sábado, 18 de setembro de 2010

Ana Jorge, Sócrates... e os abusos



Quando esta velha vendedeira ambulante, que até há pouco apenas me vendia queijos frescos, começou a tentar impingir-me medicamentos genéricos - “olhe que são baratinhos, freguês!” - desconfiei logo de que ali havia marosca. Isto ainda vai acabar mal, pensei... e acabou!

Uma medida que tinha apenas meses e que permitia aos idosos com parcos recursos obterem os medicamentos genéricos gratuitamente, foi agora cancelada, atingindo mais de um milhão, muitos com pensões de duzentos e tal euros. Claro que, ao que parece e como seria de esperar, uma grande parte dessas velhas e velhos viciosos desataram a ir aviar-se de resmas de medicamentos gratuitos, que depois vendiam por aí... uns para gastar tudo em vinho e na droga, outros para ficarem milionários. Presumo que é destes «abusos» que está a falar a senhora dona doutora Ana Jorge, ministra da saúde, quando justifica o fim da medida social antes adoptada com tanta pompa e exibição de um “socialismo popular verdadeiramente moderno”.

Como disse, quando a velhota começou a vender-me o anti-inflamatório por dois euros, suspeitei que ia dar nisto. Não foi, portanto, coisa que não tenha pensado. Claro que agora fiquei também a pensar umas coisas sobre a senhora dona ministra, sobre o seu chefe Sócrates e as políticas "sociais" do seu governo de “esquerda, socialista, moderno, blá, blá, blá...”, mas por respeito para com a sensibilidade das minhas leitoras e dos meus leitores, não me atrevo a escrever aqui nenhuma delas. Mas lá que me apetecia...

10 comentários:

Antuã disse...

Este governo é verdadeiramente criminoso e assassino.

Anjos disse...

Bem vistas as coisas, ainda a sra... Ana Jorge há-de vir a confirmar que o Samuel descobriu as razões fulcrais da questão.

O PS é da esquerda, sim senhor!... Então a sua sede não se situa à esquerda quando nos dirigimos da Estrela para o Marquês, passando pela Braancamp onde,e também à esquerda, numa casita modesta (de módico preço,segundo consta), vive o "nosso (salvo seja) 1º" ?

No pensamento das tais coisas sobre a escumalha (des)governamental...comungo.

Mas o problema é sério... e esta medida vai fazer derramar muitas lágrimas!

Fir disse...

É curioso. Quando há falcatruas em bancos ou negociatas obscuras entre o Estado e grandes empresas - só para dar dois exemplos - não há um ministro que se lembre da palavra "abuso". Porque será?

Fernando Samuel disse...

Felizmente que o governo é de «esquerda», «socialista», e etc...
Olha se fosse de direita!...

Um abraço.

RC disse...

lol... artigo de ler e chorar por mais. Caro Samuel, nos dias que vão correndo, devemos começar a desconfiar até do amolador de tesouras!

Graciete Rietsch disse...

Acabar com os abusos é pô-los a descoberto, a começar pelos grandes abusos que a ninguém são dados a conhecer, mas nunca prejudicar os beneficiários dessas pequenas dádivas.

Um abraço.

Op! disse...

Agora sim, acabaram-se os abusos! velhada vai deixar de adoecer por tudo e por nada; e até faz sentido: com o aumento da idade da reforma a malta ia-se aproveitar para meter baixa, agora assim já não adoecem.

Op! disse...

Fernando Samuel: dass!

Anónimo disse...

juntar as caixinhas vazias e queimá-las nas trombas destes bandalhos.
Um vale de abraços

Maria disse...

Não te cáles!
A gente aguenta. Não os aguentamos é ELES....

Beijo.