domingo, 31 de janeiro de 2010

O direito de viver em paz



A noite passada vivi-a com gente daqui e de longe. Gente que ama a Paz. Vieram de vários países do mundo até Lisboa, até à Casa do Alentejo. Vieram reforçar a roda de dança que Pablo Picasso sonhou e sem a qual a Humanidade não sobreviverá.

Depois de uma tarde de palavras, ideias, empenhamento e projectos, a noite foi de convívio e algumas canções. Como esta:

“El derecho de vivir en paz” – Victor Jara
(Victor Jara)

sábado, 30 de janeiro de 2010

A República, João Cutileiro, Laetitia Casta... e uma guerra de bustos


A República Francesa gosta de se fazer representar pela sua figura feminina mais famosa desde o dealbar (gosto da palavra dealbar) do Século XVIII, o busto da célebre "Marianne". Aqui em cima podem ver um dos exemplares mais antigos (é a da esquerda, naturalmente!). Os republicanos portugueses foram beber a França alguns dos seus ideais e alguma iconografia, como por exemplo... o busto que representa a República Portuguesa. A nossa “República” não será exactamente uma cópia, mas anda lá muito perto.

Os republicanos franceses têm sido algo irrequietos no que respeita à sua República. A cada mudança de vulto, vão encerrando uma e inaugurando outra e outra... com direito a numeração e tudo. Neste momento já vão na 5ª. Os bustos da “Marianne” não têm escapado a esta evolução. Pelo menos a partir dos anos sessenta do Séc.XX, a cadência dos “upgrades” tem sido frenética e a lista de musas inspiradoras, notável. Já foi feita à imagem de Brigite Bardot, de Mireille Mathieu, etc., etc. Uma das últimas, a penúltima, se não estou em erro, foi a jovem modelo e participante em vários filmes, Laetitia Casta, que também podem ver na imagem (é a da direita, evidentemente!).

Já em Portugal, não! Desde que foi esculpido por José Simões de Almeida em 1912, o nosso busto nunca mais foi mexido, passe a expressão, nem ninguém parece alguma vez ter-se importado com o facto. Até agora!

No ano em que a nossa República comemora os 100 anos e em que existe uma pipa de massa para gastar em “performances” comemorativas, o escultor João Cutileiro, certamente não por ser escultor e estar interessado na encomenda, mas por genuína preocupação com momentoso problema do busto, descobriu que lhe faz «muita impressão que o nosso busto da República seja uma cópia do francês».

Infelizmente para o nosso progresso, não deve valer a pena as nossas “letícias castas” candidatas a musas inspiradoras começarem a arejar os seus próprios bustos inspiradores, pois são já muitas as vozes que dizem que não!, nem pensar!, o velho busto da República não entrará em obras de restauro ou renovação!

Mesmo assim, acho que o escultor João Cutileiro não deve desistir ainda. Aliado ao inegável talento para a escultura, ele tem demonstrado nos últimos anos um não menos inegável talento para se colocar nas posições certas, nas horas e locais certos, nas conjunturas mais favoráveis. Portanto, nunca se sabe...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A seguir serão os cacilheiros contra os barcos para o Barreiro...



Segundo as notícias, uma lancha da Marinha Portuguesa decidiu “presentear” uma embarcação da Polícia Marítima com umas rajadas de tiros, lá para as costas do Algarve. Ao que parece, a embarcação da polícia, depois de ganhar uma distancia segura da lancha da Marinha, arranjou maneira de se identificar como sendo “dos bons” e a coisa ficou por aí.

Ainda segundo as notícias e seguindo a melhor tradição de opacidade que caracteriza este tipo de “agremiações”, uma fonte da Marinha confirmou que se está a investigar o que terá sucedido... mas que não comenta «questões de natureza operacional». Presumo que quereria dizer questões de desorganização, falta de comunicação, ou incompetência, ou mesmo simples acidente... mas “operacional” sempre soa melhor.

Como ninguém se magoou nesta estória, pelo menos fisicamente, sinto-me à vontade para brincar com o caso, quanto mais não seja para perguntar se os exemplos que vêm de cima, com vários órgãos de soberania, desde a Presidência da República ao Governo, passando pela Justiça e Assembleia, envolvidos em recorrentes e sonoros "tiroteios", uns a sério, outros apenas teatro, outros pura aldrabice... não estarão já a contagiar as forças de segurança...

Inimigos reais



Perseguido pelo facto de ter dito que um dos erros do seu primeiro governo foi não ter apostado o suficiente na Cultura, Sócrates deve ter dado indicações para que o orçamento do respectivo ministério fosse aumentado. Fê-lo à sua imagem. O aumento foi uma ninharia irrelevante. Embora já se vejam aqui e ali focos de descontentamento quanto a critérios de distribuição de apoios, espero que a ministra Gabriela Canavilhas saiba fazer as pontes que permitam minimizar esses descontentamentos e realizar alguma coisa com o orçamento indigente que mais uma vez é reservado à Cultura.

De qualquer modo, talvez por ser uma aversão antiga, o que me ofende é o facto de o Ministério da Defesa ter um orçamento de dois mil quatrocentos e quarenta milhões de euros, bem mais, por exemplo, do que o reservado para a agricultura e pescas. Como é que se convence esta gente de que uma das coisas que ameaçam realmente o nosso país e o nosso povo é a dependência do estrangeiro, sendo que uma das piores dessas dependências é exactamente a alimentar? Como fazê-los ver que é obsceno ajudar a enriquecer importadores, intermediários e grandes retalhistas, que enchem as nossas despensas com produtos que em boa parte podiam e deviam estar a ser produzidos nos vastos milhares de hectares de campos abandonados, ou pescados pelas frotas que, criminosamente, fizeram abater? Como fazê-los ver os milhres de postos de trabalho que essa produção e transformação de produtos implicaria e como seria assim revertida muita da desertificação do interior, diminuindo a sobrelotação e falta de qualidade de vida do litoral?

Quanto aos restantes orçamentos dos vários ministérios, individualmente, não faltará quem acertadamente os analise um por um... mas se descermos pela lista, até ao último, lá está o Ministério da Cultura, a olhar para os 2.440 milhões da Defesa... e agarrando-se como pode aos seus miseráveis 236 milhões, envergonhado. Envergonhado o Ministério e humilhada a Cultura!

Como convencer esta gente de que os nossos reais inimigos são exactamente a falta de cultura, a falta de apego e de apoio à nossa música, desde a tradicional à erudita, passando pela “canción inteligente”, como gostam de lhe chamar os artistas cubanos? Como mostrar a estes político que aquilo que nos pode fazer desaparecer enquanto povo, com uma identidade original, é a falta de amor e conhecimento da nossa língua e História e Património, por muito que o Ministério e a Ministra lhes confiram o estatuto de prioridades ? Como obrigar estes governantes a ver que, exceptuando um ou outro desportista e, felizmente, um ou outro cientista, são os nossos cantores, os nossos músicos, as nossas artes plásticas, o nosso cinema, etc., etc., que projectam no mundo uma imagem inteligente e interessante de Portugal?

Como obrigar esta gente a reparar que a Cultura não pode sobreviver durante um ano com o dinheiro que os outros ministérios estoiram numas semanas apenas, em mais uma das suas recorrentes, inúteis, faustosas e injustificadas trocas de frota de automóveis topo de gama, ostentação que deveria ser a vergonha e não o orgulho de verdadeiros servidores públicos?

Como convencer toda a gente de que estes inimigos não se combatem a tiros de canhão nem com submarinos manhosos, nem vozes de comando, nem galões?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Teixeira dos Santos – Descaramento, ou pouca vergonha?



Se existe coisa que se deva evitar, e sabem os deuses todos do Olimpo que eu tento (muitas vezes sem o conseguir), é falar de coisas, dando opiniões que, no caso de estalar a polémica, não se possam defender por falta de conhecimento profundo das matérias em discussão.

Assim, seria absolutamente suicidário pôr-me para aqui a tecer comentários “técnicos” sobre este Orçamento de Estado cozinhado com, ou melhor, pela direita, mais uma vez assente nos baixos salários e trabalho precário. Mais uma vez apontando para o costume: a incompetência dos governantes e a ganância (quando não mesmo os crimes) dos gestores vão ser pagas pelos trabalhadores.

Claro que num país formatado há séculos para viver de mitos e mentiras, formou-se um verdadeiro exército de trabalhadores e ex-trabalhadores, que apesar dessa sua condição, nem por isso deixam de alinhar com as posições mais reaccionárias que lhes vão sendo impostas. Só assim se entende que ontem, pela hora do jantar, estivesse a decorrer uma sondagem televisiva em que os resultados provisórios apontavam para mais de cinquenta por cento de inquiridos que achavam que SIM, que se devia congelar os salários dos funcionários públicos.

Como outros, este é um dos tais mitos que é muito difícil desinstalar dos cérebros “lavados” por décadas de propaganda. De que adianta dizer e mostrar que o salário médio da Função Pública nem deve passar muito dos 700 euros? De que serve denunciar o facto de muitos e muitos milhares de trabalhadores da Função Pública não levarem para casa mais do que o Ordenado Mínimo Nacional? De que adianta gritar que tantos e tantos aposentados, depois de uma vida inteira a trabalhar para o Estado, estão a perder o valor das suas aposentações?

Nada! Nada adianta! O mito segundo o qual os funcionários públicos são uns privilegiados, é inabalável!

Exactamente por isso, quando vi este homem, Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, gozando com a cara dos trabalhadores ao dizer na televisão «Vou propor aos sindicatos que este ano não se vá além do congelamento dos salários», fiquei sem palavras para classificar este “moderno e socialista conceito de proposta” e, sobretudo, sem nomes para chamar ao senhor ministro... nomes que estejam dentro das normas da educação elevada e profundamente cristã... que se vê logo que toda esta gente teve.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Morte lenta... aqui, ao pé de nós!


Imagem surripiada ao blogue "Sopro leve"

Para ilustrar algumas frases que leu sobre a “pandemia” de Gripe A, um médico francês desenhou este cartoon sobre o tratamento VIP que esta gripe e o seu tratamento tiveram em todo o mundo, por comparação com as outras doenças.

“90 pessoas apanham o vírus da Gripe H1N1 e todos querem usar uma mascara; 5 Milhões de Pessoas têm SIDA e ninguém quer usar preservativo!”

“1000 pessoas morrem com a gripe A num País rico e é declarada uma Pandemia; milhões morrem de paludismo em África, e o problema é delas...”

Entretanto, por cá, lemos que uma vergonhosamente grande parte dos portugueses, interrompem, ou em muitos casos, nem iniciam, tratamentos de que necessitam, por não terem dinheiro para os medicamentos, que no nosso país, talvez porque temos um nível de vida e um poder de compra muitíssimo superiores aos dos nossos parceiros europeus, representam uma percentagem do orçamento familiar bastante superior às desses parceiros.

É por isso que quando (ou se...) for provada a pressão, ou seja qual for a razão ou método, que levou a OMS a “empurrar” os países de todo o mundo para a decisão de despejarem fortunas obscenas nos bolsos dos donos dos laboratórios farmacêuticos, em medicamentos para a "pandemia", estaremos já não na presença de um escândalo, mas sim de um crime!

Mário Soares – Em série...



Como muito bem contou o “Cravo de Abril” num excelente texto que leva por título “É uma série portuguesa com certeza”, vamos ter série nova na RTP, lá mais para o fim do ano. Apenas para não ter que assegurar que nem eu nem o “Cravo de Abril” inventámos a estória, fui à cata do link da notícia que confirma a dita cuja.

Resumidamente, alguém resolveu borrifar com muito dinheiro uma produtora de vídeo para que, sob a direcção de um sobrinho de Mário Soares, se realize uma série de oito episódios com 50 minutos cada, de propaganda ao próprio Mário Soares, à sua Fundação e certamente vários amigos, sob o vistoso pretexto de que vão falar dos últimos 100 anos da política portuguesa, vistos pelo “olhar privilegiado” de Soares, protagonista e cicerone de toda a série.

Se virmos a lista (até agora) das personalidades que farão depoimentos e dos colaboradores que ajudarão a dar corpo à série televisiva, veremos que não há lá comunistas, o que pode querer dizer uma de duas coisas: (i) Os comunistas portugueses não tiveram qualquer papel nos sucessos políticos e desenvolvimentos históricos dos últimos (quase) 100 anos da nossa História; (ii) Os comunistas afinal sempre tiveram um papel na História... mas vai ser contado pelos “olhos privilegiados” daqueles que já nos habituaram ao anti-comunismo mais vesgo e odiento.

Mais uma vez, o país vai levar com a exibição descarada do ego desmedido de Mário Soares. Para não me estender em adjectivos que poderiam chegar a ser desagradáveis, direi apenas que Soares vendeu Portugal à CIA do seu (até hoje) dilecto amigo Frank Carlucci, direi que entregou o país ao capitalismo internacional, direi que traiu tudo o que de melhor a Revolução de Abril prometeu. Infelizmente, ainda muita gente faz o impossível para fechar os olhos e não o ver como ele é!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Obras de arte


Ponte Stabekis - Krania/Grevena/Grécia

Os engenheiros, talvez para descansar da planura e monotonia das estradas, sempre que têm que fazer um viaduto ou uma ponte, gostam de lhes chamar “obras de arte”.

De vez em quando, um desses viadutos ou uma dessas pontes... dá-lhes razão!

Pré-campanha presidencial


O "Dragão verde" é da autoria de António Ramalho, filho de Júlia Ramalho... neta de Rosa Ramalho, grande barrista de Barcelos. As asas, não!

Sendo certo que é impossível agradar a toda a população, há que fazer por agradar à maior parte. Assim, lanço aqui um sério candidato à Presidência da República... dada a indisponibilidade já manifestada pelo Galo de Barcelos.

Um Dragão, Verde e com asas de Águia Vitória.

Bem melhor do que Cavaco Silva, é! Quanto aos outros candidatos, mesmo quando os houver, durante uns bons tempos não direi uma palavra. Sape gato infalivelmente, nunca vi gato tão exterior!!!

(Eu sei que esta última frase não quer dizer rigorosamente nada, a não ser para três ou quatro pessoas em todo o mundo... mas um dia conto a estória...)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Dr. Fernando Nobre – Deixem-no fazer o que faz bem!



O Dr. Fernando Nobre é uma pessoa estimável. Desgraçadamente (mas apenas para mim), só daqui a muito tempo descobrirei, se for o caso, qual a razão que me impede de alinhar na “adoração” geral de que goza, como já antes me aconteceu (infelizmente, com razão!) em relação a outras grandes figuras, também elas esmagadoras unanimidades.

Seja como for, o Dr. Fernando Nobre é, como disse, uma pessoa estimável e a “sua” obra, a AMI, mais estimável ainda. Não é o homem nem a sua ONG que estão em causa nesta estória. Somos nós mesmos! Passo a explicar.

O Dr. Fernando Nobre, entre catástrofes e desgraças várias que requerem o empenhamento da AMI, faz uma vida recatada, não se lhe conhecendo grandes posições sobre seja o que for... para além daquilo em que resolveu empenhar-se a fundo, a medicina humanitária. Claro que a cada emergência ou catástrofe natural, ganha visibilidade, pois muito justificadamente, aparece nas televisões, apelando para a solidariedade da sociedade em geral e, evidentemente, em cada uma dessas aparições reforça a sua imagem pública de pessoa boa e inteiramente dedicada aos outros.

Tal foi o suficiente para num inquérito promovido pelo blogue “Arrastão”, em que se perguntava aos leitores “Qual o melhor candidato para vencer Cavaco Silva ou outro candidato de direita nas próximas eleições presidenciais?”, não só o nome do Dr. Fernando Nobre figurar na lista de putativos candidatos a Presidente da República, como ter ficado destacado em segundo lugar, atrás do esperado Manuel Alegre, como se pode ver na imagem dos resultados da sondagem, que teve respostas de um total de 1924 votantes.

E viva o poder da televisão! Passámos definitivamente da fase triste em que “emprenhávamos de ouvido” para a fase patética em que já emprenhamos pelos olhos!

Bom... a menos que todo o país seja declarado zona de catástrofe...


Adenda: “...faz uma vida recatada, não se lhe conhecendo grandes posições sobre seja o que for... para além daquilo em que resolveu empenhar-se a fundo, a medicina humanitária.”

Na tentativa de evitar que mais alguém tropece nesta frase, tal como na minha inócua falta de empatia com a figura pública em causa (pese embora admirar o seu trabalho), esclareço que o que quero dizer é que o Dr. Fernando Nobre é conhecido pelo seu trabalho na AMI e não por ser um notório militante de causas politico partidárias, o que não o transforma num imbecil sem opiniões sobre as coisas e o mundo, nem que não tenha aqui ou ali divulgado essas opiniões em entrevistas. Talvez tivesse feito melhor em dizer "acções" ou "militância", em vez de "posições"...

Mais uma vez, aquilo que me “encanita” é que, em manifesto desespero de alternativas, os eleitores se voltem para a primeira boa pessoa que vêem na televisão e a transformem em candidato a Presidente... e como disse, o problema é nosso, não do Dr. Fernando Nobre.

Paulo Portas - Grandes frases para a História... deste fim de semana


Paulo Portas ao lado do famoso facínora e criminoso de guerra Donald Rumsfeld, quando este o condecorou por bons serviços prestados aos EUA, tempos antes de se dedicar ao multimilionário negócio da "pandemia" de Gripe A

Mesmo passadas já tantas horas, ainda me treme o queixo e escapa uma teimosa e furtiva lágrima sempre que me lembro da profundidade patriótica da frase de Paulo Portas:


É arrebatador! Até parece uma daquelas frases à Manuel Alegre... mas dita com voz mais fininha e de cana rachada.

É uma pena que não tenha sido assaltado por um pensamento desta dimensão quando atamancou, por exemplo, aquela negociata dos submarinos... deixando o seu país sem uma boa parte do orçamento.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Anna Likhacheva - De outro mundo...





Enquanto vadiava por entre músicas para guitarra clássica, querendo fazer uma ideia mais precisa sobre uma guitarrista de que vos falarei um dia destes, sofri o muito feliz acidente de tropeçar nesta outra: Anna Likhacheva. A Anna nasceu no mês passado... bom, foi em 1993... o que é quase a mesma coisa. Diz que é russa, de Rostov, filha de guitarrista... mas na verdade é um ser de outro planeta a quem por um qualquer acidente cósmico “nasceu” uma guitarra como se de um membro extra se tratasse, guitarra que foi crescendo com ela, com a naturalidade desconcertante dos fenómenos.

O primeiro vídeo em que a vi, preparou-me para o “pior”. Anna tinha apenas 9 anos de idade e já se podia ver claramente que não era “de cá”. Depois... cresceu! O resultado é desconcertante!

No primeiro vídeo, toca “El colibri”, de Julio S. Sagreras e no segundo, o “Prelúdio nº2” de Heitor Villa.Lobos e “Fantasia sevilhana” de Joaquín Turina.

Como a peça de Villa-Lobos com que ela abre o Segundo video é, de entre todas as coisas inventadas pelo grande compositor brasileiro, uma das duas que mais gosto de ouvir, a outra é o “Choro nº1”, conheço bastantes versões deste “Prelúdio nº2”. Agora tocado pela Anna Likhacheva, voltou a ser novo. Nunca ouvi nada assim!

Cometeu esta proeza aos dezasseis anos, num concurso de guitarra, sentada em frente a uma plateia vazia, apenas ocupada pelos jurados... que devem ter ficado sem saber muito bem o que fazer...

Bom domingo!


“El colibri” - Anna Likhacheva
(Júlio S. Sagreras)



“Prelude nº2” e “Fantasia sevilhana” - Anna Likhacheva
(H. Villa-Lobos / J. Turina)


sábado, 23 de janeiro de 2010

Favores em cadeia



Ao fim de tantos anos de uma tão frutuosa relação de amizade com Portugal, o FMI é já uma instituição beneficente que não necessita de apresentações. Já todos o conhecemos de ginjeira!

Presentemente o seu presidente, ou lá o que lhe chamam, é este senhor francês, Dominique Strauss-Kahn. Trata-se de um indivíduo carregado de dignidade e credibilidade. Pertence ao selecto grupo de altos dirigentes do Partido Socialista Francês que depois das últimas eleições presidenciais, ganhas pela direita, se venderam descaradamente ao Presidente Sarkozy. Uns foram mesmo para o Governo, outros, como este Dominique, aceitaram altos cargos internacionais.

Uma das funções do FMI, para além de, sob a capa da “ajuda”, esmagar e escravizar económica e politicamente pequenos e médios países, um pouco por todo o mundo, é a de dançar esta dança macabra dos medos, que em combinação com os escroques que estão à frente dos países em dificuldades, tem como objectivo vergar as lutas e reivindicações dos trabalhadores desses mesmos países. As tácticas são as mais variadas. Uma delas é esta que agora tentam aplicar a Portugal:

Primeiro, Constâncio, do alto da sua poltrona no Banco de Portugal, “avisa” o Governo e os cidadãos de que é precisa uma grande contenção salarial e até, se possível, o congelamento de salários na Função Pública.

A seguir, vem o FMI, pintando um cenário de desgraça iminente para os portugueses, “aconselhar” o Governo a fazer cortes salariais.

Finalmente, vem outra vez o sonso Constâncio dizer que não senhor!, que é lá isso?!, que ainda não se justifica chegar a tanto... se fizermos sacrifícios. Nomeadamente o congelamento dos salários!

Fica no ar uma pergunta: Estes canalhas fazem estes favores uns aos outros gratuitamente, ou cobrarão “cachet”?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Amália Rodrigues e as outras “estrelas”



Ainda não está claro para mim se Amália Rodrigues foi mais beneficiada ou mais fustigada pelo seu “fado”. Uma vida passada entre aplausos sinceros ou calculistas, amigos reais ou “amigos” interesseiros, reconhecimento mundial e tentações suicidas, diz-me que foi de tudo um pouco. Como diria Ary, um dos seus grandes poetas, “Fadista é certo mas de cetineta / fulgurante demais para alguns olhos...”

O que sei é que muito acima dos enormes sucessos e das pesadas injustiças que viveu e suportou, foi uma artista e criadora inimitável e incomparável, produtora de um caudal de lucros e rendimentos que já alimentou muitos e, pelos vistos, continuará a alimentar outros tantos mais, no futuro.

De tudo tem sido feito em sua “homenagem”, desde coisas boas e honestas, até produtos aberrantes, feitos por gente que confessa não gostar sequer de fado, para além de terem conhecido o trabalho e a própria figura de Amália propositadamente para “cozinhar” às três pancadas as “homenagens”, que depois um marketing selvagem se encarrega de transformar no “supra-sumo da batata frita”.

Vendo esta velha ilustração de 1953, uma imagem rara de Amália, que poucas vezes apareceu a dar a cara em publicidade, ocorreu-me que na verdade não sei se “nove de cada dez”, mas seguramente a maioria dos seus imitadores e “homenageadores”, possuem apenas uma coisa que se podem gabar de ter em comum com a enorme Amália: a possibilidade de (se quiserem) também usarem Lux.

Quantas curvas à direita são precisas para finalmente se estar na direita?




De um lado, aqueles que defendem que o melhor para o país são horários de trabalho mais humanos, com mais e melhor emprego, com salários dignos. Trabalhadores com mais tempo livre para a sua vida privada, familiar, cultural. Trabalhadores mais motivados, mais felizes... logo, mais produtivos.

Do outro lado, aqueles que acham que o melhor para eles próprios são horários de trabalho do princípio do século passado, com empregos precários, baixos salários e exércitos de desempregados prontos a aceitar o que quer que seja. Trabalhadores vergados pela exploração, desmotivados... logo, menos produtivos.

E em cima do muro o Partido dito Socialista, historicamente afeito às repetidas, recorrentes e já nada surpreendentes alianças, acordos e arranjinhos com estes segundos.

Mais uma vez, enquanto o CDS se vai declarando cheio de “espírito de compromisso” e o PPD-PSD vai velhacamente retirando os obstáculos para que o PS consiga fazer o seu “acordo” (mais uma vez à direita, para o cozinhado do Orçamento de Estado), ontem foi dia de o Partido dito Socialista, perante uma proposta de alteração à maior nódoa da sua governação, o Código de Trabalho, decidir alinhar com a restante direita parlamentar, chumbando a proposta comunista. Teve mesmo que suportar a humilhação de ver o PPD abster-se, apenas...

Compreendo as pessoas que por convicção, amor à camisola... o que for... vêm sempre em defesa do PS, por vezes com “argumentos” já apenas desesperados e violentos, sempre que se diz, como aqui, que o seu partido governa preferencialmente à direita. Ontem, decididamente, não foi um bom dia para esses defensores das cores do Largo do Rato. Infelizmente, à semelhança da maior parte dos dias dos últimos trinta anos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Grandes títulos!



Todos aqueles a quem ajudar o engenho, arte, tempo livre e temperança, poderão ler o extenso e glorioso poema que estava por detrás desta capa, escrito por “Joze” Daniel Rodrigues da Costa e impresso nos idos de 1821, indo directamente aqui.

Dependendo dos gostos, pode ser ou não um belo poema; mas que tem um grande título, disso não ficam quaisquer dúvidas. É de se ficar de facto convalescido... embora algo cansado.

Criar dificuldades... para poder vender facilidades



Ouvir os exercícios de verdadeira ficção científica que são as sessões de anúncios e promessas do Governo já teve melhores dias enquanto passatempo. Aquilo que começou como uma grande irritação, passou mais tarde a ridículo... e agora é mais ou menos indiferente, digam os ministros ou o próprio Sócrates o que disserem.


Aqui entrou em cena o meu mau feitio: “Então, numa altura em que se fartam de falar da inflação zero, aumentaram a electricidade em quase 3% e agora é que vão procurar umas tantas pessoas que reúnam as dezenas de critérios para terem direito à redução. Aposto que a EDP vai encontrar para aí uma quinze famílias...”

Os meus resmungos teriam continuado por aí fora, não fosse ter ouvido o “timing” com que a medida vai ser tomada. "Será uma medida para ser estudada ao longo de toda a legislatura!"

Nem tive tempo para acabar o meu sarcástico “Ah, bom! Se é para estudar ao longo de toda a legislatura...”, pois a Vovó, com o seu ar falsamente desconectado, perguntou: “Quando é que são as próximas eleições?”

Reconheço que andamos algo amargos e muito desconfiados. Melhores dias virão!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cristiano Ronaldo - A guerra das cuecas





Uma das piores características da “Sociedade Espectáculo”, enquanto subproduto da economia de mercado, é a sua capacidade de tornar vazias de sentido actividades políticas, artísticas, desportivas, etc., que antes do seu “toque” eram (em tantos casos) elevadas, cultas, realmente desportivas. É uma espécie de gangrena que vai lentamente tomando conta dos tecidos...

Vem isto a propósito desta triste (de tão ridícula) notícia sobre o “nosso” Cristiano Ronaldo, que nos dá conta da irritação do Real Madrid com o mais caro “atleta” do plantel por causa do seu recente anúncio às cuecas da Armani, escarrapachado em tudo o que é meio de comunicação.

E o grande Real Madrid está irritado com Ronaldo exactamente porquê? Por levar uma vida de borga, orgias, fama de mulherengo compulsivo, estoirar milhões em carros, estoirar os próprios carros, etc., etc., etc., e isso, muito provavelmente, afectar a sua concentração e produção enquanto jogador de futebol? Puro engano! O grande Real Madrid está irritado, porque a propaganda que Ronaldo faz às cuecas da Armani prejudica o negócio de cuecas e demais “lingerie”, que o histórico clube de futebol madrileno comercializa com a sua própria marca!!!

Pergunto-me: quando (re)começarão os adeptos desportivos, amantes das artes, eleitores e cidadãos em geral, a exigir mais, muito mais e melhor, dos seus atletas e colectividades desportivas, dos seus artistas, dos seus políticos?

Casa Pia - As mentiras que não o eram






O cidadão Paulo Pedroso, ex-deputado que o PS se encarregou de “suicidar” nas últimas eleições autárquicas, deixando-o concorrer contra a CDU em Almada, não me interessa para coisa nenhuma. Nem como político, nem como pessoa. Mais, as suas preferências sexuais são-me absolutamente indiferentes e, no caso (por demonstrar) de no passado, no presente, ou no futuro, poderem ter envolvido, envolverem, ou virem a envolver a prática de crimes, interessarão antes de tudo à justiça.

Dito isto, já que Paulo Pedroso tinha decidido processar vários dos rapazes vítimas de abusos sexuais na Casa Pia, por alegada calúnia, ao envolveram o seu nome no processo, não posso deixar de saudar com grande satisfação a última decisão do tribunal, que resolveu arquivar o processo. Segundo este tribunal, Paulo Pedroso não conseguiu provar que os rapazes estivessem a mentir... uma coisa que, no mínimo, dá que pensar!

Seja como for, ainda bem que as verdadeiras vítimas, já que segundo as palavras do juiz não restam dúvidas de que «estes jovens foram vítimas de abusos de cariz sexual», tendo sido vítimas uma segunda vez, fruto da violenta exposição provocada pelo Processo Casa Pia, não foram vítimas ainda uma terceira vez por terem "ousado" denunciar as agressões que sofreram.

Desgraçadamente, é fatal que fique uma pergunta no ar: se afinal o que os rapazes disseram nos depoimentos não eram mentiras… eram então o quê?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Campanha agressiva


- Ó pá, Samuel, então não é que o meu rapaz, agora já quase aos dezasseis anos é que apareceu com esta cegueira de entrar para os escuteiros? Logo ele... que nunca tinha ligado a nada disso e nem põe os pés na igreja...

E lá estava eu (o lado mauzinho), já a começar a pensar muito baixinho que o filho do meu amigo devia ser um bocadinho “totó”... até que vi o folheto da campanha de inscrições!

Vítor Constâncio no BCE – Seria muito bom que fosse... *




Por cá, à semelhança do que já havia acontecido antes da reeleição de Durão Barroso, vão-se manifestando as luminárias do costume, que acham muito importante para Portugal ter um português a ocupar aquele cargo. Até agora, que eu tenha visto, nenhum dos visados com os “elogios” veio a público demarcar-se de tais apoiantes e deixar claro que em circunstância alguma se aproveitarão dos cargos na Comissão Europeia, ou no BCE, para favorecer o seu país de origem, entre todos os países que formam a comunidade.

De qualquer modo, no que diz respeito a Vítor Constâncio, podem ficar descansados todos aqueles que receiam vir a passar pela vergonha internacional de o verem cometer qualquer borrada desse género. O actual Governador do Banco de Portugal, tem atrás de si um currículo que não engana: se for para o BCE o único interesse que continuará a defender com imensa força de vontade e indiscutível competência... será o seu!

* Como se pode ver pelo título, eu também desejo que Constâncio vá para o BCE, embora por razões completamente diferentes: eu acho bom para Portugal que ele vá para longe... ponto!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Chocante!


Agora que o “susto” já passou, sempre vos digo que ele há dias muito estranhos... como hoje. Vou ligar a pequena televisão da cozinha para dar uma olhadela às notícias durante o almoço, o aparelhómetro faz aquele compasso de espera típico, até começar a “dar” alguma coisa... e zás! A primeira imagem que aparece é a eloquente cara de Cavaco Silva, que já todos conhecemos e o primeiro som que emite é justamente Sua Excelência, muito sério, dizendo “Os tomates!”

Já só depois de resmungar “Vá Vossa Excelência!” é que reparei que o nosso Presidente estava em visita aos agricultores do Oeste, sendo portanto muitíssimo natural falar em frutas, legumes e derivados.

Não se tratava, portanto e para meu alívio, de nenhuma presidencial reacção a algum dos meus textos, nem um desabafo sobre a candidatura de Passos Coelho à liderança do PPD-PSD, nem um recado a nenhum ministro, nem um comentário ao anúncio da candidatura a Belém de Manuel Alegre... candidatura sobre a qual, aliás, teve o cuidado e bom gosto de dizer (e cito), “Não faz parte das minhas preocupações!”

Tudo esclarecido, como disse, mas lá que foi um choque, isso foi!

Traficantes de vidas






Nesta época que nos impingem como sendo de grande progresso e modernidade, pode parecer estranho ou antiquado alguém continuar a defender que a esmagadora maioria das nossas actividades económicas, sejam as produtivas, sejam as puramente financeiras, sejam os serviços, não deveriam nunca cair nas garras daqueles que não mexem uma palha a não ser no seu próprio interesse. O sector da saúde está bem no alto da minha lista. Acho mesmo que a transformação da saúde pública num negócio milionário é uma das realidades que mais ofende o espírito libertador e solidário de Abril.

Como num pequeno texto de um blogue dificilmente teria tempo para explicar devidamente esta minha “mania antiga”, deixo duas pistas que podem ajudar a entender o que penso... e porquê. São duas notícias que nos chegam do Hospital de Braga, recentemente caído nas patas do Grupo Mello.

Na primeira notícia, os médicos são obrigados, tal como os doentes, a “concordar” com uma mudança de tratamento... mesmo que se dêem mal com essa mudança. Razão? A administração encontrou no mercado um medicamento mais barato, que acha (o que nem todos os especialistas acham) ser equivalente.

Na segunda notícia ficamos a saber que a partir de agora os novos doentes das especialidades de infecciologia, nefrologia, reumatologia e imunoalergologia, terão que rumar a outras paragens, pois ao que parece, o contrato de concessão do Governo, “esqueceu-se” destas especialidades e elas agora, segundo a administração, “não fazem parte do perfil assistencial do hospital”, um extraordinário eufemismo para definir tratamentos e doentes que não dão lucro aos investidores.

A reter, decididamente, fica a ideia de que em Braga, e se não nos pusermos a pau, um pouco por todo o lado, teremos que passar a escolher doenças que se enquadrem no perfil de negócio do Grupo Mello... ou de quaisquer outros abutres equivalentes a quem o desgoverno “socialista” vá oferecendo, um a um, os hospitais.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Já cheira (novamente) a eleições!



Mais uma vez chega ao fim outro “Tabu” de Manuel Alegre. O poeta político é candidato à Presidência da República, apoiado pelo Bloco de Esquerda... ou apenas por Louçã (na verdade não sei bem como é que é o processo da tomada de decisões deste tipo no BE). Talvez tenha igualmente garantido o apoio do CNCP (Clube Nacional de Caça e Pesca). Bem mais difícil de resolver será a questão da divisão dentro do PS, onde há muita gente que não digere facilmente a sua candidatura. Quanto ao meu apoio pessoal, presumo que não lhe deve interessar rigorosamente para nada... e ainda bem, porque em condições normais, não o terá!

De qualquer modo, fico aliviado. Não pela candidatura em si, como já se percebeu, mas porque como bem se lembram os que têm mais uns anitos de idade, o cheiro do “Tabu” é bastante enjoativo.

Miguel Torga (poesia em prosa...)



"O Douro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta."

(Miguel Torga, Diário XII).

sábado, 16 de janeiro de 2010

Cavaco Silva e a “boa moeda” (de troca)



A próxima terça-feira será um dia para controlar a vontade de rir, pois dependendo do lugar e da ocasião, nem sempre é conveniente.

Na próxima terça-feira o “cromo” Cavaco Silva irá condecorar outro “cromo”, Pedro Santana Lopes, o tal a quem chamou a “má moeda”, com a Ordem de Valha-nos Nossa... perdão, com a Ordem de Cristo (Grã-Cruz).

Por mim podem ficar à vontade... mas não posso deixar de pensar no próprio Cristo e no feitio algo volátil que, pelo menos um dia no Templo, demonstrou, e imaginar a bela “ordem” que ele daria a qualquer uma destas tristes figuras.

Siga o sábado!

Debates... e limpeza



Na Assembleia da República

Uma pessoa, como a Dona Manuela, que quando foi ministra criou o Pagamento Especial por Conta, uma forma manhosa de obrigar as empresas a emprestarem dinheiro ao Estado a troco de nada, ao armar-se em saliente (como dizia Alfredo Marceneiro) exigindo a Sócrates que extinga o dito PEC... coloca-se completamente a jeito. É um triste espectáculo ver alguém, de forma tão ingénua, dar munições de tal maneira mortíferas ao Primeiro Ministro... e levar com elas em cheio na cara, segundos depois. Ainda por cima ele adora dar aquelas respostas tóxicas, tiradas do balde do lixo, apimentadas com aquele tom gingado de Revista à Portuguesa pobre, que tão bem domina. Das muitas coisas que tentou aprender a fazer ao longo da vida, esta é uma que realmente faz bem!

Na RTP – “Corredor do Poder”

Confrontado com as críticas do deputado João Oliveira (CDU) às políticas do Governo, Sérgio Sousa Pinto contra atacou com várias medidas que na sua opinião são muito sociais, de esquerda e tal...

Aí, resolveu carregar nas cores da demagogia e de forma muito zangada estranhou que, por exemplo, uma medida como o aumento do Ordenado Mínimo, não tivesse tido por parte do PCP uma palavra de apoio e reconhecimento. “Vá lá... podiam ao menos concordar com qualquer coisinha!” (minuto 37, segundo 25 a 55) foram mais ou menos as suas palavras, ditas com o ar de menino sabichão e malcriado que, das muitas coisas que tentou aprender a fazer ao longo da vida, é a que faz realmente muito bem.

Claro que o João Oliveira nem teve tempo de lhe responder, embora ainda tenha tentado dizer que essa era uma proposta e reivindicação antiga do PCP. A técnica é velha. Barulho, falas cruzadas, a pressão é imediatamente exercida para se avançar e mudar de tema... mas eu em casa tenho todo o tempo do mundo para responder.

Ora, como me lembro muito bem de que na Assembleia da República, exactamente sobre o aumento do Ordenado Mínimo Nacional, o PCP, acho mesmo que pela voz do seu Secretário Geral, disse que não tinha problema nenhum em reconhecer e saudar uma medida positiva do Governo e como estou firmemente convencido de que Sérgio Sousa Pinto não tem como não saber isso... acho que o “jovem” senhor deputado do PS é, digamos, com vossa licença... porco! Politicamente, claro, já que enquanto cidadão tem ar de estar dentro de todos os parâmetros aceitáveis do asseio pessoal.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Expo98, Casal McCann... e a justiçazinha



O que é que se poderá esperar exactamente de uma justiça que consegue a proeza de só agora começar a julgar o caso dos trafulhas e corruptos que se "abotoaram" com umas tantas malas de dinheiro, à conta do espantoso negocio de milhões dos três luxuosos “Paquetes-Hotel” que ancoraram em frente à “Expo 98”, paquetes nos quais era suposto terem pernoitado milhares de turistas, mas onde, pelos vistos, ninguém “conseguiu pregar olho de qualquer espécie”, para citar o grande Vasco Santana? É que de 98 até hoje já vão 12 anos com um raio!

Curiosamente, a mesma justiça tem tempo e vagar para aceitar e julgar os 2750 processos que o omnipresente casal McCann vai pondo a este e aquele, à esquerda e à direita. Ainda está a decorrer o último, para proibir o livro do inspector da Judiciária, contra o autor, os editores, a TVI... e já anunciam outro, outra vez, contra o inspector, agora por causa do segredo de justiça.

Já que falei do poderoso casal inglês, chamo atenção para o facto de continuarem com as “costas bem quentes”, terem fundos que continuam a parecer inesgotáveis... e muitíssimo tempo livre para estas campanhas mediáticas e processos judiciais. Com o tempo que ocupam nisto, não terão tempo nem para procurar as chaves do carro, se as perderem, quanto mais a pobre da criança...

E sim... acho que são moral e materialmente responsáveis pelo desaparecimento da filha, que a estória continua muito mal contada, que não entendo como é que ninguém ainda se lembrou de fazer uma coisa tão simples como acusá-los, julgá-los e condená-los por negligência grosseira e abandono de criança. Talvez acalmasse esta fúria “processual” que parece tê-los possuído e se dedicassem de facto à busca... se é que existe alguém para encontrar.

P.S. Antes que alguém perca tempo a pensar que eu sou um admirador do inspector Gonçalo Amaral ou do seu livro... não, não sou!

Já não tenho é pachorra para o ostensivo poder do casal McCann, apoiado numa fortuna indecente que obtiveram de mão beijada para esturrar em campanhas, e pior, nestes julgamentos idiotas, por contraste com os milhares e milhares de infelizes que não conseguem um minuto de atenção para os seus problemas, por parte da sociedade, da polícia ou da justiça.

Haiti – Milhares de vítimas para chorar, um país a (re)construir



Enquanto não conseguirmos mudar esta sociedade, será sempre assim: o público só se entusiasma ou comove perante espectáculos grandiosos. Seja no desporto, no entretenimento aparentado com a arte, ou nas tragédias. O desporto e a arte mais ou menos “pimba” não vêm hoje ao caso, pois do que se trata agora, mais uma vez, é de uma gigantesca tragédia.

Sou obrigado a deixar de lado o que penso sobre esta sociedade do espectáculo e achar que ainda bem que as pessoas se comovem com as grandes e mediáticas tragédias. O povo martirizado do Haiti precisa de toda a solidariedade que for possível reunir à volta do mundo e a grande mediatização, repetição exaustiva de notícias e insistência no aproveitamento das imagens mais chocantes, por parte dos media, são a única maneira de ver sociedades capazes de deixar morrer os seus sem-abrigo, de abandonar os seus familiares mais velhos nos hospitais, de esquecer os pais em lares abjectos... transformados repentinamente em dadores solidários.

Há, no entanto, os que mesmo no meio destas tragédias horrendas, nunca perdem o sentido dos objectivos das suas “agendas” particulares ou colectivas e que na esperança de que todos sejamos patetas incapazes de ver o que vai “atrelado” às acções de solidariedade, fazem pela vida. Assim, enquanto no que diz respeito a países “normais”, as notícias das acções solidárias podem ser, por exemplo, como esta, “Haiti: Portugal vai enviar INEM no contingente da Protecção Civil”, já no caso dos EUA, as centenas de notícias sobre o mesmo assunto são mais ou menos como esta, OBAMA desbloqueia 69 milhões de euros em ajuda”.

E já que tive a infelicidade de o meu feitio de cão me ter feito tropeçar no “protagonismo” de Obama, não deixo de partilhar mais uma das suas pérolas de manha política. Certamente fascinado pelo miserável trabalho realizado por George Bush no socorro aos seus próprios compatriotas, vítimas do furacão Katrina, que ficou como um marco da incompetência mais rasteira da sua “administração” (como eles gostam de chamar ao governo), Barack Obama, que tanto atacou essa incompetência, usando-a a seu favor durante a campanha eleitoral, foi agora convidá-lo para integrar a equipa encarregada de mobilizar e organizar a solidariedade para com o povo do Haiti. Claro que isto foi no melhor interesse dos milhares de vítimas do terramoto... e não para ajudar a resolver um problema seu, adoçando a boca à oposição dos Republicanos que lhe fazem a vida num inferno, internamente.

Como disse, o que interessa agora é que, independentemente das motivações mais claras ou mais ocultas de cada um, chegue ao Haiti, rapidamente, um grande número de pessoas motivadas para ajudar e os mantimentos e medicamentos capazes de, pelos menos em parte, amenizar a tragédia.

Mais tarde teremos ocasião para apreciar o trabalho dos “profissionais da solidariedade e das reconstruções”, que já devem estar a perfilar-se, pois como terá dito um dos grandes “gurus” do capitalismo selvagem, Milton Friedman, “reconstrutor” do Chile do assassino Pinochet, “A crise é uma oportunidade!”

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Longa viagem


“Palais de l’ile” - Annecy - França

Pendular, com a calma regularidade dos grandes relógios antigos, passa duas vezes por dia. Às onze e meia da manhã... e depois outra vez às três da tarde.

Recolhe os “passageiros” e segue o seu caminho pelo canal Thiou afora, numa viagem que começou no longínquo ano de 1132.

Ou então não segue... e sou eu que estou a imaginar coisas...
Tal é, por vezes, a vontade de partir pelo menos por uns dias e mudar de ares!

Toma! E retoma e toma e retoma, retoma, retoma... e toma!



Tomei a (grande) liberdade de surripiar integralmente um post de Fernando Samuel, publicado no blog “Cravo de Abril”, com o título “E viva a retoma”. Está tudo tão bem, mas mesmo tão bem escrito e explicado... para quê tentar fazer diferente, se posso apenas arranjar um título e uma imagem para ilustrar a coisa à minha maneira?

Boa leitura!


«A retoma já chegou»!
Quem o diz é o Dr. Constâncio que, lá do alto do seu Banco, garante que «Portugal vai voltar a crescer este ano e crescerá ainda mais em 2011».

Quer isto dizer, então, que em 2010 a maioria dos portugueses vai viver melhor do que viveu em 2009?
Alto aí, nada de tirar conclusões precipitadas: quem vai viver melhor este ano do que viveu no ano passado é a minoria dos portugueses - porque como facilmente se compreende o «crescimento» não chega para todos...

Aliás, como o Banco do Dr. Constâncio, pertinentemente, fez questão de nos lembrar, 2009 foi o ano «do esmagamento dos lucros dos patrões» - a tal minoria... - e acabar com esse «esmagamento» é, naturalmente, a primeira prioridade. Por isso, garante também o Dr. Constâncio, os lucros dos patrões irão aumentar em 2010.

Como?

O Dr. Constâncio explica: «através do aumento moderado de salários e de uma evolução favorável da produtividade».
Simples, como se vê: ganhando menos e trabalhando mais, os trabalhadores repararão essa tremenda injustiça que é «o esmagamento dos lucros dos patrões»...

Assim, disse o Dr. Constâncio, «os salários deverão aumentar 1%».

É pouco?
Bom, não é tão mau como à primeira vista pode parecer, já que, garante ainda o Dr. Constâncio, «em 2010 os preços vão aumentar apenas 0,7%».
Além de que, isto digo eu, se o Dr. Constâncio for aumentado em 1%, o seu aumento será mais do dobro do salário mensal da maioria dos portugueses - por aqui se vê que 1% é um grande aumento...

Quanto ao desemprego... bem, aí as coisas não estão muito bem encaminhadas - mas também não se pode ter tudo, não é verdade?
É, é verdade: apesar da «retoma», do «crescimento» e de tantas outras coisas boas, «em 2010 o desemprego vai continuar a aumentar» - «prevendo-se, mesmo, que possa vir a bater novos recordes».
Mas, atenção, nada de alarmismos: mesmo que o número de desempregados venha a atingir o milhão, o mais importante está assegurado: em 2010 será posto termo definitivo ao «esmagamento dos lucros dos patrões».




(Entre parêntesis: segundo as contas do Banco do Dr. Constâncio, «em 2009, os preços baixaram 0,9%» - coisa que me espanta tanto mais quanto sendo eu cliente do mesmo Pingo Doce onde se abastece o Dr. Constâncio, não dei por essa baixa de preços...)

“A retoma já chegou”, por Fernando Samuel, em “Cravo de Abril”

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pequenas fugas ao real



Perante os cenários de catástrofe das primeiras páginas de alguns jornais (noutros são todas), os repetidos crimes (políticos e também dos outros...) que ocupam as aberturas dos telejornais, a hipocrisia e espessa incompetência, tanto de governantes como de alguma da alegada oposição, da arrogância de um sistema político e económico em estado de coma, mas que não desiste de sugar o sangue de uma humanidade já exausta... quem não pensa, nem que seja por breves segundos, em partir para um lugar mais bonito, com “um pouco mais de azul”, com o conforto que só se tem mão na mão e o calor que só consegue pele na pele?

Felizmente, cá em casa, temos a frequente e sempre esperada visita de uma das mais jovens mulheres da família, que do alto da generosidade inocente dos seus cinco anos, vai contribuindo para as nossas pequenas fugas ao real com extraordinárias frases para memória futura, como por exemplo:

Agora eu sou uma Princesa... e tu “informas-te” em sapo!

Como recusar?

Gripe realmente muito “suína”


Há muitos anos, princípio dos anos oitenta, os artistas portugueses mais “comercializáveis” e que estavam no pico da fama, cobravam de cachet, com músicos, aparelhagem de som e tudo, 100, 120, 140 contos, no máximo... e todos os outros achávamos aquilo uma quantia astronómica. O cachet mínimo (o mais praticado) na nossa “Cooperativa Cantar Abril”, era de dois contos e quinhentos. Por essa altura, andava eu a incubar o sonho de criar um espaço que pudesse ser uma sala de ensaios colectiva, um pequeno estúdio de gravação, local de convívio, etc. Fui apreçar um lugar (muito bom e grande) que estava para alugar na rua da Beneficência, em Lisboa.

“500 contos por mês”, informou o homem que tomava conta daquilo.

“Conhece algum negócio honesto que permita ganhar o suficiente para pagar uma renda de 500 contos por mês?”, perguntei eu.

“Para ser sincero, não!”, respondeu ele e riu-se muito.

Uns tempos mais tarde passei por lá e vi que já tinha sido alugada. Ostentava na parede uma grande placa com o nome de um conhecidíssimo laboratório farmacêutico estrangeiro. Foi a minha vez de também rir muito.

Esta notícia da condenação de três empresas farmacêuticas, que à boa maneira mafiosa, combinavam os preços, para melhor espoliarem o Estado português e os doentes, é apenas a confirmação de que a situação tem vindo a piorar de ano para ano.

Assim sendo, é extraordinário que alguém ainda se admire com o desenvolvimento que está a ter a mega fraude da “pandemia” da Gripe A, espantosa criação de mentes doentias, pelo menos quanto à sua dimensão, mentes doentias encabeçadas pelo criminoso de guerra Rumsfeld, que conseguiram, como sempre conseguem, espalhar milhões de notícias alarmantes, em jornais e televisões de todo o mundo, apoiadas em “certezas científicas” devidamente compradas a peso de ouro.

Há uns meses, quem questionasse minimamente, não a existência da Gripe A, pois isso seria idiota, mas sim a dimensão do pânico propositadamente instalado na sociedade, era apelidado de tudo e mais alguma coisa...

Agora estou à espera de que aqueles que nos ameaçaram com 71 milhões de mortos, comecem a vir, um a um, tal como fez o ridículo Durão Barroso, que depois de dizer que tinha visto as provas da existência de arma de destruição massiva no Iraque, teve que confessar que foi enganado... logo, a culpa não foi dele... comecem a vir, como dizia, apresentar as suas esfarrapadas desculpas.

Com iremos ver, certamente, o facto de vários governos mundiais terem desviado para a compra de vacinas, na sua esmagadora maioria, inúteis, tantos milhares de milhões de euros que renderam aos laboratórios lucros de mais de cinco mil milhões, também não vai ser culpa de ninguém.

Infelizmente, tal como já antes aconteceu com as “Vacas Loucas” ou a “Gripe das Aves” e agora com a “Gripe A”, na próxima vez que os criminosos que estão à frente do marketing dos laboratórios inventarem outra “pandemia”, os governos e os povos serão novamente espoliados, pois nenhum país se pode dar ao luxo de não alinhar na onda de histeria e pânico. Algum dia, pode ser verdade!...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Engenheiros!...



- Ó senhor engenheiro! Acha mesmo que aí debaixo dos cabos da EDP é um bom sítio para plantar a árvore?

- Pode ficar descansado, senhor Director Geral. Estas árvores, praticamente não crescem...

À vista desarmada


"Pinóquio" - Gerald McDermott

João Salgueiro, economista, ex subsecretário de Estado do Planeamento de Marcello Caetano, ex Ministro das Finanças de Pinto Balsemão, ex presidente de vários bancos, foi fazer uma visita a Cavaco Silva e à saída resolveu fazer um pouco de campanha eleitoral pelo ainda Presidente da República, proferindo umas evidências (mais discutíveis umas que outras) sobre Sócrates e o seu Governo.

Carregou bastante na ideia de que Sócrates é um mentiroso, fabricante de discursos "cor de rosa". A telefonia, durante toda a viagem a Lisboa e regresso a casa, mais a televisão, durante o jantar, massacraram-me com as declarações do homem.

Não vejo razão para tanto entusiasmo. Não é preciso ser físico nuclear... nem economista, ex subsecretário de Estado do Planeamento de Marcello Caetano, ex Ministro das Finanças de Pinto Balsemão e ex presidente de vários bancos, para saber que Sócrates está a mentir. Basta ter a felicidade de possuir intacta a capacidade de visão e mesmo de longe, perceber quando é que ele começa a mexer os lábios...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Muito tarde



Quando pousar a última carga, quando fizer a última caminhada, quando chegar a hora de descansar... já será tarde demais para iluminar o rosto com um sorriso, para ir brincar, para ser criança...

Muito tarde!

Lixeira a céu aberto



Sempre me impressionou a violência das condições de trabalho das pessoas obrigadas a sobreviver trabalhando em lixeiras a céu aberto, locais verdadeiramente asquerosos, onde, quando se pensa que já nada de mais nojento pode aparecer, na seguinte cavadela aparece alguma coisa que nos faz vomitar ainda mais violentamente. Foi exactamente o que me aconteceu quando a meio da pesquisa de links para documentar o post sobre a “lei das blasfémias”, na Irlanda, deparei com esta bosta, ou para ser mais simpático, esta besta.

Vamos ao assunto. Estabelecido que estamos a falar de uma besta, vamos juntar-lhe mais umas informações para guiar o leitor.

A besta é espanhola, é Cardeal da Igreja de Roma, onde vive... e a ver pela fotografia, entre outras perdas irremediáveis, há muito deve ter perdido o sentido do ridículo. Chama-se António Cañizares.

A besta pede muitas dispensas para se deslocar a Espanha, mas não por saudades da pátria. O caso é que a besta só gosta do que é bom e daí a tornar-se o “cardeal da moda” do Jet-Set mais reaccionário e corrupto de Espanha foi um passo. Assim, quando se desloca ao seu país natal é para participar como convidado principal em grandes e multimilionárias festanças desse Jet-Set, como casamentos, baptizados, bodas de prata e de ouro, que realiza e abençoa... entupindo-se a seguir com grandes comezainas fornecidas por chefs carregados de estrelas. O facto, perfeitamente acessório, de ser íntimo do editor da “Revista Playboy” espanhola, deve querer dizer que é um amante da Natureza.

Perguntam vocês, “ó Samuel, e porque é que resolveste implicar com esta besta em particular, quando há para aí tantas iguais?” Simples! Porque esta besta, empenhada na luta contra a lei do aborto, em Espanha, aproveitou o balanço e a polémica sobre a pedofilia “religiosa” na Irlanda, para fazer comparações... e imaginem, a pedofilia saiu a ganhar!

Segundo a besta, a pedofilia, como se pode ler mesmo no final da notícia deste link, "não é comparável ao que podia acontecer em algumas escolas com milhões de vidas destruídas pelo aborto".

Dizer o quê? Voltando ao princípio… acho que prefiro as lixeiras a céu aberto!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Roberta Sá – Modinha



Já há alguns dias apresentei aqui a jovem cantora brasileira Roberta Sá, derretendo os olhos azuis do Chico Buarque num duo de uma cumplicidade desconcertante. Hoje ela está de volta, dividindo este vídeo curto e intenso com o guitarrista Yamandu Costa, um músico verdadeiramente “turbinado”, como por lá se diz às vezes. Vão oferecer-nos a “Modinha”, de Vinícius de Morais e Tom Jobim.

Ela, normalmente, canta muito bem. Ele, normalmente, toca muito bem. Sempre. Só que, como esta coisa da “química” é um mistério danado, ela aqui canta assim porque está a cantar “para” ele... e ele toca desta maneira, porque está a tocar “para” ela. O efeito é explosivo!

Bom domingo!

“Modinha” – Roberta Sá & Yamandu Costa
(Vinícius de Morais / Tom Jobim)