segunda-feira, 31 de maio de 2010

O pão dos anjos...



A cada ano que passa isto vai-me acontecendo com maior intensidade. Depois de não conseguir esquivar-me a alguns excertos do Festival da Eurovisão, tenho absoluta necessidade de escapar àquela estética e som de casino/cabaret/pimba e encontrar música capaz de me lavar os ouvidos, o coração... até os olhos.

Este ano pedi socorro à Chloe Agnew. Nasceu na Irlanda em 1989, canta desde muito pequenina... e quando gravou, cantando em directo e ao vivo este Panis Angelicus, tinha já a avançada idade de 18 anos.

Está a resultar! Ao fim de três ou quatro audições e visionamentos deste vídeo já me sinto bem mais apaziguado. Se existem anjos algures (dizem-me aqui ao lado) devem seguramente cantar assim.

“Panis Angelicus” – Chloe Agnew
(Tomás de Aquino/Adap. César Franck)

Sobre a manifestação de várias centenas de... vá lá, pronto... muitos portugueses


Bem que poderia ter escolhido umas tantas fotografias que mostrassem mais do que dois ou três manifestantes a descer a Avenida da Liberdade... mas a verdade é que gosto muito desta!!!...

Depois de me ter reservado o luxo de desfrutar de um plácido domingo para restaurar as energias gastas nas viagens de Sábado, posso também reflectir sobre o que se passou durante esse belo dia.

O espectáculo de homenagem ao Zeca, em frente ao Coliseu do Porto, foi muito bonito, emotivo e participado. Apesar de não conseguir encontrar uma linha que seja sobre o assunto na comunicação social...

Sobre a tremenda manifestação (de várias centenas de pessoas...???) convocada pela CGTP, comecei a ter uma ideia ainda durante a viagem para o Porto, tal era o ininterrupto caudal de autocarros que rumavam a Lisboa. Tive que me lembrar, como há dias o fez aqui um comentador, da tirada delirante de um calhordas de que não recordo o nome, director de um jornal reaccionário, sobre uma greve de há bastantes anos... e pensei: Lá vai novamente a CGTP ficar “isolada” sem o apoio da UGT. Depois foi a confirmação do mar de gente que desaguou na capital e, já durante a viagem de regresso, a companhia da Antena 1 que lá ia dizendo umas coisas...

Retive as duas mais fantásticas, que aqui partilho:

1. A senhora Helena André, que já foi conhecida como Cindy Calista (decididamente, um nome artístico!)... e que agora faz de Ministra do Trabalho, sobre a manifestação, achou que o tempo é de «mais concertação e menos contestação»... como diria qualquer ministro da direita mais reaccionária.

2. O dirigente da UGT, João Proeza, cometeu a proença de, também sobre a manifestação, ter começado por apenas achar que esta «iria comprometer a imagem de Portugal no estrangeiro»... como diria qualquer pobre de espírito, ou, segundo esta certeira classificação, um «vencido conformado».

Quanto às declarações da senhora Helena, nada a acrescentar... é apenas mais do mesmo e a Ministra já demonstrou que não tem mais nem melhor para dar.

Em contraste, no que diz respeito à calinada de João Proença, até os cúmplices de Sócrates devem ter achado a coisa tão estúpida, que agora fazem o homem andar a desdobrar-se em declarações um pouco mais “à sindicalista”, apregoando futuros endurecimentos da luta (???), "defesa" do Código do Trabalho (senão!!!...) e sobretudo, a travestir-se de vítima.

O poder está a utilizar uma técnica antiga, que é tentar disfarçar um momento intensamente dramático, recorrendo à comédia... mas, como já vai sendo costume, por falta de talento... fica-se pelas “anedotas”.

domingo, 30 de maio de 2010

Alberto João Jardim – Divide que se farta...



A decisão sobre o que fazer à queixa do inaudito Alberto João Jardim contra o Jornal da Sonae deixou os conselheiros da ERC assaz divididos.

Não é que o assunto me interesse por aí além... mas curiosamente também eu, no que toca a Alberto João jardim, fico sempre muito dividido. Umas vezes gostaria que ele fosse tratado como doido varrido, outras, apenas como doido... outras ainda, apenas varrido.

sábado, 29 de maio de 2010

Viagens



A escrever alguma coisa sobre o dia de hoje, terá que ser sobre viagens. Logo desde manhã cedo, milhares e milhares de mulheres e homens, vindos de todo o país, viajando para Lisboa, todas e todos com muitas coisas para dizer, alto e bom som, à clique que se apoderou do poder em Portugal, trocando-o entre si com a arrogância e prepotência de quem dispõe de uma propriedade privada...

Também de manhã muito cedo viajo eu, não para Lisboa, mas para o Porto. Compromisso já antigo, para evocar (sem vedetas e sem cachets) o último concerto dado pelo Zeca no Coliseu daquela cidade.

As cantigas do Zeca formaram e “animaram” muita da “malta” que vai para Lisboa. Ainda fazem falta! Estivesse o Zeca entre nós e seria, certamente, uma das vozes presentes na grande manifestação. Estará nas vozes dos manifestantes.

Estará nas nossas vozes, no Porto, quando cantarmos as suas cantigas tentando desatar o nó que nos aperta as gargantas desde que partiu. Será um concerto feito à medida para muitos, do Porto e arredores, que mesmo querendo vir até Lisboa... por algum motivo não puderam.

Hoje estaremos por todo o lado... em viagem para (e por) um mundo melhor.

É pena que a corja que nos desgoverna não viaje, ela também, mas lá para onde quer que viaja a gente dessa estirpe, quando o povo acorda. Viajarão um dia...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Carlos Brito – Não, ainda não é desta...


Ao cabo de uns dias e duas ou três pequenas “provocações” de leitores, feitas com a intenção de me levarem a dissertar sobre Carlos Brito, a situação não sofreu alterações. Continuo a não ter lido o livrinho, não sei se lerei... e do que já tenho visto respigado por aí, não me seria lá muito fácil “criticar” o dito. Como diacho é que eu iria contestar afirmações e estórias que Cunhal, alegadamente, partilhou apenas com Carlos Brito? Como é que eu teria “lata” para garantir que “O Álvaro não teria nunca feito isto”... ou “Seria incapaz de usar aquela expressão”... por mais que algumas das historietas me pareçam descritas num estilo que revela uma ligeireza que, já que falei nisso, Álvaro Cunhal nunca teve. Grande sentido de humor, para além de todas as grandes qualidades que se conhecem, sim! Ligeireza a roçar o “engraçadismo”, não! Desconfio eu... e garante quem o conheceu tão bem ou melhor do que Carlos Brito.

Sobre quais as motivações para a escrita e publicação do livro, também não me ocorre nenhuma... para além do dinheiro, claro... mas essa, para além de óbvia, não me interessa nada.

De qualquer maneira, já existem em toda esta estória alguns “factores de encanitamento”. Primeiro, esta mania que grassa pela blogosfera de que é obrigatório achar-se alguma coisa sobre o que escreve ou o que diz Carlos Brito. Segundo, esta semelhança irritante de alguns destes “ex” com algumas figuras do nosso Jet-Set de subúrbio, como as “Nereidas Galhardo” (ex Ronaldo), as “Ritas Pereira” (ex Angélico), etc., etc., etc., eu explico:
Como disse, uma boa parte do exército de ex PCP, espalhados por todo o espectro mais lucrativo da nossa cena política e empresarial, tal como as divas da nossa imprensa cor de rosa, mesmo depois de estrondosas, litigiosas e insanáveis separações, continuam despudoradamente a fazer dinheiro vendendo revelações, entrevistas, confissões escabrosas, memórias íntimas e até, imagine-se... descaradas mentiras sobre aqueles ou aquelas de quem se separaram a bem ou a mal... traindo ou não. Por outras palavras, a “viver à conta”.

Isso, confesso, é bastante irritante. Quanto ao livro em que Carlos Brito jura não bater em Cunhal, ser simpático para com Cunhal, desmitificar e humanizar a lenda de Cunhal... é como também já disse: não li! Nem sei se lerei...

Nota muito importante: Todos aqueles que estiveram até agora a moer a cabeça, tentando descobrir quem será aquela debutante da nossa "boa" sociedade, ali tão gira na fotografia a preto e branco... podem descansar. Sim, é a Zita Seabra.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mário Soares - Uma questão de consciência



A notícia atingiu-me como um raio. O Dr. Mário Soares “acha que não” apoia Manuel Alegre. Não, não... o que me atingiu como um raio não foi a declaração da sua oposição à candidatura do “amigo” desavindo. Isso é normal. Nem o facto de manobrar nos bastidores para lhe boicotar a possibilidade de eleição. Isso é ainda mais normal (nele, pelo menos). O que é verdadeiramente extraordinário é que o faz por motivos de consciência!

Que diabo o Dr. Mário Soares havia de descobrir quase aos noventa anos! Uma consciência!!!

Pra mim, ele deve é ter feito confusão com outra coisa qualquer...

Um excelente programa para esta noite!



CNSPP é a sigla da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. É um grupo de mulheres e homens que, quando foi preciso, levaram a cabo um trabalho e uma luta demasiado importantes, para que arrisquemos perder a sua memória neste tempo indigente, em que tudo se esquece. Hoje, como então, é fundamental saber quem é quem, com quem está... e de que lado.

Que seja uma bela e, sobretudo, inspiradora noite!

Pedofilia - Crime continuado... é a lei!





Até hoje não se sabe de quem é a paternidade da “adaptação jeitosa” da figura do “crime continuado” para os abusos sexuais de crianças... desde que a vítima fosse sempre a mesma. Por espantoso que pareça, a atenuante foi dada ao crime mais violento e impiedoso, aquele que revela o total controlo da vítima pelo seu predador, que dispõe dela a seu bel prazer, sempre que quer.

Até hoje não se sabe quem foram os legisladores pedófilos, ou protectores de pedófilos, ou permeáveis à influência e persuasão de pedófilos, que introduziram na lei essa “atenuante”, que pura e simplesmente pode transformar cinquenta violações de uma criança, na escola, em casa, num consultório, na sacristia... num só crime, “na forma continuada”.

Ainda bem que, até hoje, as pessoas mais atentas não se conformaram com esta aberração legislativa, muito “convenientemente” nascida no auge do escândalo Casa Pia.

Ainda bem que o ministro, o procurador e, espera-se, os legisladores, estão abertos à ideia de rever esta situação intolerável, para que um criminoso que cometa um crime sexual contra uma criança, seja julgado por um crime e o criminoso que cometa vinte crimes seja julgado por vinte crimes... sendo que o detalhe escabroso de a vítima ser sempre a mesma, devia ser uma agravante e não o contrário.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cavaco Silva está de esperanças...



Ontem à noite, durante uma viagem de regresso a Montemor fui, por puro descuido, agredido por mais um pensamento de Sua Excelência o Presidente da República. Aliás, nem é bem um pensamento... é mais um desejo:


Vim o resto da viagem a matutar em três coisas:

Primeiro, adorava saber como é que, por exemplo, as operadoras das caixas de hiper, super, minimercados, farmácias, padarias, etc., etc., vão distinguir pela cara as pessoas a quem devem não cobrar o aumento de vinte por cento nos bens de consumo essenciais, como pão, leite, medicamentos... e sim!, pode parecer estranho, mas a verdade é que o aumento da taxa de IVA de 5 para 6 por cento nestes e outros bens essenciais é um aumento de vinte por cento. Isto para além dos restantes aumentos de impostos, cortes de prestações sociais, desemprego, etc., etc., etc.

Segundo, não há nada como ver as regras confirmadas... e realmente, quando a necessidade aperta, como por exemplo, a proximidade de uma campanha eleitoral para a Presidência da República, não há doutoramentos que impeçam estes cidadãos de dizerem o que, à primeira vista, podem parecer baboseiras, mas que são, afinal, exemplos da profunda desonestidade política de que são capazes, ao “esperar” que as políticas que aprovam não venham a ter os efeitos que sabem muito bem que terão.

Terceiro, não admira que José Sócrates prefira (digo eu...) continuar com Cavaco como Presidente, no que é, como se vai tornando evidente, acompanhado por muitas figuras e figurões do PS.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Liberdade


("Woman" - Jeanne Rhea)

A liberdade nunca deixa de recompensar com os mais belos frutos aqueles que a amam... e que amando, lutam por ela.

Selecção Nacional - Pouco pão e ainda por cima nenhum circo


("Circus in town" - Charles Sjoholm)

Em matéria de futebol, a única coisa melhor do que não perceber nada do assunto, como é o meu caso, é não lhe ligar a ponta de uma haste, como é também o meu caso. Isso não me impede, no entanto de ter olhos e ouvidos... e se bem ouvi e vi o estado de espírito que pairava pelo café na noite passada, os nossos milionários craques e o sonso arrogante do seu treinador vão ter que dar o litro para manter o povoléu distraído com a Selecção (tipo) Nacional durante umas semanas.

Já disse, não percebo “bulhufas” de futebol, mas mesmo assim, ainda gostava de saber quem terão sido os “génios” que inventaram este tipo de “estágios”, em que os jogadores passam o tempo à turra e à massa com os “adeptos”, a irritá-los até à fúria... rematando isso com a prenda de jogos medíocres... acabando, invariavelmente, sonoramente assobiados. Diz-me a minha quase olímpica ignorância que qualquer uma das explicações do treinador para as soporíferas experiências destes jogos-treino, teriam todo o sentido, mas feitas longe dos olhares de milhares de "adeptos" que só estão interessados em ver muitos golos e fazer a festa.

Ao contrário do que, num tique fascistóide, fez com os funcionários da unidade hoteleira que alberga a Selecção, quando ameaçou os funcionários de, no caso de fazerem chegar “cá fora” fosse o que fosse do que se passa com os jogadores lá dentro, serem presenteados com despedimentos imediatos, Carlos Queiroz não pode obrigar os “adeptos” a gostar destas exibições indigentes, nem sob ameaça de despedimentos, nem de corte de salários, nem de roubo do subsídio de férias, nem de cortes nas pensões, nem de aumentos de impostos... pois para isso já vem tarde. José Sócrates já se antecipou e fez tudo isso... e deve estar bem danado perante a possibilidade de, tendo já tirado o pão a tantos milhares de portugueses, ver-se na contingência de não ter “circo” para agora os entreter.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um “destaque” digno de imbecis



No “Destak”, um jornaleco que alguém tem interesse em distribuir gratuitamente por aí, entre coisas e loisas aparece, imponente:


Porra, que é um grande título! Depois vai ler-se o texto e, como seria de esperar, trata-se de um chorrilho de canalhices verdadeiramente patéticas, escritas num português analfabeto.

Compreende-se que em vésperas de mais uma grande jornada de luta contra a política deste governo miserável os mastins de Sócrates se vejam pressionados a “plantar” na imprensa (desta vez com a ajuda do fantástico José Milhazes) estas “armas” contra os comunistas... mas que diabo!, não poderiam desencantar umas peças de “história” – como lhe chama o jornaleco – um pouco menos idiotas?

Mesmo sabendo-se que, à imagem e semelhança do chefe, os mastins de Sócrates são trapalhões, incompetentes, mentirosos, calhordas e oportunistas, cuja única grande habilidade é sacar muito dinheiro... mas mesmo assim, só o conseguindo da forma que se sabe, assaltando os bolsos de quem trabalha... caramba! Não poderiam arranjar nada um pouco "melhor" do que isto?

Não tarda nada, nesta escalada de insultos a Cunhal, ainda vão acabar por insinuar que ele era, afinal, um compincha de Soares...

Josef Mengele ressuscitou... como economista do regime


"Amphitrite" (1899) - Max Klinger

Aconteceu mais uma vez há poucos dias. Operaram um cidadão... mas ao braço errado. O cirurgião desfez-se em pedidos de desculpa. Outros "responsáveis" do Hospital, nem por isso. Tentaram pôr as culpas na enfermeira... mas não deu! Ela até tinha rapado os pelos ao braço certo, aquele que necessitava da intervenção cirúrgica. Sem mais “culpados” disponíveis, o calhordas do director ainda lhe atirou “Porque é que não disse nada?”... mas nada feito, a vítima tinha estado todo o tempo sob o efeito de uma anestesia geral. Passaram para a técnica da invenção. “Claro que vamos fazer-lhe a operação, mas olhe que isto até calhou bem... porque você tinha aí uma lesão antiga no braço que nós operámos...”

O homem não aceitou. Nunca tinha ouvido falar de lesão nenhuma no outro braço e recusou uma segunda anestesia geral seguida de operação ao braço certo, num espaço de horas. Fez muito bem! Diz que vai para tribunal. Faz muito bem!

Felizmente nada de fatal resultou desta trapalhada e só isso me permite não só utilizar esta estória, como a ousadia de quase brincar com ela, para dizer que deve ser terrível acordar para a verdade de, além de ter sido submetido a uma violência, descobrir que se foi, ainda por cima, vítima de um tratamento errado.

Mal comparado, é o que sentimos todos os dias, sempre que ouvimos o Primeiro Ministro anunciar mais alguns dos seus tratamentos milagrosos para o país... acrescidos da sensação de que estamos a ficar sem braços disponíveis para sofrerem mais experiências de economistas “anjos da morte”.

domingo, 23 de maio de 2010

Táxi Táxi! - Por vezes o talento nasce em duplicado...



Quem estiver atento e, sobretudo, não se deixar vencer nem pelo saudosismo (enganoso) dos seus tempos de juventude, nem pela mediocridade da ideologia dominante, verá que estamos rodeados de sinais de esperança, que nos chegam de todos misteres. O mundo das artes não é excepção. Todos os dias estão a nascer seres humanos que, mais dia menos dia, nos irão surpreender e encantar.

Assim chegamos a este par de gémeas idênticas, suecas, Miriam and Johanna Eriksson, que em poucos meses conseguiram fazer evoluir o seu projecto “Táxi Táxi!”, de uma mão cheia de maquetas caseiras, para uma verdadeira pedrada de paz e beleza no charco de barulho indigente a que todos os dias somos condenados.

Aos vinte anos de idade são já capazes de criar prodígios de originalidade... ou pegar numa cantiga com cerca de 126 anos e produzir esta pérola de arranjo musical, interpretação, delicadeza.

Bom domingo!

“Oh my darling Clementine” – Táxi, Táxi!
(Percy Montrose)

sábado, 22 de maio de 2010

Bento XVI e o Cristo Rei – Estala a polémica



Como por certo repararam e o comentador Fernando Samuel bem destacou, dois posts atrás, o Papa Bento XVI, nos seus considerandos sobre a viagem “inesquecível” a Portugal, declarou que «em Fátima, a presença de Maria é perceptível de uma maneira quase palpável».

Em reacção a esta afirmação, o Cristo Rei terá declarado às agências noticiosas que «se o Papa, ou que quer que seja, voltar a incluir na mesma frase o nome da sua mãe e a palavra “palpável”, ele será bem capaz de, pela primeira vez em 51 anos, mexer os braços… para lhe dar um bom par de estalos».

Compreende-se!

Governo Sócrates/Passos Coelho - Cair, não cai... mas já está completamente podre!



Ministros que desdizem secretários de estado, jurando factos que sabem estarem a ser à mesma hora desmentidos pela realidade, entre outras coisas quanto à entrada em vigor de novas taxas de impostos e ao objectivo "roubo dos salários"; um primeiro ministro que ri desbragadamente enquanto é censurado na Assembleia da República, ao mesmo tempo que as alegadas provas da sua duvidosa conduta, que o fariam corar de vergonha – se a tivesse – vão sendo cirurgicamente afastadas dos processos... são apenas a cara hedionda de uma realidade que é preciso mudar: somos governados por um bando de gente sem carácter nem réstia de pudor. Gente que conspurca a imagem do próprio partido de que é oriunda, partido que poderia e deveria fazer mais e melhor pelo país.

Apesar das lamúrias “socretinas” de que a Moção de Censura, a ser aprovada, apenas acrescentaria crise à crise já instalada, é mais do que legítimo o aparte de Jerónimo de Sousa e destaco a sua frase mais clara e certeira:

«É preferível fazer cair o Governo do que deixar o Governo fazer cair o país!»

Quem ainda tenha dúvidas… que as vá perdendo…

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Bento XVI - O trauma



Grande parangona no Diário de Notícias: Segundo o Papa Ratzinger, a visita a Portugal foi “inesquecível”.

Tenha calma, homem! Ainda só passaram uns dias... há-de esquecer! O tempo resolve (quase) tudo.

A verdadeira “concorrência”



Enquanto o "DVD de Sócrates" do caso Freeport, ou as escutas do Caso PT-TVI vão sendo anuladas porque o agente que as obteve estava de camisa aos quadrados num dia de camisa azul, ia de risco ao meio em dia de andar despenteado, etc., etc., na altura em que obteve as provas (não sei se as razões são exactamente estas... mas não serão muito melhores); enquanto o governo se prepara para fazer entrar em vigor mais assaltos, perdão, disposições ainda não discutidas ou aprovadas na Assembleia nem promulgadas pelo PR; enquanto a bola do Mundial ainda não dá nada, para além de umas provocaçõezitas e "picanços"... os peritos em comunicação por cortinas de fumo tiraram da manga o “súbito” problema das armas que “andem” por aí. E pronto! É um festim para a comunicação social... chamemos-lhe assim.

Durante toda a tarde lá esteve a SIC Notícias, falando das armas e ouvindo os telespectadores especialistas em “prisão-julgamento-execução” em cinco minutos, dizendo que sim, senhor, é preciso andar com armas até aos dentes para abater na hora esses malandrins... se sobrarem alguns, depois de serem atirados vivos para dentro dos incêndios...

Como não sou grande adepto da pena de morte, mesmo para os casos extremos dos roubos de fruta, tabaco e garrafas de uísque marado, ainda bem que existe outro canal especializado em notícias, a RTP-N, que tal como a SIC-N, também ocupa toda a tarde com um programa de antena aberta e que lá estava, em alternativa... falando das mesmíssimas armas, ouvindo os mesmíssimos telespectadores.

Eh!... Direcções de programas e jornalismozinho miseráveis! Ou então é de propósito...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O plano



Uma “cara feia” e dois berros da reaccionária Chanceler alemã Angela Merkel foram o suficiente para José Sócrates (numa semana) reparar nos fenómenos político/económicos para os quais andava a ser alertado há anos, sem lhes dar importância. Acordou estremunhado e desatou a tomar medidas...

Entre tomar as medidas e conseguir explicá-las vai, no entanto, uma distância quase intransponível. Por enquanto e como é seu costume, limita-se à propaganda, à demagogia, a culpar terceiros pela sua incompetência, a vitimizar-se e a alimentar a sua nova competição com Passos Coelho, as tais frases tão pomposas quanto aparvalhadas. Depois da tirada do manequim do PPD «Não dei a mão ao Governo, dei a mão ao país», Sócrates, na resposta, sai-se com «Eu não preciso do PSD. Quem precisa do PSD é o país». Quanto tempo iremos andar neste tango?

Voltando à vaca fria (não, agora já não estou a falar de Angela Merkel, isto é mesmo uma frase feita...), embora toda a gente tenha ficado bastante decepcionada com as explicações do Primeiro Ministro, com excepção, pelos vistos, do seu mais mediático “opositor”, Manuel Alegre, o qual gostou bastante, a verdade é que mesmo admitindo que José Sócrates tenha um plano bem delineado e detalhado para combater o desemprego, fomentar a produção nacional, apostar na educação e na cultura como factores de desenvolvimento, apostar na soberania nacional face aos ataques do capitalismo selvagem, apostando na nossa independência em sectores estratégicos, que devem ficar (ou voltar) para as mãos do Estado, valorizar os salários e pensões para aumentar o poder aquisitivo dos trabalhadores e reformados e o consumo interno... enfim, um caminho claro e um rumo certo, desgraçadamente ainda não o conseguiu mostrar.

Felizmente e para nosso esclarecimento, consegui arranjar, como se pode ver aí em cima, uma boa fotografia do dito plano “socrático”.

Tem que haver outro caminho! Urgentemente!

Vital Moreira – Tão previsível...



Escreve Vital Moreira no seu blog, a propósito da Moção de Censura apresentada pelo PCP ao governo de seu bem-amado José Sócrates:

«É evidente que se a moção de censura proposta pelo PCP vingasse, a demissão do Governo teria por efeito ou eleições antecipadas, que a direita poderia ganhar, ou um governo de coligação PS-PSD. Todavia, sabendo que a sua moção não vai passar, o PCP pretende somente marcar o seu terreno no campo da oposição, especialmente quanto a três coisas: (i) mostrar ao País que ninguém pode contar com ele para uma política responsável de saneamento das finanças públicas, e que quanto pior forem a economia e as finanças, melhor para o PCP; (ii) mostrar aos demais partidos de oposição que é ele que lidera o combate contra o Governo; (iii) demonstrar que o Governo só se mantém com a ajuda do PSD, prova da conjunção das políticas de um e de outro.
Se há algo que não surpreende na vida política nacional é o PCP. Previsível como nunca...»

Vital Moreira no seu melhor! Pelo meio de umas “análises” banais que bem poderiam ter sido paridas por qualquer analista de fancaria, mas mesmo assim, discutíveis, consegue intercalar a frase extraordinária «mostrar ao País que ninguém pode contar com ele (PCP) para uma política responsável de saneamento das finanças públicas, e que quanto pior forem a economia e as finanças, melhor para o PCP».

Este “argumento” é uma canalhice antiga, que já muitos outros antes dele cometeram: insinuar que os comunistas não têm vindo a lutar, desde há tantas décadas e com sacrifício de muitas vidas, pelo bem do seu povo, mas sim para que tudo piore… porque isso seria de alguma maneira bom para o Partido. É, como disse, uma canalhice e um argumento (de)porco, mas que, felizmente, cada vez menos gente está disposta a engolir.

Permito-me terminar parafraseando o próprio grande “pensador” e génio político, orgulho de toda a freguesia de Vilarinho do Bairro e paróquias circunvizinhas:

Se há algo que não surpreende na vida política nacional é Vital Moreira. É a mesma bosta de sempre...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Marilyn Monroe – A insistência



Mais uma vez, Marilyn falha estrondosamente - mesmo que por poucos centímetros - a enésima tentativa de chamar a atenção para o título de um dos livros de Arthur Miller, mais propriamente, a sua adaptação da peça de teatro de Ibsen...

Há que ir insistindo...

José Sócrates – Mais o Cavaco, o Constâncio, o Teixeira dos Santos, o Durão Barroso, o...



Não é para aproveitar o balanço da Moção de Censura que muito justamente o PC apresenta contra os responsáveis pela situação a que o país chegou, responsáveis pela incompetência espessa que têm demonstrado, mas muito mais do que pela incompetência, pela grande “competência” que têm demonstrado para levar a cabo a sua tarefa histórica: destruir tudo o que puderem da herança de Abril e encher os bolsos aos seus verdadeiros donos... onde é que ia?, ah... não é para aproveitar o balanço da Moção que vos falo das notícias que nos chegam da misteriosa e vulcânica Islândia.

Por aquelas bandas parece que os cidadãos andam com vontade de ver atrás das grades os calhordas que arruinaram o país. No grupo estão incluídos um ex primeiro ministro, um ex ministro das Finanças, o ex responsável pela regulação financeira. Segundo ainda outras notícias (sem link) os investigados e acusados podem ascender a muitas dezenas, envolvendo deputados, banqueiros, funcionários de empresas que facilitaram a fuga de capitais nos dias que antecederam o anúncio da derrocada da economia, etc., etc., etc. Que não lhes doam as mãos!

Eu sei que é uma coisa assim como que de ficção científica... mas digam lá que não era bom se lhes seguíssemos o exemplo! Hein?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Isilda Pegado – Uma cristã exemplar...




Desgraçadamente, os órgãos de comunicação social têm passado este “dia seguinte” à promulgação do diploma que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, fazendo entrevistas e recolhendo opiniões de ratas de sacristia e grunhos que são visceralmente (serão?) contra os casamentos homossexuais, mas não perdem uma ocasião para se babarem com as filhas adolescentes, dos vizinhos... quando não é com os filhos. Desgraçadamente, uma classe de jornalistas que já foi maioritariamente progressista, transformou-se numa máquina de vender papel...

Insistem em enfiar a Igreja neste assunto, quando é evidente que a Igreja nada tem que ver com ele. Não lhes passa pela cabeça falar do que realmente conta, o fim de uma discriminação injustificada que era infligida aos homossexuais, ou “paneleiros”, como disse um dos comentadores do meu post anterior... comentário que vem confirmar o que já tinha dito: mesmo que seja por “descuido”, de vez em quando lá mostramos que o nosso passado colectivo fascista e hipócrita deixou na sociedade, mesmo que inconscientemente, marcas muito difíceis de lavar.

De qualquer maneira, a “taça” das baboseiras ditas hoje a propósito deste assunto, vai para a “diácona remédios”, mais conhecida por senhora advogada Isilda Pegado, a mediática primeira dama da "Plataforma Cidadania e Casamento" que se opões ferozmente ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entre vários dos seus nauseabundos pensamentos destaco esta pérola, em que Isilda Pegado defende que o casamento dos homossexuais vai ser muito grave para o país, em termos de valores morais, da educação dos jovens... e até para a economia. Como assim, para a economia? Ela explica: «Quem é que trata destas pessoas na velhice? Não têm filhos, nem podem ter netos. Também têm direito a ser tratados, logo, vai sobrar para todos nós. Vai sobrar para os contribuintes».

Para além da genialidade da descoberta de que quem não tem filhos muito dificilmente consegue ter netos, para além de fazer de conta que nunca houve ninguém, homossexual ou não, que tenha chegado à velhice sem ninguém que cuide de si (mesmo tendo família), o que fica é a náusea de uma frase reveladora de uma falta de humanidade, frieza e calculismo absolutamente nojentos.

Tenho a certeza de que só a falta de oportunidade terá impedido esta Isilda Pegado de depositar um beijo infecto na lambuzada mão do Papa. É bem o seu género de “cristã”...

Cavaco Silva – Lá vai indo... mas sempre muito contrariado!



E pronto! Cavaco promulga o diploma que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A esmagadora maioria dos deputados não teve dúvidas; o Tribunal Constitucional não teve dúvidas... mas lá no fundo daquele pontinho cinzento que existe no crânio de Aníbal Cavaco Silva, subsistia uma dúvida angustiante: qual o nome a dar à coisa?

Sabendo-se que o verdadeiro “casamento” entre seres humanos é feito pelo amor, sabendo-se que está fora de questão uma cerimónia religiosa, resta a assinatura no Registo Civil, perante testemunhas... portanto, um contrato. Cavaco Silva debate-se com a terrível questão do nome a dar ao contrato, que não seja “casamento”.

Felizmente, embora contrariado, o “interesse nacional”, leia-se, a proximidade da sua possível reeleição como Presidente da República, foi o suficiente para lhe revelar que, muito provavelmente, a miserável situação em que se encontra o país, situação para a qual também contribuiu, é mais importante do que o nome a dar à união de pessoas do mesmo sexo.

Tal como o jovem Passos Coelho, dirigente do seu PPD-PSD, produtor de ideias velhas e frases estupidamente pomposas, como «não dei a mão ao governo, dei a mão ao país», também Cavaco não deu a mão aos gays e lésbicas... mas sim a si próprio. E ao país, claro!...

O importante é que está virada a página de mais uma discriminação que se mantinha na nossa sociedade. Está virada em termos legais... agora falta “virar a página” das mentalidades onde a discriminação, a homofobia e a hipocrisia moralista, ainda estão muito longe de ter um fim.

Para consolar o nosso PR, que deve estar tristonho com mais esta contrariedade, deixo aqui um pequeno vídeo onde ele “ficou muito bem”, embevecido pelo facto de o Papa Ratzinger ter na ponta da língua o nome dos seus netinhos... não porque os soubesse de antemão, mas por ser capaz de os repetir na perfeição depois de os ouvir.

Embora seja uma estória bonita e fique bem a Cavaco Silva gostar dos netinhos, alguém devia informá-lo de que só em Portugal deve haver pra cima de uma quantidade de papagaios capazes repetir nomes (e muito mais coisas!), também na perfeição.... (até eu, tenho ali dentro um garrafão que “diz” Água do Luso).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Grande calor (8)



E pronto! De supetão e à bruta... chegou - pelo menos aqui - o calor. Não é que não seja agradável; não é que não estivéssemos à espera... mas francamente, depois de vários dias de chuviscos e bastante frio, escusava de ser tanto.

Nota muito importante:
Estou em condições de garantir que durante a sessão “fotográfica” não houve maus tratos infligidos a animais e que a “modelo” não é professora... nem em Mirandela, nem em parte alguma.

O Sr. Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança (se não me escapou algum...)



Como podemos ver nestas duas imagens, desde 1973 – a data da primeira – até à actualidade, poucas coisas mudaram na vida do Sr. Duarte, para além da qualidade das fotografias. Continua ridículo, continua reaccionário, continua a ser um anacronismo.

Há quem goste de chamar ao Sr. Duarte “D. Duarte Pio”. Nesta “nobre” qualidade, por vezes o Sr. D. Duarte, pia. Fê-lo mais uma vez. O DN pôs-lhe um microfone à frente e aí vai disto!, o candidato a rei questionou a descolonização do “ultramar”, questionou o patriotismo de Álvaro Cunhal, questionou a educação sexual no ensino, que na sua opinião, não passa de um convite à «fornicação à vontade», aproveitou para estar de acordo com Sócrates, etc., etc., etc., num rol de opiniões verdadeiramente iluminadas sobre tudo e mais alguma coisa.

Sempre que alguém vai tirar este cromo da caderneta e o exibe aos cidadãos, qual atrcção de feira, já nem me irrito, nem me divirto, nem caio na tentação de fazer trocadilhos com coroas (de flores), pois não quero mal ao homem. Volto apenas e sempre à única coisa que verdadeiramente admiro nos monárquicos portugueses: a capacidade de dizerem que gostariam de ter “isto” como Rei de Portugal... sem se rirem.

Podem ler a entrevista completa aqui, ou então o belo “resumo” publicado pelo Cravo de Abril, que foi, «há que dizê-lo com toda a frontalidade», a verdadeira razão que me fez escrever este texto.

domingo, 16 de maio de 2010

O charlatão



Há-de existir uma boa razão para esta cantiga se me ter imposto como a escolha óbvia para este dia. Não pode ser apenas porque gosto dela. Não pode ser por acaso. Não há-de ser apenas porque sim...

Que diacho!... Alguma coisa deve estar a passar-se, para eu me lembrar logo desta cantiga.

Enquanto não me ocorre o que possa ser, olhem... bom domingo!


O charlatão
(S. Godinho/J. M. Branco)

Numa rua de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis de ouro a um tostão
enriquece o charlatão

No beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro ferido
e outro em França anda perdido

É entrar, senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra

Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga

No beco dos mal fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome

Na travessa dos defuntos
“charlatões” e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-se em quatro zonas
instalados em poltronas

Prá rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca de alguns patacos

Entre a rua e o país
vai o passo dum anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro dum canhão
e o trono é do charlatão.

“O charlatão” – José Mário Branco e Sérgio Godinho
(Sérgio Godinho/José Mário Branco)

sábado, 15 de maio de 2010

Cantar Ary dos Santos



São horas de ir até S. Cristóvão, uma das freguesias rurais aqui de Montemor-o-Novo, para dar as últimas “aparadelas” no espectáculo desta noite. Estarei na companhia de três dos “meus” músicos e das vozes da Fátima Casabranca, da Sira Camacho, da Alexandra Anastácio... e de toda a gente que nos queira ouvir cantar canções com poemas e letras do Ary. Apenas do Ary. Alguns grandes fados, velhas cantigas do Festival RTP, uma ou outra mais “aguerrida”...

Apareçam por lá. Na melhor das hipóteses... vai ser divertido. É à noite, logo a seguir ao jantar (ah... em S. Cristóvão janta-se muito bem...).

Prender, sim... mas com extremo cuidado...





Segundo leio num jornal já de anteontem, o Hospital do Funchal está a mandar as facturas dos tratamentos feitos a presos, em consequência de amolgadelas acidentais ocorridas durante as suas capturas pela polícia... aos próprios polícias! Nalguns casos trata-se de flagrante delito em assaltos, fuga à polícia... com as confusões de ordem física que isso pode acarretar. Já há cobranças a correr em tribunal.

É evidente que os alegados meliantes não estarão em condições, nem terão a obrigação de pagar os tratamentos ao “arranhões” que tenham sofrido durante as detenções e que as contas devem ser cobradas a alguém; mas logo aos polícias que os prenderam no cumprimento do seu dever e, por vezes, com risco da sua integridade física?

Que raio de mensagem é que isto faz passar para os agentes policiais? Quem será o “génio” que teve esta ideia? O facto de a coisa ter lugar na Madeira não justifica tudo, “balha-me deus!” Será que a “jardinite aguda” se pega?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O temor de um simples mortal ! . . .


Quando o humor que nos chega via mail é deste quilate... é irresistível:

(Quinta, 13 Maio de 2010)

A RTP 1 transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A SIC transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A TVI transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A RTP África transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A TSF transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A Rádio Renascença transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

Tive medo de ligar a torradeira!...

Bloco Central - Caminhar no sentido errado...






Aí as temos! Pela calada, não da noite, mas do Benfica e do Papa, aí temos as medidas que Bruxelas, os especuladores financeiros e este seu governo de lacaios decidiram aplicar à economia portuguesa. Não para aumentar a produção nacional num alfinete que seja, não para combater o desemprego e impulsionar o consumo interno, não para diminuir a nossa dependência alimentar, etc., etc., mas para equilibrar umas contas que foram propositadamente desequilibradas com o fito de satisfazer a gula da finança internacional.

Apesar do cínico e miseravelmente populista pedido de desculpas ao país por parte de Pedro Passos Coelho, por se ter visto “obrigado” a apoiar o Governo de Sócrates, aí temos as medidas de estrangulamento dos mesmos de sempre, pelos mesmos de sempre, impostas pelo Bloco Central de Interesses.

Os especuladores internacionais escolhem um alvo (Islândia, Grécia, Portugal, Espanha...), Bruxelas dá as suas ordens e os “governos nacionais” apresentam a factura aos trabalhadores, indo de seguida «encher as tulhas, beber vinho novo, dançar a ronda no pinhal do rei. Eles comem tudo!»

Não vá dar-se o caso de algum país da UE ter a veleidade de eleger um governo de esquerda, que queira realmente mudar de políticas, Bruxelas já se propõe o direito de aprovar os orçamentos dos estados membros, antes mesmo de estes serem vistos, discutidos e aprovados pelos Parlamentos nacionais.

Não sei se será isto o que Boaventura Sousa Santos chama "o fascismo financeiro"; mas lá que estamos a caminhar para algo muito estranho e contrário à democracia, isso estamos!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cansado de ser anjo (não estamos todos?)



Ontem à noite, atravessando o parque da cidade, fiquei com a convicção de ter visto, pousado entre uns arbustos, um anjo a chorar. Quando pressentiu a minha presença desapareceu num restolhar de penas...

Chorava. Chorava muito! Seria uma crise nervosa provocada pela exaustão de assistir à histeria com que Fátima Campos Ferreira cobre o Papa (no sentido jornalístico, bem entendido!)? Seria simplesmente de vergonha, pelo espectáculo de puro excesso e embriaguez mediática que estão a dar os "representantes" do seu deus?

Nunca saberei!

David Cameron - Grã Bretanha conservadora



O triunfo do conservador David Cameron sobre o trabalhista Gordon Brown, que resultou num novo governo de direita, com a ajuda preciosa do outro conservador de nome Nick Clegg e pseudónimo "Liberal Democrata", vem ajudar à definição do que se pode considerar a função histórica desta nova estirpe de “socialistas”, nomeadamente o criminoso de guerra Tony Blair (seguido de Brown, que nem conta, tal a incompetência), o “Mister Bean” Zapatero, ou o mitómano José Sócrates: servirem de passadeira cor-de-rosa para os líderes da direita que se lhes seguem.

Todos eles, enquanto no governo, fizeram o trabalho sujo dessa direita até caírem, esgotados pela contestação social de uma classe média esmagada e pela guerra aberta dos trabalhadores, dos seus sindicatos e partidos, dia a dia desrespeitados por este espúrio “socialismo moderno”.

Sem ir mais longe geograficamente, aí está o resultado. Aconteceu agora na Grã Bretanha, vai acontecer na Espanha, vai acontecer aqui. A direita, feliz, recebe a governação das mãos destes tristes “novos socialistas”, quando todas as políticas de direita foram já aplicadas, sendo que algumas nem eles teriam coragem para levar por diante.

E teve esta gente a desfaçatez de se auto proclamar como a "nova esquerda socialista democrática"... por cá, com o tempero extra de ser também “popular e moderada”.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mafalda – O diálogo norte-sul revisitado



Todos os dias são bons para “tomar consciência”... mesmo que seja com a ajuda do pequenino umbigo da grande e genial Mafalda.

A História repete-se a si própria... e já não há pachorra para palavras novas



Ao contrário do que foram as juras recentes do mentiroso compulsivo de serviço, o Governo chefiado pelo dito prepara-se, tudo o indica, para subir o IVA, mexer nos salários dos trabalhadores, sacar o que puder do Subsídio de Natal, do Subsídio de Férias... tudo para «arrecadar» os quase dois mil milhões de que necessita para fazer a vontade aos donos.

No caso (por certo altamente improvável e inesperado para os cérebros que inventaram esta “solução” para o défice) de o abrupto aumento do IVA e, portanto, da subida dos preços de praticamente tudo, acrescido do corte directo nos salários, prestações sociais, etc., etc., provocarem mais uma forte contracção no consumo interno, quebra de produção, perda de postos de trabalho e a respectiva diminuição de colecta de impostos, anulando a maior parte da expectativa de “arrecadação” desejada pela "Mofina Mendes" que manda no Ministério das Finanças, presumo que os génios que nos governam porão as caras de parvos do costume e empurrarão a culpa para a crise internacional e para aqueles que “insultam” e muito justamente vaiam em público Sua Excelência o Presidente do Conselho, o que será mais um pretexto para aumentar a segurança pessoal a Sua Excelência, notoriamente "ameaçada" por estas manifestações “antipatrióticas”, quase todas de índole comunista... e criar nas forças policiais um verdadeiro, novo, democrático e moderno espírito de Polícia de Intervenção e Defesa do Estado.

Se, contra esta minha previsão de amador, conseguirem mesmo arrecadar os milhares de milhões que pretendem... na verdade não será uma grande proeza. Se eu assaltar uns quantos bancos, tendo a polícia a proteger-me, em vez de me prender, também sou capaz de “arrecadar” uma pipa de massa em pouco tempo.

“Arrecadadores”. Pode estar aqui a nascer um belo neologismo neoliberal, como lhe chamaria o Sérgio Ribeiro. No entanto, dada a minha idade já algo avançada, acho que prefiro ficar na minha... e continuar a chamar-lhes apenas ladrões.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Voando sobre um ninho de "cuscas"...








Quando esta manhã, durante a minha bica das dez e tal, começou a soar um aparentemente despropositado estreloiçar de sinos (sim... mesmo aqui em Montemor-o-Novo...) pareceu-me ouvir dizer atrás de mim que o Figo estava a aterrar de maduro no papa não sei das quantas...

Como isto não fazia sentido nenhum e, sobretudo, nunca deixaria a clientela do café naquele estado de excitação, lá me concentrei melhor na escuta da conversa. Afinal era o Papa que acabava de aterrar no Figo Maduro.

Decididamente não percebo nada, nem de futebol, nem do “show biz” religioso.

Abençoada seja a distância que estou “daquilo”, abençoados sejam os canais de televisão por cabo!

Bolçar valores


Atente-se na rica variedade de papas que aqui juntei, especialmente na “feliz” frase publicitária da “Predilecta” e na tão politicamente correcta cachimbada que os bebés fumavam, antigamente, logo a seguir ao seu prato de saudável papa Maizena.

Por estes dias, o panorama televisivo nacional mais parece uma competição feroz entre as várias marcas de farinhas lácteas, para ver quem nos consegue impingir mais “papa”. O senhor Ratzinger aí está! Dando apenas umas pequenas abébias ao Benfica, está em todo o lado, impondo-se (hábito antigo!) a toda a gente, mesmo gente que tenha outras crenças, mesmo gente que as não tenha de todo.

Ficar-me-ia alegremente por esta irónica piada das papas, quanto mais não fosse para não arriscar pisar aquele risco em que se começa a magoar os cristãos de boa fé, não fosse o azar de ler em vários títulos de jornais que o senhor Ratzinger, de nome artístico, Bento XVI, traz mensagem a uma «Europa decadente de valores».

Por um lado é verdade. Esta Europa está decadente e muitos dos “valores” que ainda preza estão depositados em “off-shores”. Porém, por outro lado, este Papa devia ter a lucidez de saber que nos tempos que correm não devia ousar ter a desfaçatez de esticar o dedo para quem quer que fosse, apregoando valores e verberando a decadência. Se o Papa e o Vaticano tivessem um pingo de vergonha na cara, teriam cancelado esta e quaisquer próximas viagens sumptuárias do seu Chefe de Estado. Por muito que seja preciso desviar os olhares... por muito que seja necessário ir alimentando a mega fraude de Fátima, talvez o único “conto do vigário” em que os vigaristas não se importam de ostentar precisamente o título de Vigário.

Por estes dias, os únicos “valores” do Vaticano em que muita gente tem os olhos postos, são as justas indemnizações que venham a conseguir em tribunal, provando, uma após uma, as centenas e centenas de acusações de crimes de pedofilia que recaem sobre a Igreja Católica e alguns dos seus sacerdotes.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

E que tal se nos levantássemos do chão?!



A oportunista que ocupa o cargo de Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, andou durante semanas a encenar um discurso extremamente duro sobre a situação económica na Grécia e o projecto da alegada ajuda da UE aos capitalistas daquele país.

Com esse discurso, foi agravando as condições dos “ratings” das agências de abutres que mandam no capitalismo internacional, que assim conseguirão esbulhar a Grécia e, sobretudo, os trabalhadores gregos, em muitos mais milhares de milhões de euros que irão directamente para os cofres dos especuladores financeiros.

Com esse discurso pretendia agradar, em vésperas de eleições regionais, ao seu eleitorado mais reaccionário e mesmo xenófobo. Não conseguiu. Sofreu uma «derrota amarga», segundo as palavras de dirigentes do seu próprio partido, o que mostra que o oportunismo político pode, por vezes, não compensar por aí além... mesmo que não tenha o castigo que verdadeiramente mereceria.

Curiosamente, longe destas lutas mesquinhas de interesses pessoais de poder, são os militantes comunistas e muitos outros trabalhadores da Grécia, que se opõem (mas pelas razões certas) a esta “ajuda” internacional envenenada, atitude em que foram acompanhados pelo PCP, embora ninguém, aparentemente, pareça querer entender essa posição. Em alternativa, para ajudar a resolver os problemas da Europa, estes trabalhadores gregos e os seus representantes, propõem uma palavra de ordem simples (como se pode ver nesta bela fotografia da Acrópole) que poderia contribuir para substituir a velha “alternância” já podre por uma verdadeira alternativa:

«Povos da Europa, erguei-vos!»

Por uma boa causa...



Ontem, depois de uma longa viagem até Lisboa, estivemos a pontos de nos atrasarmos para um compromisso, engarrafados com mais umas centenas de automobilistas na confusão provocada pelo corte de trânsito na frente ribeirinha do Terreiro do Paço, ditado pela montagem do palco para o próximo megaconcerto do Papa Ratzinger. Passada a irritação, vistas bem as coisas e o gigantismo da instalação para o espectáculo, entendo melhor o verdadeiro sorvedouro de dinheiro que aquilo pode ser e as prementes necessidades de financiamento da pobre e santa madre igreja.

Sempre pronto a ajudar, lembrei-me de uma boa maneira de arranjar mais um bom patrocinador para o mediático evento. A COMPAL! À histórica marca de bebidas e conservas não falta o dinheiro e ao Vaticano não falta lata. Poderemos bem assistir ao aparecimento de uma linha de vários sabores de “Sumo Pontífice”, enquanto o Vaticano terá apenas que dar mais uma prova da sua mítica elasticidade de rins, autorizando a pequeníssima alteração de apenas uma letrinha... o que permitiria ao Papa celebrar ali uma

“Missa Compal”

Sei lá... é apenas uma ideia...

domingo, 9 de maio de 2010

Uma andava tonta grávida de lua e outra andava nua ávida de mar...



Depois de um serão que, embora feito com gosto, nem por isso é menos desgastante, bom é chegar a casa e ter à espera as “Mulheres de Hollanda”, um grupo de jovens brasileiras cheias de saúde, talento e bom gosto. Oferecem-nos a sua versão acapella de uma grande canção do Chico Buarque.

Bom domingo!

Mar e lua
(Francisco Buarque de Holanda)

Amaram um amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
as costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade distante do mar
Amaram o amor serenado das nocturnas praias
levantavam as saias e se enluaravam de felicidade 

naquela cidade que não tem luar 

Amavam um amor proibido pois hoje é sabido
Todo mundo conta que uma andava tonta
grávida de lua e outra andava nua 

ávida de mar 

E foram ficando marcadas ouvindo risadas
sentindo arrepios olhando pró rio 

tão cheio de lua e que continua 

correndo pró mar 



E foram correnteza abaixo rolando no leito 

engolindo água, boiando com as algas 

arrastando folhas, carregando flores
e a se desmanchar 

E foram virando peixes, virando conchas
virando seixos, virando areia 

prateada areia com lua cheia
e à beira mar.

“Mar e Lua” – Mulheres de Hollanda
(Chico Buarque de Holanda)

sábado, 8 de maio de 2010

Porta Mágica



Se este blog fosse lido diariamente por 800.000 pessoas em vez das 800 dos dias bons, ou mesmo mil... nos dias mais “agitados”, teria filas de governantes, presidentes, candidatos a..., “ex” de todas as cores, gestores, deputados cleptómanos, etc., etc., etc... todos à espera de que aqui se arranjasse um espacinho para falar deles, “nem que fosse para dizer bem”, como consta ter dito o Dali.

Sendo este blog pequenino, não lhes deve interessar rigorosamente para nada. Mesmo assim, esta tarde ficam à porta, do lado de fora, ruminando as suas manobras, mentiras, cobardias, negociatas, conluios, traições e vaidades.

Hoje é dia de “Porta Mágica”. Hoje é dia de estar com as crianças em risco, ou abandonadas, como se deve estar todos os dias do ano, só que hoje vamos dizê-lo mais alto. Cantando, dançando, “teatrando”, com a ajuda de muitas dezenas de pessoas que, como sempre nestas coisas, trabalham por amor e sem “aparecer”.

Em palco, no Cine Teatro Curvo Semedo de Montemor-o-Novo, fazendo por merecer o trabalho de quem sonhou esta Associação de Solidariedade Social e este espectáculo, fazendo por merecer entrar na vida destas crianças, estarão (mais surpresa, menos surpresa de última hora) a Brass Band da Casa do Povo de Lavre, a Escola de Ballet da C. M. de Montemor-o-Novo, João Macedo e Luís Macedo, Theatron, Espaço do Tempo, Maria João Serrão e António Neves da Silva, Sol ao Sul, Oficina do Canto, Alexandra, Sira, Vera, Fatucha, Coral de São Domingos, Alice Barreiros (RNA), Pedro Coelho (SIC), os meus (quem me dera que fossem habituais) quatro músicos… e eu, que embora cante duas cantigas, estarei “de músico”, acompanhando os e as artistas.

Ah... parece que os montemorenses também vão aparecer por lá. Os quase mil lugares do Cine Teatro estão esgotados.