sábado, 31 de dezembro de 2011

O meu “balanço” de 2011


Chegado ao último dia do ano da desGraça de 2011... também eu tenho direito a fazer um “balanço”. Ora aí vai:
Um, dois... e ops!!! Ala pró contentor e sem direito a reciclagem!


(Depois de devidamente separados e preservados vários acontecimentos, uns de carácter pessoal, outros de carácter colectivo, acontecimentos daqueles que são para guardar "do lado esquerdo do peito")

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mesmo com um bonito cenário...


Tal como cá, também aqui na Espanha, muito mais do que verdadeiras soluções - alternativas ou não – para os problemas reias dos seus países e povos, a direita mais reacionária, em Portugal, cobardemente disfarçada de social democrata ou neoliberal, na Espanha (em muitos casos), sem vergonha de falar de franquismo saudosa e abertamente... chega ao poder com uma prioridade absoluta: o ajuste de contas com qualquer avanço social, político, ou simplesmente de costumes, que o país tenha feito entretanto.
Por cá... é o asco que se vê a cada notícia. Na Espanha, que também vai passar pelo mesmo rolo compressor de assalto aos bolsos e direitos de quem trabalha, a grande prioridade da segunda figura do governo do PP de Mariano Rajoy, a poderosa super-ministra Soraya Sáenz de Santamaría (na imagem aqui em cima), é a “revisão”, retrocesso e destruição dos passos que se deram em matéria de lei do aborto.
A mostrar que por detrás das “fachadas” mais vistosas… podem estar escondidas enormes e fétidas lixeiras.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fixe!







O ideologicamente multifacetado Jorge Pulido Valente, atual e “fixe” presidente da Câmara Municipal de Beja pelo Partido Socialista, ficará na pequena História por ter produzido, no discurso de posse, uma das frases mais patuscas de que há memória em discursos de posse em Beja e arredores. Algo como: «Finalmente, chegou a democracia à cidade de Beja!»... mais palavra, menos vírgula.
Armado da maioria que conseguiu à rasca, por obra e graça dos eleitores do PSD que, misteriosamente, votaram maciçamente no PS, não tem deixado, sempre que lhe dá na veneta, de demonstrar o seu original conceito de nova democracia bejense. Ora perseguindo funcionários autárquicos conotados com o anterior executivo, ora ordenando a remoção, de corredores e gabinetes, de elementos de decoração (mesmo alguns particulares) que lembrassem outras forças políticas, ora mandando arrancar das ruas cartazes de propaganda do PCP, ou da Festa do Avante, etc., etc., etc.
Decidiu agora juntar mais um tijolo ao muro de ridículo de que se vai rodeando. Depois de perder, na Assembleia Municipal de maioria CDU, a votação para o Orçamento (com os votos contra da CDU, do BE e a abstenção do PSD), resolveu, mais uma vez, ser original. Mete a Assembleia Municipal em tribunal!
Ora aqui está uma nova era para a democracia portuguesa. Sempre que alguém perder uma votação, por mais limpa e legal que seja... tribunal com esses malandros dos opositores! A bem da nação! E viva Salaz... pronto, só a bem da nação. Não exageremos!
Haja pois muitas vagas nas prisões... ou nos manicómios!
Não sei o que é que o pessoal do PS de Beja anda a fumar... mas deve ser qualquer coisa forte como o caraças!

No centro da periferia...


É natural e compreensível que o atual presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins (ministro das Finanças de um governo do PS quando da introdução, à pressão, do Euro em Portugal), queira defender a sua “dama”, não admitindo a ideia de saída da moeda única.
Agora dizer que Portugal, sem Euro, estaria condenado à «mediocridade e irrelevância»...
Será que o doutor Oliveira Martins tem dado conta da real “importância” do país nas instâncias europeias? Tem reparado na “qualidade” e estatura política dos governantes que colocaram Portugal na posição em que está hoje? Acredita mesmo que estamos mais bem colocados na Europa do que tantos países que, sem Euro (alguns, mesmo sem UE), vivem melhor do que nós?
A menos que o estimado presidente do TC pertença ao número de portugueses convencidos de que o nosso "jeito" para organizar festanças, tais como campeonatos europeus de bola, expos, ou cimeiras disto e daquilo... nos tira da periferia e nos confere alguma espécie de relevância política. Digo eu...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Beijings e abraços


Estava eu completamente absorvido a tentar decifrar se este letreiro numa loja chinesa quererá dizer que mais algumas necessidades fisiológicas foram, entretanto, classificadas como pecados a carecer de absolvição... quando fui assaltado por algumas dúvidas:
1. Será que de futuro as contas da EDP poderão ser pagas nas lojas dos chineses?
2. A ser esse o caso, será que ficarão por menos de metade do preço?
3. Será que a "nova" administração da EDP passará a ser designada como a Maralha da China”?
Fico na espectativa.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A nova ordem económica


Em tempos que já lá vão há muito tempo, o meu ainda jovem organismo processou todo o “cristianismo” que conseguiu suportar... até chegar o dia em que a rejeição foi total e terminal. Daí que os problemas da chamada cristandade não me interpelem por aí além. Se somarmos a isso o facto de o cristianismo ser seguido por uma “esmagadora” minoria dos seres humanos, e desses, apenas uma parte ser católica apostólica romana, entende-se porque é que apenas dou atenção às tiradas de papas, cardeais e outros que tais, quando são particularmente irritantes, ou então “divertidas”, como é o caso de hoje.
Não tendo lido, pelas razões já apontadas, a entrevista de “sua eminência” de Lisboa, o senhor Policarpo, não posso deixar de imaginar o efeito, no Vaticano, da parangona que foi tirada da sua entrevista para os títulos dos jornais:
O cardeal patriarca de Lisboa deseja uma “nova ordem económica”.
Ainda bem que “sua santidade” o papa, o senhor Ratzinger, tem quem esmiúce por ele estas notícias vindas dos vários rebanhos espalhados pelo mundo... senão ainda arriscaria uma síncope ao ler os títulos.
Então não querem lá ver que o Policarpo está a ficar meio (t’arrenego, vá de retro!!!) comunista?!!!
Mas não, não é nada de cuidado. É apenas a mesma ladainha de sempre.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Espírito natalício


E ainda dizem que os portugueses estão a ficar sem espírito natalício! Há... e até demais! Senão vejamos:
Paulo Macedo, o alto funcionário da banca e seguradoras da área do negócio privado da saúde que, temporariamente, se aboletou com o cargo de ministro da Saúde, para melhor entregar o tutano do negócio aos seus patrões, teve a suprema lata de dizer que «gostaria que em 2012 todos os portugueses tivessem acesso a um Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal e com qualidade» (e pelos vistos, com Sport TV nas enfermarias)... e ninguém tomou a iniciativa de lhe “remodelar” a cara, que, diga-se em abono da verdade, só teria a ganhar com isso.
Como disse… há espírito natalício de sobra.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Quando um homem quiser...


Tinha razão o Ary... com aquela coisa de o natal ser quando um homem quiser. O amor não escolhe horas convenientes nem datas marcadas. A qualquer momento pode nascer a luz da libertação nos olhos de um oprimido. Sem aviso, qualquer criança pode resolver sorrir. Em qualquer lugar. Mesmo no meio de um holocausto...
Hoje é domingo, dia de música aqui na casa, portanto vamos a isto.
Não quero esquivar-me às músicas de natal, até porque gosto muito de uma carrada delas... mas apetece-me reouvir esta belíssima cantiga, parte da banda sonora do filme “A vida é bela”, onde no meio do terror, da barbárie e da morte, também pôde nascer uma luz e a esperança de redenção... mesmo que apenas à força de coragem disfarçada de fantasia, à força de amor, de um simples sorriso.
Como pormenor digno de registo, a canção é cantada pela coautora da letra, a cantora israelita Noa, logo, conterrânea do famoso Jesus, o menino judeu cujo nascimento hoje se festeja. No vídeo, aparece misturada com imagens do filme, povoado de pessoas que, embora não podendo ser os seus avós (de origem iemenita), poderiam muito bem ser os avós de muitos dos seus amigos... os avós judeus então massacrados pela monstruosidade do nazismo.
Bom domingo!
“A vida é bela” – Noa
(Nicola Piovani /Noa e Gil Dor)



sábado, 24 de dezembro de 2011

O avolumar da "crise"...


Nada na evolução da situação me desaconselha a repetição, hoje, de um poste de há uns anos... mesmo que, juntamente com a piada, siga um abraço e os votos do costume, para a esmagadora minoria de seres humanos cristãos, e, de entre esses, especialmente para os poucos que são convictamente crentes, seguidores do cristianismo e do espírito de Natal.
Era uma igreja tão pequenina, de uma aldeia tão desprovida de meios, que tiveram que fazer a Missa do Galo com caldos...
 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Os bandalhos tinham-se esquecido das férias!


Os bandalhos tinham-se esquecido das férias... mas alguém, da troika ou do ministério das finanças da Alemanha, encarregou-se de os lembrar com um telefonema, certamente curto e seco. A ordem recebida vai seguir o seu curso. Os bandalhos já estão a preparar mais uma medida a que a CGTP chama, e muito bem!, «monstruosa».
Atendendo a que, como o nosso amigo Arménio Carlos (também da CGTP) diz a propósito do (repetido até à náusea) problema de competitividade português, «se a questão do aumento do número de horas de trabalho estivesse ligada à produtividade, Portugal já tinha uma "competitividade” superior à da Alemanha», vemos que esse aumento de horas de trabalho e do corte de férias e dias feriados, nada tem que ver com ganhos de “produtividade”, tratando-se de puro e simples terrorismo social, numa tentativa de “quebrar a espinha” às lutas sindicais, entre todas as outras que igualmente hoje se impõem.
Em cima disto, leio a vergonhosa notícia que me dá conta das novas taxas “moderadoras”, que sobem para mais do dobro. Como se não bastasse, serão acrescidas dos pagamentos de praticamente tudo o que seja necessário fazer dentro do centro de saúde, ou hospital, nem que seja uma simples mudança de um penso. Estes aumentos foram anunciados pelo ministro da “saúde” com acompanhamento de “violinos”, propagandeando um grande alargamento do universo de doentes isentos desses pagamentos. O argumento demagógico quase que “pega” (pega tantas vezes!)... ficando por explicar a genialidade do cérebro que, no ministério, achou normal fazer entrar em vigor as novas taxas já em Janeiro, mas as tão anunciadas e caridosas novas isenções... apenas a partir de Abril.
Sendo o próprio ministro a admitir que a cobrança destas taxas “moderadoras”, mesmo depois do brutal aumento, equivalem a apenas cerca de 2% da despesa da Saúde, ficamos com a certeza de que este acto de violência sobre os doentes não se destina a financiar o Serviço Nacional de Saúde.
Assim, só pode ser, igualmente (tal como os cortes das férias, salários, feriados, subsídios de Natal e de férias, facilidades na “dispensa de colaboradores”, cortes nas indemnizações por despedimento, cortes no subsídio de desemprego, etc., etc...), mais uma demonstração gratuita de força e arrogância. Mais uma vez, terrorismo social.
Sempre contra os mesmos... sempre a mando dos mesmos.
Para nos demonstrar (se dúvidas houvesse) que os tão falados “governos de tecnocratas”, supostamente imunes às ideologias e à política em geral, apenas empenhados no rigor de gestão e nos equilíbrios orçamentais, são uma colossal fraude.
As suas opções ideológicas e políticas são claras como água! As suas opções económicas um crime que leva ao empobrecimento de milhões de seres humanos e ao enriquecimento de poucas centenas de amigos. Um crime que leva ao desastre... se não for travado a tempo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Guia de marcha


A NASA, com a preciosa ajuda da sua sonda Kepler, descobriu dois planetas (Kepler-20a e Kepler-20f), planetas que, apesar de um bocadinho fora de mão, têm dimensões semelhantes às da Terra, faltando apenas saber pormenores sobre as condições atmosféricas e climáticas locais.
Passos Coelho e o seu secretário de estado da juventude exultam! O seboso Paulo Rangel dá gritinhos de felicidade perante as radiosas perspectivas de trabalho para a sua mais recente invenção: a fantástica “Agência Nacional de Apoio à Emigração”.
Hossana! Hossana! A escoação de portugueses poderá estar praticamente garantida!!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bando de vigaristas!


A Caixa Geral de Depósitos, de cujo “Templo Principal” podemos ver aqui em cima uma imagem parcial, decidiu mudar as suas operações especializadas em maciça fuga aos impostos, lavagem de dinheiro e especulação financeira, entre outros crimes, para o obscuro paraíso fiscal da ilhas Caimão, uma espécie de “lupanar” para toda a sorte de gangsters e variados tipos de “investidores”, abandonando o offshore da Madeira, onde (eventualmente...) poderia haver alguns vestígios de taxação aos negócios escuros que por ali grassam.
É bom não esquecer que o “governo” que abre a porta do enriquecimento ilícito aos seus amigalhaços, desta forma obscena, facilitando uma das maiores fugas ao fisco de que haverá memória, é o mesmo que esmaga os trabalhadores com austeridade, mais austeridade, impostos, mais impostos, dificuldades, roubo de salários, desemprego, fome...
Tem razão quem diz, como eu digo, que isto é fascismo financeiro.
Têm razão todos aqueles que, como o PCP, querem ver muito bem explicada no Parlamento esta gigantesca falcatrua.
Para quem alimentasse dúvidas sobre o facto de estarmos ser governados por um bando de vigaristas, lacaios do grande capital sem pátria, dispostos a qualquer tipo de canalhice que lhes permita vender o país ao desbarato para encher os bolsos dos amigos e os seus próprios... a notícia sobre esta medida “radical” da Caixa Geral de Depósitos, o maior banco português e, ainda por cima, o banco do Estado, poderá não explicar só por si tudo aquilo que estamos e viremos a ter que suportar, mas é uma bela “sessão de esclarecimento” para ajudar muita gente a começar a entender.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pedro Passos Coelho – Cuidado, senhor doutor!


Excelentíssimo senhor doutor Pedro Passos Coelho.
Parece começar a tornar-se um hábito dos seus ajudantes e cúmplices - e agora de si próprio - mandar os portugueses emigrar. Ao que sei, desta vez toca aos professores serem mandados por vossa excelência, se não estou em erro, para Angola e para o Brasil.
Hoje não estou com disposição para grandes conversas, muito menos consigo... mas tenha cuidado, senhor doutor! Olhe que os portugueses podem começar a apanhar o jeito à coisa e decidirem igualmente mandar vossa excelência para esta ou aquela parte... e em termos que, embora não passando sempre se figuras de estilo, não deixarão, ainda assim, de ser tão desagradáveis quanto injustos para com a pobre da senhora sua mãezinha.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Numa rua de Alcântara *








Faz hoje anos. Foi a dezanove de Dezembro de 1961. A PIDE, mais uma vez, fez o que melhor sabia fazer: matou. Desta vez, foi o José Dias Coelho. Não há muito mais que eu possa dizer sobre Dias Coelho, sobre o miserável regime que o assassinou, ou sobre a força que impelia este nosso amigo (juntamente com tantos e tantos outros) a avançar, mesmo sabendo das ameaças e perigos reais que diariamente enfrentava.
O Zeca dedicou-lhe esta canção, que tenho o privilégio de já ter cantado, muito provavelmente, mais vezes do que o próprio autor. Nunca encontrei uma versão melhor do que a sua!
* Com um enorme abraço para o Sérgio Ribeiro (que talvez passe por aqui), pelas razões que ele e mais uns poucos bem sabem.
“A morte saiu à rua” – José Afonso
(José Afonso)



domingo, 18 de dezembro de 2011

Federico Garcia Lorca e Estrella Morente


Federico Garcia Lorca tinha “dedo” para as cantigas. Para além dos muitos poemas que escreveu, em que, como costumo dizer, parece que a música já vem incluída, tal a sua musicalidade e ritmo... chegou mesmo a compor, quase por brincadeira e ao piano (em que dava uns toques) algumas canções simples, ao gosto mais popular da época. É o caso da canção de hoje “Los quatro muleros”.
Ter cantado e gravado Lorca é uma “medalha” que fica sempre bem em qualquer “lapela”. Assim, das cantigas de Lorca é possível encontrar inúmeras versões de canções, incluindo estes “quatro muleros”, de que se pode ouvir interpretações que vão da grande cantora lírica Teresa Berganza, acompanhada pelo monstro da guitarra clássica Narciso Yepes, até ao jeito mais “jazzy” de Ana Belén... ou de Estrella Morente, a nossa cantora de hoje.
Estrella Morente e as suas interpretações escapam a qualquer classificação precisa. Pelo menos uma que eu seja capaz de produzir. As suas “versões”, seja do que for, são uma coisa muito sua, “flamenca” e inexplicável... de que se gosta muito, ou nada. Eu gosto!
Mas então, perguntam vocês, se a cantiga é do Lorca e a interpretação é da bela Estrella Morente... o que é que faz aqui em cima uma fotografia velha do Zeca Afonso, ainda com um ar jovem e em plena forma, acompanhado de um bando de guedelhudos? Simples. É que, para além dos três mais à esquerda, que não faço ideia de quem sejam, o Zeca está no palco com uma cantora da Catalunha, Marina Rossel, seguida (para o lado direito do público) do cantor galego Xico de Carinho (com quem ainda há pouco tempo cantei no Porto, exatamente numa homenagem ao Zeca), logo seguido de outro galego, o Bibiano, que se fartou de cantar (com o Zeca e com o Benedito) por cá e por lá... e, finalmente, por um ainda jovem cantor de flamenco, que foi responsável por uma verdadeira revolução nessa grande música, tanto em termos musicais como temáticos. Chamava-se Enrique Morente e era o pai da nossa cantora de serviço.
Sim, isto anda tudo ligado...
Bom domingo!
Los quatro muleros” – Estrella Morente
(Federico Garcia Lorca)



sábado, 17 de dezembro de 2011

Bairro do Aleixo – A perfeição técnica


Não tenho elementos que me permitam comentar com propriedade a história do Bairro do Aleixo, nem a solução encontrada para resolver os seus conhecidos problemas. Sei apenas que ficaria muito mais confortável se àquelas pessoas (se não a todas, pelo menos à maioria) tivesse sido proposto um afastamento temporário do seu bairro, onde alguns viviam há décadas, para ali serem construídas novas habitações, com outras condições de modernidade, salubridade e segurança, para onde regressariam, se assim o quisessem.
Nada disso! A “solução” do espesso cérebro de Rui Rio e da teia de interesses dos que o rodeiam, passa por colocar toda aquela gente o mais longe possível dali, para construir um condomínio de luxo, aproveitando a localização privilegiada do bairro sobre a linha de água do belíssimo rio Douro.
Nenhum dos moradores parecia saber qual o destino que lhes está reservado. Também não vi os jornalistas muito empenhados em o saber. Estavam mais interessados em empolar os “momentos de tensão” vividos entre alguns moradores e a polícia... embora nada tenham levado daí. Mesmo a própria polícia teve a inteligência de desvalorizar os “desacatos”. Provavelmente porque, pelo menos alguns dos seus elementos, conseguem imaginar a revolta genuína que habita alguns desses moradores. Ah... e, obviamente, toda a comunicação social ficou extasiada com a perfeição técnica da implosão da “torre 5”.
Como disse, não tenho elementos que me permitam comentar com propriedade a história do Bairro do Aleixo, nem a solução encontrada para resolver os seus conhecidos (e graves) problemas. Muitos menos para avaliar a tal “perfeição técnica” da destruição do bairro.
Seja como for, tenho imensa pena de que o tipo de sociedade que cria as condições para o aparecimento de todos “bairros do aleixo” deste país, com a sua criminalidade e insegurança, mais as vidas de chumbo de todos aqueles que, mesmo não contribuindo para essa criminalidade e insegurança, são apanhados neste cerco de miséria, injustiça e desprezo... não possa ser, com igual perfeição técnica, implodida em menos de dez segundos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

??? à americana?


Li no “Cravo de Abril” uma referência certeira a esta notícia. Nada de novo! Os cinco cidadão cubanos presos e condenados nos EUA a penas obscenas, por crimes inexistentes, acusados de terrorismo, exatamente aquilo que combatiam... viram, mais uma vez, um recurso ser recusado.
Provado que foi o facto de os “jornalistas” responsáveis pela campanha pública de ódio que ajudou a criar o clima para a condenação dos patriotas cubanos, terem sido pagos diretamente pelo governo para fazer esse trabalho sujo de distorção de factos e calúnia... os advogados de defesa acharam por bem recorrer das sentenças.
Nada feito! O governo do “democrata” Obama mandou dizer que não senhor, que o tribunal deve ignorar esses factos, já que em nada são ilegais, nem terão contribuído para o desfecho da farsa a que, hipocritamente, chamaram julgamento.
É por essas e por outras que fico gelado quando vejo a “nossa” ministra da Justiça fazer títulos de jornais (independentemente do texto que os acompanha), dizendo querer «uma justiça à americana».
A “justiça” que condenou estes patriotas e antiterroristas. A “justiça” da tortura institucionalizada de prisioneiros. A “justiça” de Guantánamo, Abu Grahib e das prisões secretas. A “justiça” das penas de prisão perpétua para crianças. A “justiça” da pena de morte.
É mesmo isto que quer, senhora ministra?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Bonito!




Esta noite, até pouco antes da hora a que este texto vai para o ar, estive acompanhado por um grupo de reformados e pensionistas da ARPI de Montemor-o-Novo e rodeado da tecnologia digital que permitiu registar uma bela mão cheia de cantigas que eles decidiram gravar. Daqui por algumas semanas estará tudo num CD.
Sobre a gravação não há grande coisa a dizer. São as cantigas populares de que eles gostam, cantadas, tocadas e gravadas como é possível. Pequenas capacidades técnicas, pequenas vozes... tudo resto foi em grande.
Podia ficar agora aqui alinhando estórias de vidas cheias de História. Do mapa de “moengas” que é todo este Concelho para cada uma destas pessoas. Cada herdade, cada leira de terra que bebeu o seu suor. Podia ficar a contar os desmandos que tiveram que suportar, sendo que aqueles que suportam agora não são menores do que os antigos. Da falta de respeito pela sua vida de trabalho, afronta que enfrentam com a incredulidade magoada de quem esperava que a vida lhes tivesse reservado um futuro um pouco mais próximo dos sonhos que acalentaram...
Podia... mas não vou! Se eles foram capazes de reservar uma noite para cantar para mim e para os gravadores, resultado de muitas e muitas tardes de ensaios de cantigas em coro, também eu devo ser capaz de achar que esta coisa bonita se sobrepõe (por hoje) à fealdade daquilo que nos rodeia.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Europa... e as velocidades


No mesmo dia em que a OCDE nos diz, friamente, que a taxa de desemprego sobe para 12,9% em Portugal, o genial Carlos Moedas, um dos ajudantes do Gaspar das Finanças, mais preocupado com o aspecto da coisa do que com a coisa em si, como seria de esperar... dele, ou de qualquer “madame” que visse o nome da sua casa de meninas caído nas bocas do mundo, diz que é preciso «melhorar a reputação de Portugal».
Defende o Moedas, que Portugal não está «no mesmo saco» de outros países do Sul...reforçando mais uma vez uma das mais acanalhadas características dos “líderes” desta crise colectiva, que é a assunção de que somos sempre, de alguma forma e por algum misterioso motivo, “superiores” a todos “os outros”. Com os quais não queremos misturas nem confusões... quanto mais solidariedades!
Por estas e outras é que já enoja a revelha conversa da “Europa que avança a várias velocidades”. Para que raio insistem estes dirigentes em falar de avanços a várias velocidades, se, na maior parte, que se veja, há já muitos anos que não engatam nenhuma “velocidade” que não seja a marcha-atrás?

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Soluções...


Enquanto a ministra da justiça mostra o (pouco) que vale, ao decidir resolver os problemas da dita justiça atirando para cima dos advogados a “culpa” de todos os males; enquanto o seu patrão confirma a canalhice de aumentar os horários de trabalho; enquanto se aumenta para mais do dobro o acesso à saúde a muitos milhares de portugueses... a menos que estes se apresentem em andrajos e de joelhos, apelando à caridade, ou morram, o que ainda será mais lucrativo para estes bandalhos... os verdadeiros destinatários de todo o dinheiro que os nossos “governantes” roubam aos portugueses mostram-se implacáveis, apesar dos sorrisos pepsodent dos dirigentes europeus.
Sei de uma coisa que acalmaria tanto “os mercados”, como os seus lacaios... uma solução que vai parecendo mais adequada a cada dia que passa, embora reconheça que é uma solução muito radical, perigosa, pouco dialogante e etecetera e tal...
Esgotemos então as outras vias disponíveis... mas as cordas demasiado esticadas são muito imprevisíveis.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

As viúvas


Nunca teremos chegado a entender o homem! O número e a intensidade do desgosto desesperado (e ridículo) das centenas de viúvas que José Sócrates deixou, mostra bem o poder dessa espécie de “magnetismo” com que o ex-primeiro-ministro encantou alguns milhares de seguidores.
Não! Não estou a fazer qualquer espécie de insinuação de cariz sexual sobre a figura do afastado político. Não o fiz antes, não iria começar agora. Era uma coisa idiota antes, não o seria menos agora.
Porém, se virmos a violência com que algumas dessas “viúvas inconsoláveis” ainda reagem a qualquer reparo que se faça a seu propósito (ainda nesta última vez levei com dois “comentários” de ódio, que publiquei... mais uns quinze que foram diretamente para o lixo, tal o nível de abjeção da linguagem), pressentimos que ali há qualquer coisa de “físico”, ou de “místico”.
De ideológico não é certamente, já que isso foi coisa que raramente terá habitado o esconso espaço vago que o atual estudante não sei de quê, numa universidade não sei das quantas (ah!... mas de Paris, que é coisa fina!), tem sobre os ombros e entre as orelhas.
Há que compreender a grande incomodidade de muita desta gente. Estão conscientes de que não podem fazer qualquer tipo de oposição a este governo miserável a que abriram o caminho com as políticas que impuseram ao país nos últimos seis anos. Não podem... a menos que tenham memória de “gupi”, ou uma falta de vergonha sem medida... ou que se chamem António José Seguro.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Sei que deve haver uma canção...


Sei que algures deve existir uma música que seria indicada para este domingo. Sei que entre os vários milhares de canções que tenho na estante dos discos, ou entre os milhões disponíveis na internet, há de haver uma letra adequada para fazer o retrato daquilo que penso sobre mais esta “Cimeira Histórica”.
Como quase todas as cimeiras “históricas”, também esta foi precedida de dias de propaganda histérica, a exigir uma pachorra estoica... e no fim, o costume.
Mais uma vez, uma destas reuniões de “líderes” termina com uma mão cheia de coisa nenhuma. Com o degradante espetáculo dado por dezenas de figurões que ninguém elegeu, acompanhados por alguns que, sendo eleitos, se comportam com a mesma pose de mercenários dos primeiros... atarefados em vender os interesses e soberanias dos seus povos e países à ganância dos especuladores batizados de “mercados”, e à gula de poder da Alemanha.
Mais uma vez, todos estes figurões terminam uma cimeira de traição e submissão, com um largo sorriso nos lábios, declarando-se muito satisfeitos, mostrando todos os dentes de uma forma insolente.
Mais uma vez, conseguem a proeza de manter os dentes intactos!
Como disse, sei que haverá uma canção que diga tudo isto melhor do que eu... mas os meus curtos contactos com a “net”, por estes dias, não me permite o tempo e a calma para a encontrar.
Estou certo de que todos vós têm em mente uma dessas canções possíveis. Cantem-na hoje por mim.
Bom domingo!

sábado, 10 de dezembro de 2011

José Sócrates – Imperdoável






Esta débil boutade de José Sócrates, o miserável incompetente que desgovernou o país durante seis anos, é o que é. Está ao nível de indigência política a que nos habituou. Queira ou não queira dizer aquilo que ele diz que não disse... ou o seu contrário.

Grave mesmo... é que permitiu a calhordas como Freitas do Amaral ou Paulo Portas (para apontar apenas dois) virem afivelar um ar de génios para a televisão, comentando o lamentável ex-primeiro-ministro e actual estudante não sei de quê.

Essa é que é imperdoável!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Manuel da Fonseca – Gostar... é fazer alguma coisa por isso!




Hoje, dia 9 de Dezembro, terá lugar mais uma sessão de cantigas e conversa à volta da grande figura de escritor e ser humano que foi Manuel da Fonseca. Em palco estaremos eu e o Cândido Mota (encarregado da conversa), acompanhados pelos meus músicos.
A coisa vai dar-se em Montemor-o-Novo, às 21:30, no auditório da Biblioteca Municipal. Curiosamente, Montemor é o primeiro lugar em que canto depois de ter deixado de habitar... em Montemor. Esta autarquia local foi uma das que quiseram acolher este projecto de espectáculo de canções e poesia.
Infelizmente, ainda apenas 5 “contratantes” se chegaram à frente, tendo sido já realizadas três sessões. Mesmo sabendo que toda a gente tem noção de que este é um espectáculo profissional, em que todos os participantes são pagos (já que este é o único trabalho que têm), logo, tornando-se evidente que sou parte interessada e estarei a puxar a brasa à minha sardinha (e à dos meus músicos e técnicos)... mesmo assim não me coíbo de desabafar convosco que é uma pena ser tão difícil fazer vingar projectos deste tipo e com esta temática e postura artística.
Infelizmente, apesar de serem muitas as pessoas que dizem ser uma grande pena não haver mais destes espectáculos, ser muito importante organizar mais destas sessões de música e poesia, pessoas que a bem dizer não passam sem as canções de intervenção, para quem as canções são parte da luta cultural, “Então e quando é que temos um trabalho novo?”, “Para quando uma vinda cá à nossa terra?”... depois é quase inexistente a tradução desse “grande interesse” em actos concretos.
Felizmente, ao que me dizem, a sessão de Montemor vai ser animada com a presença de muitos amigos do Manuel da Fonseca. Até lá!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Passos Coelho... e a abertura


Disse-me uma passagem rápida por um local com acesso à internet e aos jornais digitais que, pela voz de Pedro Passos Coelho, «Portugal leva para esta cimeira um espírito de grande abertura». Não duvido!
A ver pelas “posições” que Passos Coelho tem assumido em relação às ordens da sua “amazona” Angela Merkel, a única imagem que me ocorre ao pensar nesta espécie de primeiro-ministro é de facto de uma grande, de uma fantástica abertura... de pernasChamemos-lhe assim...

José Sócrates... e a infantilidade


Tal como no velho anúncio de brandy da grande Hermínia Silva, Sócrates anda lá por fora a fazer pela vidinha... e numa Universidade não sei das quantas, resolveu dizer que para pequenos países como Portugal, «pagar a dívida é uma ideia de criança». Entretanto, já começaram a aparecer as “explicações” desta tão vistosa frase, que afinal não era bem assim... como é costume.
Os economistas (e especialistas em geral) dir-nos-ão se esta coisa da “criancice” é uma boa classificação para o problema da dívida, abordado pelo ex-primeiro-ministro. Provavelmente... é.
Já para classificar a portentosa lata de José Sócrates para se atrever a tecer comentários deste tipo... como se não tivesse nada que ver com a dívida, ou qualquer espécie de autoridade moral para comentar os seus continuadores “laranjas”... confesso que me faltam as palavras! Também me acontece...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Campeões... da desigualdade


Diz-me o Correio da Manhã online (entre outros) que Portugal é o país mais desigual da Europa. Aquele em que o fosso que separa os muitos muito pobres dos poucos muito ricos é mais obsceno. Aquele em que a canalhice produz efeitos práticos mais visíveis... e as novas "taxas moderadoras" aí estão para o reforçar. Aquele em que o capitalismo nem se dá ao incómodo de disfarçar a selvajaria.
É uma vergonha que deveria fazer corar tanto aqueles que tudo têm feito para afastar Portugal dos ideais de Abril, como aqueles que, podendo fazer alguma coisa contra isso... pouco ou nada fizeram.
Como mera curiosidade, sou ainda informado que dos poucos países do mundo em que a situação de desigualdade é ainda mais criminosa, o Chile está em primeiro lugar. Pode não querer dizer nada. Pode haver uma tonelada de explicações económica e politicamente “doutas”... mas não deixa de ser interessante verificar que o estado da economia chilena actual é um produto dos cérebros dos famosos neoliberais que ficaram conhecidos como “Chicago boys”, os tais que foram oferecer o “milagre económico” ao assassino Pinochet, depois dos seus patrões em Washigton terem patrocinado o golpe militar que vitimouAllende e milhares de chilenos.
Finalmente, é igualmente interessante lembrar que estes “Chicago boys”, encabeçados pelo seu mestre Milton Friedman, são os ídolos económico/políticos dePassos Coelho e dos seus mais diretos cúmplices.
Isto explica muito do que nos está a acontecer!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

As almofadas


Confesso que o facto de ter acesso à internet apenas de vez em quando e por breves minutos, somado à confusão de uma mudança de casa e da quase total privação de televisão... tudo junto não é de todo o melhor cocktail de circunstâncias para ter uma ideia precisa daquilo que se passa.
Uma coisa, no entanto, é constante a cada passagem pela frente de um televisor, nalgum café, ou das “gordas” dos jornais: tanto o “opositor” Seguro, como o senhor dos Passos (de Coelho) não se calam com a existência, ou a ausência, ou mesmo a disposição daquilo a que chamam, obcessivamente... “almofadas”.
Isto é uma nova forma de governo e de oposição... ou andam mesmo a fazer-nos a cama?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Passos e o Europeu





Pedro Passos Coelho, que em vez de um político a exercer o cargo de primeiro-ministro de um pais soberano, mais parece um “gestor de massa falida” (sim, às vezes o Pacheco Pereira acerta) diz-se «sem medo de greves e disposto a todas as batalhas»... para “justificar” os consecutivos ataques aos trabalhadores.

Aquilo que, de momento, o traz verdadeiramente apreensivo (digo eu...) é o resultado do sorteio que colocou a Selecção Nacional no mesmo grupo da Alemanha, para a luta pelo próximo título europeu de futebol.

Compreende-se. Com que cara é que Passos Coelho vai andar a lamber os sapatos, ou mesmo o anafado rabiosque, a Angela Merkel... ao mesmo tempo que milhões de adeptos da Selecção portuguesa gritam desalmadamente contra os alemães?

Isto, quando até o futebol atrapalha, não é nada fácil!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Pete Seeger por Peter, Paul and Mary – Se eu tivesse um martelo...



Se eu tivesse um martelo...
Se eu tivesse um sino...
Se eu tivesse uma canção...
O martelo da justiça
O sino da liberdade
A canção do amor
entre os meus irmãos e irmãs
de toda a Terra

A nossa banda sonora para este Domingo é uma pérola escrita pelo grande Pete Seeger e por Lee Hays. É um hino de uma época em que muitas consciências se abriram para a vergonha da guerra, do racismo, da exploração... ainda que poucas se tenham mantido fieis a essa abertura e tomada de consciência.

A canção foi estreada em público, em 1949, cantada pelo próprio Pete Segeer e por Lee Hays, num jantar de apoio a vários dirigentes do Partido Comunista dos Estados Unidos que enfrentavam, em tribunal, acusações de tentativa de derrube do governo dos EUA (por lá, um eufemismo para acusação de traição).

Pete Seeger, fazendo de conta que já esqueceu o brutal boicote de que era vítima naquele tempo de chumbo que se vivia nos EUA nos anos 50, princípio dos anos 60, diz, no princípio do vídeo, que durante algum tempo, depois de escrever esta canção, esteve convencido de que ela não seria lá grande coisa... até que os “Peter, Paul and Mary a gravaram e ela “levantou voo”. E como levantou! A ajuda da popularidade do grupo entre as novas gerações foi preciosa e este If I had a hammer aqueceu muitos e muitos milhares de gargantas, um pouco por todo o mundo... e também a minha. Foram gravadas mãos-cheias de versões, em vários idiomas. Uma, até, por Victor Jara, com o nome de “El martillo”, versão que se pode ouvir AQUI.

Bom Domingo!

If I had a hammer” – Peter, Paul and Mary
(Pete Seeger/Lee Hays)