadamente) a criar o mito do “eles são todos iguais” e a criar um gigantesco exército de gente que Brecht descreveu como “analfabetos políticos”. Estes, hoje, estão por toda a parte, atascados em futebol, jornais especializados em crimes e afogados em cerveja e vinho, regougando pelos cafés o seu ódio à política, aos políticos, sindicatos, partidos... e no tropeção a seguir, aos imigrantes, negros, ciganos, etc...

Este jogo do grande capital acabou por ficar um pouco fora de controlo dos próprios capitalistas. Muitos anos seguidos a cuidar da sua vidinha, empresas e fortunas cada dia mais obscenas, foram deixando para as coisas da governação, num primeiro passo, os seus quadros mais dispensáveis, depois, a cada eleição, “funcionários” cada vez mais baratos. Neste caso, infelizmente, barato quer dizer imprestável e pedestremente incompetente.

O país está nas mãos de vendidos, que passam a maior parte do tempo das suas inúteis passagens pelos gabinetes governamentais, fazendo contactos e preparando o caminho para os grandes cargos que irão ter no sector privado depois dos “serviços” prestados, enquanto algumas instituições da nossa economia e tecido empresarial foram tomadas de assalto por corruptos, em não poucos casos, vulgares bandidos.

Os anos de eleições, e este 2009 está recheado delas, são os anos de todas as promessas, todas as mentiras e da repetição já nauseante das fábulas com que se vão perpetuando no poder.

Cada vez mais, é tempo de, como dizia o Ary, “dizer-se das coisas o somenos que elas são”. É tempo de multiplicar por muitos os esforços para desmascarar os lobos que se nos irão, mais uma vez, apresentar disfarçados de “avozinhas”.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A sorte deles é que o seu Deus, ou não existe... ou não os ouve!






Esta espécie de mostruário de cortinado de rendinhas é um cardeal. É um tal Saraiva Martins. O senhor Saraiva Martins acha coisas. É um talento natural.

Visivelmente afectado, ou por algum fumo esquisito (e pelos vistos, fatal para cardeais) que paire no ar da Figueira da Foz, ou pela Fátima Campos Ferreira e as suas famosas olheiras, ou pela perigosa proximidade das bailarinas do Casino e as suas mamocas livres e saltitantes, deu-lhe para fazer confissões íntimas e desatou a falar “daqueles rapazes que não gostam de raparigas” (ou raparigas que não gostam de rapazes), os quais, quase sempre, não têm a chance de ter uma profissão em que isso esteja “justificado” e perfeitamente disfarçado, mesmo andando pela rua vestindo rendinhas como o "nosso" cardeal.

As declarações do traste, sobretudo o “ar” com que as fez, podem ser vistas em vídeo de que dou apenas o link (ainda pensei colocar aqui o vídeo, mas um blog vomitado fica um nojo).

Segundo esta luminária, os homossexuais são “anormais", não podem educar filhos... o cardápio do costume. Depois acrescenta mais uma tantas baboseiras, que nem vale a pena repetir, algumas copiadas do cardeal de Lisboa. Quando é que a vergonha fará uma visita a esta gente?

Ainda por cima, a enorme “sorte” de alguns (infelizmente, demais!) é que muitos dos actos que praticam no recato dos seminários, colégios e sacristias, continuam a ficar cobertos por um manto de silêncio e sem sinais de terem alguma vez acontecido. Os rapazinhos, apesar das marcas que lhes ficam para toda a vida... não engravidam!

Desculpem a brutalidade. Parece que me irritei “um bocadinho”...

Insensibilidade e falta de bom senso



Devo informar que não cometi nenhuma espécie de trucagem ou manipulação nestas fotografias. Estão exactamente como a Ministra as tirou, para uma entrevista num jornal semanal de grande tiragem... “expressamente”.

As crianças em idade escolar, distribuem-se por um vasto leque que vai dos muito “tapadinhos” até aos potenciais génios. Em todo este leque existem crianças que sofrem de dislexia, nas suas várias formas e graus de gravidade.

Todas as crianças disléxicas, em menor ou maior grau, têm uma coisa em comum, que é a dificuldade de aprendizagem, igualmente maior ou menor, mas que quase sempre justifica (pelo menos nos países civilizados) um acompanhamento especial na escola. Não para o nosso Ministério da Educação!


Já nem fico surpreendido! Para todos os efeitos, a Dona Maria de Lurdes Rodrigues, a inefável Ministra da Educação e os seus Secretários de Estado, também são considerados pessoas normais pelo mesmíssimo Ministério...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fantasia de Natal




Enquanto o Governo de José Sócrates gritava aos quatro ventos que um novo aeroporto fora da Ota “jamé”, a verdade é que a Terra ia rodando, alguns pesos pesados do PSD, manobrando, o próprio Presidente da República, pressionando e aqueles inefáveis rapazes, quase todos vindos dos governos de Cavaco, que se entretinham com uns negócios escuros na SLN, dona do BPN, foram comprando terrenos. Muitos terrenos!

As compras arrastaram-se por alguns meses, mas lá por Dezembro, no Natal de 2007, estavam concluídas, poucos dias antes de o Governo anunciar a nova localização do Aeroporto Internacional de Lisboa. E onde se situam esses terrenos? Pois... junto ao novo aeroporto!

Custa-me a crer como é que um país como o nosso, gerido por seres de uma inteligência e capacidade de previsão tão extraordinárias, não está na vanguarda da Europa...

Quem foi o brilhante empreendedor que deu este presente de Natal ao BPN, que ao que se diz, só por si seria capaz de cobrir a falcatrua de muitos milhões do Banco Insular? Um senhor, amigo e (ao que parece) parceiro de golf de Dias Loureiro (o qual, obviamente, nesta altura já não se lembra dele), grande parceiro e cliente do BPN para toda a sorte de negócios e investimentos imobiliários, mas que neste caso, não podia ter mais cara de “testa-de-ferro”, o senhor Fantasia.

E se alguém, acabado de chegar de fora, me perguntar “ó Samuel, que merda é esta que se está a passar em Portugal?”, eu terei que responder:

-Esta é a “fantasia” a que várias décadas de governos PS-D nos conduziram. Nem queiras conhecer a realidade!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Oh!... Se calhar você diz isso a todas...







Como é que se pode ser suficientemente parolo, para, a partir de uma carta ostensivamente genérica, enviada para (pelo menos) toda a lista de presidentes, monarcas e primeiros ministros que felicitaram Barack Obama pela sua eleição, assumir que o presidente dos EUA lhes escreveu, pessoalmente?

O pessoal de Cavaco divulga a “sua carta” e o de Sócrates apressa-se a gritar “Também recebemos! Também recebemos!”

Como é que, mesmo admirando a pachorra dos serviços da Casa Branca, que se deram ao trabalho de introduzir ligeiras diferenças nos textos, certamente apenas para as cartas que iriam enviar para mais do que uma personalidade do mesmo país, esta gente não consegue (ou não quer) ver que tudo naqueles textos é um pro forma?

Como é que perante uma palermice destas, a imprensa e as televisões embarcam em títulos patéticos como:
“Obama escreve a Cavaco”,
“Obama conta com a ajuda de Cavaco”,
“Obama propõe a Cavaco acção conjunta para um mundo mais seguro”,
“Carta de Obama a Sócrates quer reforçar relações para edificar um mundo mais seguro”

Só faltam títulos a dizer “olhem para o respeitinho que o presidente da América tem pelos portuguesinhos”... “afinal, lá fora, somos muito considerados”...

Desgraçadamente, ao Rei de Espanha, em vez de encarregar o seu staff de enviar cartas tipo “chapa 3”, Obama telefonou pessoalmente, em directo e a cores.

Grrrrrrr! Gaita! Apre! Apre! Que raiva!!! Rais parta os espanhóis...

Indiferença




Já nos vamos habituando, ainda que não conformados, à forma de tratamento que os jornais, televisões e comentadores vários, vêm dando a casos como a recente invasão violenta de um Centro de Trabalho do PCP, por gorilas de uma empresa que não gostou de um comunicado distribuído aos trabalhadores à porta das suas instalações, a condenação no Tribunal de Viseu, de dois jovens, por escreverem num viaduto da cidade, um anúncio ao seu congresso, pressões sobre os professores sindicalistas, com ameaças de prejuízo para as suas carreiras, perseguição generalizada a dirigentes sindicais, o reaparecimento em força do execrável exército dos “mais papistas que o papa”, sempre dispostos a defender violentamente os chefes, denunciando quem quer que seja que lhes pareça “do contra”, a constante ocultação da maior parte das realizações e posições daqueles que realmente denunciam a mentira em que assenta este sistema político, o clima de constante terror imposto a milhares e milhares de trabalhadores precários, que têm a sua sobrevivência sempre nas mãos do patrão... e incontáveis outras situações que nem é preciso enumerar.

Os órgãos de comunicação social da classe dominante, fazem-no por militância, para servir os donos. O efeito desejado é cultivar a indiferença. O espírito do “isto sempre houve e haverá”, a ideia de que não existem propostas alternativas. Uma indiferença surda e cega, apenas interrompida aqui ou ali, por campanhas “solidárias” mais ou menos beatas, que nunca denunciam nem atacam as causas da miséria que pretendem combater.

A indiferença é um flagelo. Nunca saberei exactamente onde se situa a fronteira entre a indiferença provocada pela ignorância e a indiferença “criminosa” dos que têm sempre o célebre “eu quero é o meu” como credo.

Desgraçadamente para uns e outros, qualquer que seja o tipo de indiferença, ela é sempre suicidária. Quando passar pela nossa rua a cavalgada dos assassinos da liberdade, ao contrário da estória bíblica da matança dos primogénitos, não haverá sangue de cordeiro aspergido nas ombreiras das portas, que os salve.

Essa cavalgada tem que ser detida. É preciso que os indiferentes sejam acordados... o que me traz sempre de regresso a este terrível texto de Brecht:

Primeiro levaram os comunistas,

Mas eu não me importei

Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,

Mas a mim não me afectou

Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,

Mas eu não me incomodei

Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez

De alguns padres, mas como

Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim

E quando percebi,

Já era tarde.

(Bertolt Brecht)


Adenda: Embora sabendo que existem discussões sobre a verdadeira autoria deste texto, normalmente atribuído a Brecht, decidi publicá-lo, pois o texto em si é que me interessa, dando-o como autor, como faz a maioria das pessoas que o citam.
Um leitor do blog (que não gosta de andar pelas primeiras páginas) já me enviou por mail duas pistas sobre autorias “alternativas”, a saber, o poeta russo Maiakovski e (ainda mais interessante) o Pastor Niemöller, ele próprio vítima dos Nazis.
Mesmo o texto do poema tem mais do que uma versão.
Quem achar que pode contribuir com tijolos para esta construção… não se coíba de o fazer mesmo aqui, na caixa de comentários. A BlueVelvet já tinha dado “um toque”, quando se referiu ao Maiakovski…

Abreijos colectivos!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Conferência Episcopal Portuguesa – Mais um oportuno comunicado




Não, não, irmão gatinho!!! Esse, não é o desígnio de Deus...z...z...z...!!!

Os gatinho...z... e o’rratinho...z...z... não na’ceram para serem amigo...z.

O irmão gatinho, deve comer o ratinho e não lambê-lo dessa forma libidinosa. A seguir vem o quê? Vão querer casar, também, é?... Não querem lá ver?!

Os gatinhos, para poderem comer ratinhos ou ratinha...z...z... não têm que casar. Isso é só para alguns humanos, às vezes só porque são obrigados, mas nunca, balha-nos a santa, se forem do mesmo sexo. Ainda por cima, para além de escusado, é uma coisa contra a Natureza e deixa todos os santinhos do céu muito tristes e o Santo Padre a falar com uma vozinha ainda mais fininha e tremelicante. Além de que fica com a boca cheia de pelos (o irmão gatinho, claro).

Ide pois na santa paz e portai-vos bem!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Dias Loureiro - "O Esquecedor"





Dias Loureiro “não tinha conhecimento” de uns negócios em Porto Rico, uma das muitas parcelas da conta ruinosa dessa gigantesca fraude que é o chamado "caso BPN", propriedade da SLN, de que foi administrador. Coisa pouca... apenas umas dezenas de milhões de euros, que agora andamos todos a pagar para cobrir o buraco financeiro do banco, enquanto o traste se passeia nos seus carros de luxo e exibe desavergonhadamente as mordomias de que goza.

Entretanto, descobre-se que a sua assinatura aparece nos contratos desses negócios... Não há problema!


Primeiro, acho que Dias Loureiro deve rapidamente divulgar o nome dos comprimidos que toma para esquecer tão profundamente estas coisas. Daria um enorme jeito para resolver milhares de processos pendentes nos Tribunais.

-Ninguém se lembra de nada? Dou uma, dou duas... três! Caso encerrado! Seguinte...

Segundo, é uma grande ideia continuar no Conselho de Estado. Vai que Cavaco Silva se passa dos carretos e resolve fazer o mesmo que uma grande parte dos seus antigos Ministros e Secretários de Estado já fez? Encher os bolsos com uns valentes milhões?

Não arranjará em parte alguma melhor “conselheiro”. Na condição de que depois se esqueça rigorosamente de tudo.

Cavaco Silva - "O visitador"








Ontem, sexta-feira, a cidade onde vivo foi visitada por Sua Excelência o Presidente da República. Veio assistir a um evento de carácter bastante afastado, para dizer o mínimo, daquilo que são os seus interesses conhecidos e ao qual só assistiu quem tinha mesmo que assistir. Tratava-se de uma visita ao “Espaço do Tempo”, projecto artístico dirigido pelo coreógrafo Rui Horta, por onde passam em cada ano, para além de largas dezenas de trabalhos na área da dança contemporânea, não menos dezenas de outras propostas artísticas, vindas de outras áreas e que fazem as delícias dos fans das artes performativas.

Pessoalmente, dada a arreliadora alergia que me provoca o ilustre convidado, guardei uma distância segura, não somente do evento como da própria cidade. Por uma questão de segurança, fui até Lisboa...

Ao que sei, correu tudo normalmente e podem os meus estimados leitores e leitoras descansar o espírito, já que cidade tratou de devolver o Senhor Presidente à capital do país, não direi em bom estado, mas pelo menos, rigorosamente no estado em que cá chegou.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Conversa em família




Ainda sou do tempo em que o “Jerónimo Martins” era uma loja no Chiado, na esquina mesmo em frente, à esquerda de quem saía da porta principal dos Grandes Armazéns do dito. Era uma espécie de mercearia de luxo. Acho que nunca lá comprei fosse o que fosse... mas era muito agradável à vista. Ardeu, como muitas da vizinhança.

Hoje, Jerónimo Martins é um daqueles grupos económicos esmagadores, dono de várias “marcas” de grandes superfícies e hiper-mercados, entre outras coisas, está espalhado por todo o território nacional, tem tentáculos, perdão, ramificações em vários países... e teria na consciência, se fizesse uso dela, o peso da responsabilidade pela ruína de vários milhares de pequenos comerciantes.

Numa recente reunião de representantes de empresas ditas “familiares”, o traste que presentemente ocupa o lugar de “chefe da família” do Grupo Jerónimo Martins, depois de várias baboseiras avulsas, passou em voo rasante sobre as responsabilidades do sistema capitalista e dos capitalistas (como ele) na grave crise que o mundo atravessa, preferindo culpar por todas as dificuldades que sofremos, os partidos em geral, a Assembleia da República e, sobretudo, os “cretinos” (sic) dos sindicatos, que esses sim, segundo ele, estão a dar cabo das empresas e da sociedade...

Terminou com uma girândola de belo efeito, afirmando que “a iniciativa privada não tem que aturar isto”, rematando com o poderoso morteiro “se assim for, passem muito bem que nós temos para onde ir!”

Não me apetece particularmente tecer comentários sobre a brilhante dissertação deste cavalheiro, um tal Alexandre Soares dos Santos, apenas destacar a extraordinária capacidade de antecipação que o homem tem. É que quando ele declarou que tinha para onde ir... eu estava a poucos, pouquíssimos segundos de o mandar exactamente para lá!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sócrates - Esgotamento nervoso?











Pelo ar destrambelhado e histérico com que, por estes dias, José Sócrates responde às perguntas que lhe fazem na Assembleia da República, não faltará muito para o vermos, na rua, se alguém por infelicidade lhe perguntar nem que seja “que horas são?”, a pousar a canastra no chão, descalçar as chinelas, pôr a mão... não... a mão na anca, ele já põe agora, e desatar aos gritos com o ou a infeliz.

-O que você quer sei eu!
-Eu percebo muito bem!
-Você não quer saber as horas! Você quer é falar do “fripór”!...
-Isso é um insulto!!!

...e mais um chorrilho de “forças ocultas”, a criarem, “campanhas negras” e “assassínios de carácter” (bem gostava eu de saber... bem... só se for assim como que uma espécie de assassínio virtual...), e por aí fora ad nausea.

Seria hilariante, não fosse a infelicidade de o sujeito estar à frente do Governo do país.

Adenda: Com o meu pedido de desculpa ao Zé Penicheiro, por associar uma das suas varinas à patetice deste texto.

Israel – O crime compensa!



(Pintura do artista plástico polaco Zdzislaw Beksinski)

No rescaldo de uma inqualificável operação de agressão ao povo palestiniano, por parte do Governo israelita, sob o pretexto de uma hipotética caça a militantes do Hamas, operação a que todos assistimos recentemente, mais uma vez se prova que na vida real, muitas vezes, o crime compensa. Depois do assassinato mais de mil palestinianos, na esmagadora maioria, civis, e desses, uma grande parte, crianças, depois de milhares de feridos, muitos milhares de desalojados, de uma destruição generalizada e propositada de casas, escolas, hospitais e tudo o que possa ajudar aquele povo a ter uma vida quase normal, dada a situação de cerco permanente em que são obrigados a viver, os eleitores israelitas foram a votos e disseram de sua justiça.

Assim, a assassina profissional Tzipi Livni, que nos últimos tempos conseguiu provar por palavras e actos, ser tão agressiva e mortífera como os políticos da extrema direita, religiosos fanáticos que defendem o extermínio dos palestinianos e a “deslocação” até dos próprios árabes israelitas, foi premiada com uma grande votação.

Os partidos ainda mais à sua direita, incluindo os mais extremistas e assumidamente racistas, viram as suas votações substancialmente aumentadas.

Independentemente dos negócios, alianças e compromissos (e avales dos EUA) de que venha a resultar o próximo Governo de Israel, os eleitores israelitas, uns por cobardia, outros por omissão e muitos, infelizmente, por convicção, deixaram bem claro aquilo que pensam sobre a paz na região. Mostraram também que, com o maior à-vontade, conseguem votar em partidos tão ou mais radicais que o Hamas, o que, estranhamente, parece não ofender por aí além as “democracias” ocidentais.

Mostraram a sua verdadeira face... e não é bonita de se ver.

Adenda: Para poupar o incómodo a algum comentador que não me conheça de parte nenhuma e vá perder tempo a chamar-me anti-semita, na caixa de comentários, informo já que não sou, desde sempre, por convicção... e nem preciso de fazer piadas com o facto de me chamar Samuel.
Da mesma maneira, também não vale a pena acusar-me de terrorista. Aliás, se alguém encontrar alguma coisa escrita por aqui e por mim, apoiando o terrorismo, aprovando os lançamentos de rockets, de forma cega, sobre território de Israel e os métodos do Hamas e do Islão radical e fundamentalista... ganha um alguidar de plástico, "um calendário ilustrado e pilhas p'rá telefonia".
Se eu quisesse pertencer a uma religião frequentada por (infelizmente, muitos) fanáticos fundamentalistas, intolerantes e capazes de eliminar fisicamente os seus adversários por dá cá aquela palha, teria o catolicismo, aqui mesmo à mão de semear.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

TVI - Nem se dão ao trabalho de disfarçar




Atormentado pela angústia de não saber se a jornalista/cronista Fernanda Câncio já teria, ou não, aceite o convite do novo canal TVI 24, para integrar o painel de comentadores do tal programa de que aqui falei... fui informar-me. O resultado é assombroso!

Primeiro, para meu descânsio, a Fernanda já aceitou.

Segundo, descobri que o pessoal da TVI 24 não tem parado um instante. Se o pluralismo de ideias, de que falei antes, já era brilhante, então agora o que se avizinha é de encandear qualquer mortal.

A saber:

Mais um programa de debate sobre assuntos na ordem do dia. “Debatedores”, Augusto Santos Silva & Morais Sarmento.

Um frente-a-frente, certamente sobre assuntos económicos. Economistas em “confronto”, Pina Moura & Braga de Macedo.

Programa de comentário sobre temas quentes da semana. Comentadores, Vasco Pulido Valente, Vital Moreira & Rui Ramos. Sobre este último (historiador), dado ser, penso eu, menos conhecido, direi que é um daqueles neo-cons, neoliberais, ou lá como raio se chamam, carregados de diplomas e atascados em conservadorismo do mais reaccionário, agressivo e trauliteiro (penso eu, mais uma vez).

E pronto. Perante o esplendor da cultura democrática e pluralismo político e de ideias que emana desta programação projectada pelo novo caneiro da TVI, só me resta retirar tudo o que disse sobre a falta de vergonha dos programadores, arrepender-me muitíssimo e penitenciar-me assaz.

Nesse sentido, fui ali a casa de um vizinho que é da “Opus Dei” e tem sempre um cilício a mais para emprestar, cilício que como se pode ver pela fotografia, já tenho posto no braço... e bem apertado.

Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa!

Salazar teria batido a bota muitos anos mais cedo... se o ridículo matasse!





Por mim, não vale a pena discutirem muito. Basta-me saber (vi alguns pedaços...) que a dita série é muito fraquinha.

Sobre aspectos bem mais sérios, como a já recorrente lavagem histórica e, pela enésima vez, a patética tentativa de humanização do ditador e assassino, a minha “opinião” é que podem enfiar a série em vários sítios, sendo que nenhum deles é o horário nobre da televisão. Entre outras coisas, porque não estou nada, mas é que mesmo nada interessado em saber que António de Oliveira Salazar era um garanhão compulsivo que saltava para a cueca a tudo o que se mexesse e usasse saias... e isto não é, nem deixa de ser, uma insinuação sobre os seus colegas de seminário, ou o seu grande e querido amigo especial Manuel Gonçalves Cerejeira, que chegaria a Cardeal.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

“E se alguns se deixarem comprar? Será que conseguimos dividi-los?”




Não vale a pena entrar em muitos pormenores sobre as novas ideias do Ministério da Educação, apresentadas pelo injustificável secretário Pedreira. Para isso existem os links para a imprensa.

O que quero mesmo é apreciar assim no geral a grandiosa visão deste governo e da Marilu sobre o que é uma relação com os professores, baseada na dignidade. A saber, para quem atingir umas quantas vezes as classificações de “excelente” e “muito bom”, mesmo dando de barato o facto de estas classificações não se poderem atingir apenas pelo mérito, já que existem quotas, quem, como dizia, por mérito, sorte... e principalmente por ter obedecido à ministra, alinhando nesta avaliação, atingir estas classificações, em dois anos consecutivos, ou intercalados e blá, blá, blá... terá direito a um vencimento e meio, nuns casos, ou um vencimento, noutros como suborno, perdão... como prémio pela sua “excelência”.

Já que neste Governo a vergonha não existe e pelos vistos, pelo menos se considerarmos os milhões que são enterrados na banca para salvar corruptos, bandidos, ou simples incompetentes, afinal o Estado tem dinheiro a rodos, porque não criar mais alguns “incentivos”? 
Apenas como exemplo:

1. Um chequezinho de 250€ a cada professor(a) que consiga provar não ter participado nas manifestações contra a política da ministra.

2. Um chequezinho de 500€ a cada professor(a) que consiga provar que foi trabalhar em dia de greve.

3. Um vale de compras de 50€ a cada funcionário público que lamba as botas do chefe diariamente.

4. Um vale de compras, mas de 100€ mais uma entrada para o cinema, desde que seja no Freeport, para cada funcionário que tenha sobre a secretária a fotografia de Sua Excelência o Presidente do Conselho.

Experimentem... vão ver que haverá muitos candidatos. Há gente para tudo!...

Pablo Picasso - o que é uma imagem?




Numa das minhas costumeiras andanças pela net em busca de imagens para comentar, ou que ilustrem o que quero dizer, detive-me algum tempo "em casa" de Pablo Picasso, saboreei o seu génio, surripiei-lhe a “Guernica”, que já aqui publiquei e fiquei absolutamente espantado a olhar para este magnífico auto-retrato, uma obra da sua juventude.

E o que é que este auto-retrato de Pablo Picasso tem de extraordinário? Então não estão a ver? O jovem Picasso via-se a si próprio como... um jovem Álvaro Cunhal!

Olha que ele há coisas!...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Atrevimento saudável - "Arestas de Vento"




No Pinhal Novo, ali junto a Palmela, há uma rádio local. É a “Popular FM”.

Nada de extraordinário, poderíamos pensar, dada a verdadeira floresta de rádios locais que existem por esse país fora. O que é que me faz falar desta, em particular? É a ousadia que os detentores da antena demonstram, ao terem na sua programação um programa que vai para o ar aos Sábados, entre as 16 e as 19 horas, intitulado “Arestas de Vento”, criado, produzido e realizado com um saudável atrevimento pelo Ricardo Cardoso, primorosamente assistido (na técnica e não só) pela Céu Campos.

Porque é que lhes chamo “atrevidos”? Porque numa altura em que o que está a dar é não fazer ondas e deixar-se ir com a corrente, este casal de radialistas teima em andar exactamente contra a corrente, fazendo deste seu “Arestas de Vento” um momento de cultura, de lucidez, de resistência, de polémica (quando tem que ser), passando a música que, para dizer o mínimo, não está na moda e ocupando as duas horas do programa com uma grande entrevista a pessoas da sua escolha e simpatia. Assim de memória, nos últimos tempos, são exemplo desse “atrevimento” as entrevistas a Pedro Namora, Fernando Tordo, eu próprio e neste Sábado que passou, o escritor, resistente antifascista, dirigente do PCP e director do Jornal Avante!, José Casanova.

Foi uma grande entrevista! Ouvi-a em gravação, ontem, entre a uma e as três da madrugada. Não me alargo mais nos elogios, porque tanto o entrevistado como o entrevistador, falaram de mim, em termos que me deixam muito honrado e sobretudo, porque a “banda sonora” que foi acompanhando a entrevista, foi quase exclusivamente composta de canções minhas, sendo a única excepção uma pérola rara, a “Roseira Brava”, cantada como fado tradicional na voz do saudoso amigo José Labaredas, homem do Couço, da cultura, da gastronomia, da amizade sem "truques" e sobretudo, um grande ser humano.

Para saberem exactamente do que estou a falar, este link levar-vos-á até à página do blogue “Arestas de Vento” onde estão as gravações do programa (chegando lá, basta clicar no "play"). Este outro link, é da página principal do blogue, onde o Ricardo, entre outras coisas, publica algumas das reacções de ouvintes do seu programa.

Votos de continuação do bom trabalho, para a Céu Campos e o Ricardo Cardoso... e parabéns!

Esquerda!!! Voooooolvêr!!!




Depois de devidamente ocupado parte do território da direita e saqueadas as tulhas onde esta guardava as suas políticas, políticas essas que o PS tem usado e abusado (sobretudo, abusado), chegou a altura de Sócrates e os seus propagandistas se lembrarem de que alguns militantes do seu partido ainda têm ideias, sonhos, projectos de esquerda e que os seus corações ainda estão tocados pelo espírito de Abril.

Assim, passada a fase das baboseiras genéricas, tipo “nós é que somos o partido popular da esquerda moderada”, Sócrates decidiu passar ao ataque, arranjando “bandeiras” concretas para jurar as suas convicções de esquerda “mesmo à séria”.

Até aqui tudo bem. Se o homem já enganou tantos milhares de portugueses, porque é que não há-de tentar voltar a enganar, mesmo os militantes e simpatizantes do seu próprio partido, sobretudo aqueles que já estão desiludidos, desconfiados, ou mesmo perdidos? O que é patético é que as “bandeiras de esquerda” que conseguiu inventar, assim de repente e a ver pelas suas mais recentes intervenções públicas, limitam-se a pouco mais que a regionalização e o casamento dos homossexuais, tanto homens como mulheres.

Sua Excelência o Presidente do Conselho, lá sabe!... De qualquer maneira acho que é minha obrigação chamar a sua Excelentíssima atenção para duas ou três coisas.

1. Neste momento, dada a situação económica e social que se vive no país, o povo português sente-se tão motivado e mobilizado para discutir a regionalização, como para se descalçar e desatar aos pontapés a paralelepípedos da estrada.

2. Uma grande parte dos homossexuais, tanto gays como lésbicas, já são casados, quase todos pela Igreja, têm filharada a perder de vista... só que para disfarçar, eles, os gays, casaram-se com mulheres e elas, as lésbicas, casaram-se com homens. Alguns e algumas (não vá alguém suspeitar de alguma coisa), são mesmo quem mais bate no peito e pede castigos divinos para “esses desviados”, ou “doentes”, como lhes chama o Cardeal Patriarca.

3. Dos restantes gays e lésbicas, os assumidos, que obviamente têm todo o direito a casar-se, divorciar-se, amigar-se, juntar-se, o que quiserem, sem que matilhas de beatas e “mal resolvidos” venha apontar-lhes o dedo e dizer-lhes o que devem ou não devem fazer das suas vidas privadas, quero crer que muitos, neste momento e repito, dada a situação económica e social em que estamos, para a qual Vossa Excelência largamente contribuiu, estão muito mais interessados em serem homossexuais com empregos e futuro, mesmo continuando solteiros por mais uns tempos, do que casados e desempregados. Prioridades... tá a ver?

Mas continue a esforçar-se, senhor Primeiro Ministro! Vai ver que mesmo sem o sentir nem pensar, um dia destes consegue dizer alguma coisa realmente de esquerda...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A grande onda




Adoraria ser capaz de escrever algo de interessante, ou pelo menos inteligível, sobre a imponente força deste mar, da fragilidade patética dos barcos e da coragem dos homens, que tanto se vêem nos quadros deste pintor japonês, Katsushika Hokusai (1760-1849), como é o caso deste (talvez o mais famoso), “A grande onda”... mas não sai nada. Fico apenas a olhar, feito tolo!