segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Muito obrigado, Eugénio de Andrade!


Todas as coisas têm um tempo de vida. Um ciclo natural. Apesar de esse ciclo e esse tempo poderem ser acelerados por qualquer factor involuntário... é assim.
Este blog não é diferente de tudo o resto!
Na verdade, a minha luta diária, luta que continuará (já não tenho “pachorra” para mudar!) naquilo que realmente conta e que é a minha verdadeira função, ou seja, a minha música, a possibilidade de a cantar ao vivo, de juntar pessoas à volta de um mesmo sonho por intermédio de uma canção cantada em coro, continuará. Continuará na relação directa com quem me rodeia, realmente... e não com aquilo que escreva ou deixe de escrever no mundo virtual.
Essa “relação” virtual com milhares de pessoas ao mesmo tempo, ficará reservada, por exemplo, ao “facebook”, onde tratarei de deixar, de vez em quando, um ou outro desabafo e uma ou outra opinião livre... mas mesmo aí, tentarei concentrar-me mais em temas que se liguem à minha profissão.
O blogue, este blogue, revelou-se um factor de distração que me ocupa tempo demais e que invade, como erva daninha, o terreno que deveria ser reservado à criação de projectos profissionais. Revelou-se ainda, apesar dos milhares de amigos e amigas que me leram, diariamente, uma fatalidade que me tem obrigado a manter contacto com uma espécie de seres a quem nunca dirigiria a palavra, gente cuja existência ou desaparecimento me são absolutamente indiferentes e que, ainda que eu poupe os leitores à abjecção das suas ideias e à porcaria da sua linguagem, não deixam por isso de, todos os dias, irem invadindo a minha privacidade com lixo, ameaças e mais lixo... e essa é uma espécie de pocilga em que recuso continuar a viver. O "convívio" involuntário com este "lúmpen fascista" e com a sua violência porca conspurca, suja, cria um clima de constante repulsa e irritação que não quero para mim! Deixar que os efeitos do contacto diário com esta "sub-espécie humana" acabe por prejudicar irremediavelmente a minha capacidade para me relacionar harmoniosamente com todos aqueles que amo e a disponibilidade para criar e fazer aquilo que realmente devo e quero fazer… é uma alegria que me recuso a dar-lhes!
Como em tudo na vida, há sempre uma coisa aparentemente insignificante que acaba por conseguir, num fatal safanão, partir o pequeno fio que liga uma pessoa a um qualquer sentimento. Neste caso, foi o advento de um “maduro” que não sei quanto tempo me irá perseguir para conseguir “aliviar-me” de umas centenas de euros que acha que lhe devo, por ter, em 2010, publicado uma fotografia que afirma ser sua, fotografia que encontrei na “net”, sem identificação alguma. Adiante!
Como disse, embora aparentemente insignificante, esta é a gota que entorna o copo onde estava guardada a pouca água que ainda alimentava este blogue.
Quem me quiser ler, terá sempre os esporádicos desabafos, ou anúncios de actividades profissionais, que divulgarei onde puder... nomeadamente, como disse, no “facebook”. Quem quiser um contacto mais directo, pode sempre juntar a vontade de me ouvir e as perguntas do tipo “para quando um espectáculo aqui na nossa terra?”... com a disponibilidade para, efectivamente, sair de casa quando esses espectáculos acontecem. E lá estaremos, de voz e braços abertos!
Para terminar com uma elevação que nunca conseguiria pelos meus próprios meios, socorro-me de um excerto, mais propriamente, das últimas palavras de um grande poema de Eugénio de Andrade, que dedico não aos amigos e amigas, dos quais obviamente não estou a despedir-me e a quem agradeço os bons momentos que por aqui passámos... mas a este blogue, que hoje acaba.
Não temos  nada para dar.
Dentro de ti
não  nada que me peça água.
passado é inútil como um trapo.
 te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa

domingo, 1 de dezembro de 2013

Paulo Branco, Woody Allen... e “cenas” típicas de “tugas”


Paulo Branco acerta umas... e erra, com estrondo, outras. Esta sua recente ideia, ao acreditar que os habituais admiradores de João César Monteiro achariam graça ao facto de ter como protagonista numa homenagem ao falecido realizador, um membro de um governo que saca o revólver quando lhe falam em cultura e que abomina tudo o que César Monteiro e o seu cinema representavam e representam... é um triste exemplo disso mesmo.
Paulo branco tentou ser actor de cinema. Desistiu. A ver por um pequeno excerto de um filme luso-francês que passava, um dia destes, no canal de televisão franco-alemão “ARTE”... ainda bem que tomou essa decisão. Resolveu passar a lidar com os dinheiros que estão por detrás dos filmes, a conseguir financiamentos, contratar realizadores, argumentistas, actrizes e actores, equipas técnicas, promotores, adquirir salas para exibição... e fez muito bem, pois é bom nisso!
Woody Allen... é Woody Allen!!! Sessenta anos de carreira, sendo a esmagadora maioria como realizador de filmes merecedores de vários óscares e que ficarão na História do cinema mundial. Para além dos livros...
Por qualquer razão que não captei, Paulo Branco decidiu dar um ar de “tuga” declarando de forma vistosa que “os filmes de Woody Allen são panfletos turísticos”. Tudo leva a crer que Paulo Branco resolveu terraplanar uma carreira de autor que começou no ano em que ele nasceu, dado que em 1950 já Woody Allen escrevia colunas em jornais, resolvendo afunilar a sua “crítica”, aludindo aos filmes que, mais recentemente, Allen realizou em cidades fora dos EUA, ou pela sua insistência “histórica” em filmar Nova Iorque.
Para “justificar” esta apreciação extemporânea pode ter acontecido uma de duas coisas:
1. Woody Allen deu uma nega ao produtor Paulo Branco para realizar... ou fazer qualquer coisa em Lisboa.
2. Paulo Branco decidiu fazer exercício físico e o seu personal trainer aconselhou-o a, sempre que possível... pôr-se “em bicos de pés”!

sábado, 30 de novembro de 2013

CTT – Quem eram aqueles polícias?


Vistas e revistas as imagens da brutalidade policial sobre os grevistas dos CTT e, por tabela, sobre o deputado do BE, do deputado Bruno Dias do PCP e do secretário geral da CGTP, Arménio Carlos... ouvidas e re-ouvidas as palavras - verdades como punhos - que o Arménio Carlos dirigiu aos agentes da polícia, olhos nos olhos, alto e bom som... confesso estar convencido de que aqueles polícias “apanharam” bem mais do que “deram”.
Ainda assim, fica sempre a dúvida: quantos deles estiveram nas escadarias do Parlamento... subindo, ou descendo, atacando, ou defendendo... e acabando a tirar sorridentes fotografias para mostrar aos amigos?
Quantos estavam, há apenas alguns dias, armados em contestatários e a reivindicar direitos que agora reprimiram com a acéfala brutalidade habitual?

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Política de imigração


O racista xenófobo é uma alimária da estirpe das bestas que, compreensivelmente, não gosta de estar na berlinda. O racista xenófobo compreende que quando atrai as atenções para si, pelas afirmações que faz... a esmagadora maioria dos seres humanos que os olham, sentem, principalmente... nojo. E, compreensivelmente... o racista xenófobo não gosta!
Por isso mesmo, o racista xenófobo que se sente na berlinda, fica acossado... e como qualquer besta acossada, ataca. Tenta morder, arranhar, quase se afoga na baba repelente que se vai soltando das presas por entre roncos de ódio.
Assim sendo, ao voltar, tão poucas horas depois, ao tema do racismo e da xenofobia, não pretendo atirar mais achas para a fogueira de sentimentos de alguns dos “nossos” geniais anónimos.
Não! A única coisa que pretendo com a publicação deste cartoon é demonstrar que sim!, é possível fazer humor (excelente humor!) com temas ligados ao racismo e à xenofobia. O meu contributo limitou-se a surripiar o cartoon ao Vítor Dias... fazer uma tradução livre do “americano” para português…  et voilá!!!

Estaleiros de Viana do Castelo – Mais um crime!



O senhor Aguiar Branco, figurinha que parece recortada de uma brochura da “Remax”, faz, por estes dias, de ministro da Defesa. É uma fraude! Não passa de um aldrabão!
O senhor Aguiar Branco, enquanto ministro não defende nada do que deveria defender. Enquanto putativo defensor dos interesses do país, não passa de uma pouca de merda! Capitula, todos os dias, perante interesses estrangeiros em desfavor dos nacionais. Perante interesses privados em desfavor dos públicos. Defende... mas apenas os crimes contra os trabalhadores e o país!
Já se percebeu que a cegueira em alienar, ou simplesmente desmantelar e destruir os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, apesar de estes estarem subaproveitados e terem encomendas por produzir, tal como gente capaz de o fazer... corresponde a um fanatismo ideológico que não tem qualquer explicação racional, muito menos económica.
Tudo isso já se percebeu, como disse. Outros terão muito melhores ferramentas do que eu para o comentar. A mim, resta a posição solidária com os trabalhadores... e com este seu mais do que legítimo desejo.
Agora o que é espantoso é ver a figurinha saída de uma brochura da “Remax” apresentar a desavergonhada “fronha” numa conferência de imprensa e, antes mesmo de informar os trabalhadores, dar a novidade do despedimento de mais de 600 seres humanos, congratulando-se com a negociata feita com uma empresa privada, que se “compromete” a entrevistar alguns dos trabalhadores que vão ser despedidos, para ocupar uma pequena parte dos 400 postos de trabalho que prometem criar em não sei quantos anos.
O que é espantoso é não ver nenhum jornalista obrigar o ministro a explicar o porquê do “congratulismo”, se o governo se prepara para gastar 30 milhões de euros com os despedimentos... quando a receita que obterá da concessão dos estaleiros a privados, nunca chegará nem perto dessa verba.
O que é espantoso, por fim, é não ter havido um jornalista que tenha perguntado ao inútil do ministro, em que raio de critérios “contabilísticos” é que se baseou, para, numas contas em que são despedidos mais de 600 trabalhadores dos quais, apenas alguns, hipoteticamente, serão posteriormente “entrevistados” para ocupar uma pequena percentagem (50? 100? 150?) dos tais 400 postos de trabalho que os novos patrões prometem criar, não se sabe bem quando... ter a suprema lata de se mostrar muito contente com a solução encontrada e os “novos 400 postos de trabalho criados”.
Quais novos 400 postos de trabalho?!!!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Agressão xenófoba disfarçada de piadola



Recebi na caixa de correio electrónico, já lá vão três ou quatro vezes, esta verdadeira agressão xenófoba e racista, disfarçada de anedota. Reza assim:
"Num incêndio, num velho prédio no centro de Paris, os bombeiros que acorreram ao sinistro descobriram que uma família de 5 argelinos que ocupavam o segundo andar tinha morrido. Uma família de 14 refugiados de um país da África sub-saariana, que habitava o terceiro piso... tinha igualmente perecido no fogo... mas que, o casal de franceses brancos do quarto andar tinha saído ileso.
Entre protestos de associações de direitos humanos sobre as condições de segurança do prédio, o comandante dos bombeiros esclareceu que o casal de franceses brancos só se tinha salvo... porque tinha ido trabalhar."
Genial, não é? Depois, imagino, muitos dos que recebem esta “anedota”, não só a partilham como a “explicam” aos amigos com a mesma dimensão cerebral:
Tás a ver, pá? Os pretos e os árabes morreram porque não fazem nada... porque não querem trabalhar... ...”
Há uns dias, como aqui dei notícia, desloquei-me a Paris em funções musicais. Percorri muitas ruas da cidade e, por duas vezes, os vastos “caminhos” do aeroporto de Orly... e rais ma parta se a grande maioria dos trabalhadores e trabalhadoras que vi, logo no aeroporto, tomando conta das bagagens, das limpezas, da segurança, das obras de remodelação do próprio aeroporto, dos trabalhadores que vi pela cidade conduzindo taxis e outros transportes de trabalho, dos trabalhadores e trabalhadoras que, enquanto passeámos, à noite, antes e depois do delicioso jantar de mexilhões, serviam às mesas, trabalhavam nas cozinhas dos restaurantes e “bistrots”, nos mercados de rua, lavavam as ruas, recolhiam lixo, punham a cidade a funcionar para mais um dia... não eram, como já disse, na grande maioria, argelinos, negros, imigrantes vários... trabalhando lado a lado com alguns “franceses brancos” e, sim, claro… também uma boa mão cheia de portugueses!!!
Devo ter andado só pelos lugares errados!!!

Afeganistão – A “democracy”


Ao abrir o agregador de notícias do computador, sou atingido, de chofre, por este título:
A pena de morta por apedrejamento voltaria assim a ser aplicada em casos de adultério... e ao contrário do que o texto da notícia diz, não se trata de um recuo de 12 anos, mas sim de um recuo até à “idade média”... ou mesmo aos nefandos costumes dos tempos bíblicos.
Concluo, entre muitas... duas coisas:
1. A designação de “ser humano”, ou “animal racional” é, por vezes, manifestamente exagerada e desprovida de sentido, quando falamos destas bestas.
2. A influência “benéfica” das invasões militares e em geral das “ajudas” norte-americanas, têm sempre grandes resultados nas novas definições sobre a posse de poços de petróleo, ou outras riquezas naturais... ou, nos casos de países que não possuem tais riquezas,  na abertura e garantia de segurança dos caminhos de passagem para os países vizinhos onde elas se encontram.
Já o mesmo não se pode dizer da sempre prometida abertura e consolidação de “caminhos” que levem à democracia e à liberdade!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ricas “borlas”!




Nos nossos "gloriosos e heróicos" tempos do “Canto Livre”, das actuações tendencialmente à borla, das viagens sabe-se lá como, das dormidas idem, dos palcos em cima de estrados feitos de qualquer coisa que parecesse aguentar e aparelhagens sonoras que atrapalhavam mais do que ajudavam... fomos um bando de jovens felizes que acreditaram – com razão!!! – que estavam a fazer o que era certo!
Todo o desprendimento económico e técnico que descrevi poderia fazer de nós “líricos”, militantes, comprometidos, militantes... mas não parvos!
E assim chegamos à recordação de um “colega” de profissão que, por esses dias, também dava as suas “borlas” e que, gozando do eterno estatuto de “amigo”, levava muitos membros das organizações, ainda que sem má intenção para connosco, a tratá-lo com muito maior atenção do que ao resto da maralha que, a bem dizer, era “da família”... e éramos mesmo!
O mais incómodo não eram as “atenções”. Na verdade, o problema é que o “amigo” cantava “de borla”, mas cobrava pelo som (de que era proprietário), pela participação dos músicos e do técnico de som, facto que levava a que mesmo nas poucas ocasiões em que até já ganhávamos alguma espécie de cachet, a “borla” do nosso “amigo” pudesse chegar a ser dez vezes o nosso cachet. Isso fez com que alguns de nós, meio a sério meio a brincar, disséssemos uma ou outra vez “Quem me dera ganhar a borla dele!”
Tudo isto me veio à memória ao ler a notícia sobre a “borla” que Vítor Gaspar, o nosso ex-ministro das Finanças, vai dar à União Europeia, como consultor não remunerado nomeado por Durão Barroso... enquanto já vai fazendo contas aos milhões que virão atrás desta “borla”, em contratos futuros, vindos de todos os lados, garantidos pela notoriedade conseguida com esta “tão generosa oferta”.

Tribunal Constitucional – Umas contas do tempo da velha 4ª classe...




O Tribunal Constitucional, infelizmente, não achou que um aumento da carga laboral dos funcionários do estado, de 35 para as 40 horas semanais – um aumento de mais de 14% - tivesse uma gravidade que justificasse o seu chumbo.
Fez mal! Na verdade, um aumento de horas de trabalho sem o equivalente aumento de vencimento mensal (assim numas contas feitas em cima do joelho)... é um roubo salarial “igual” ao aumento de horas de trabalho não remunerado. Vamos às contas!
Imaginemos um trabalhador que ganhe 1000 euros por mês, logo, mais coisa menos coisa... 250 por semana. Num horário de trabalho de 35 horas semanais, isso daria, em números redondos, uma média de 7 euros por hora. Aumentando o horário de trabalho para as 40 horas, o trabalhador deveria ser aumentado para 285 euros. Se o trabalhador devia receber 285 euros, mas recebe apenas os mesmos 250, isso constitui um roubo de 35 euros, ou seja, um roubo de 12, 280%.
Pergunto-me: se o governo tivesse, depois de todos os cortes anunciados e dos outros, entretanto, já cometidos, apresentado esta medida como aquilo que ela realmente é, um corte extra nos ordenados dos funcionários, um corte de mais de 12 por cento... será que o Tribunal Constitucional que encontrou tantas justificações para o não chumbo, continuaria a achar esta verdadeira "pulhice"... uma coisa minimamente tolerável?

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Iulia Timoshenko – Abra os olhos, minha senhora!!!

Iulia Timoshenko, a vistosa ex-governante ucraniana, dona de um ultra-reaccionarismo assinalável e de uma igualmente assinalável “panca” por tranças loiras (razão pela qual nunca terá andado pelo Chiado o dia inteiro, apregoando raminhos de violetas)... decidiu entrar em greve de fome para forçar o governo da Ucrânia a assinar um acordo com a União Europeia.
Alguém deveria informar Iulia Timoshenko, a vistosa ex-governante ucraniana, dona de um ultra-reaccionarismo assinalável e de uma igualmente assinalável “panca” por tranças loiras... que existem alguns milhões de cidadãos europeus (e outros) que passam fome, exactamente porque os seus governos caíram na esparrela de assinar acordos com a União Europeia!
No caso de Iulia Timoshenko, a vistosa ex-governante ucraniana, dona de um ultra-reaccionarismo assinalável e de uma igualmente assinalável “panca” por tranças loiras, não saber para onde começar a olhar... repare em Portugal!

Durão Barroso - Coisas de peixes...




Diz a lenda que os “carapaus de corrida” são aqueles que tendo, pela sua fraca qualidade, ficado para o fim na licitação da lota, obrigavam as vendedeiras de peixe a fazer verdadeiras corridas com as canastras à cabeça, para tentarem alcançar as suas concorrentes que tinham, bem antes, partido com os carapaus melhores ao encontro das freguesas.
Infelizmente, entre um ou outro tubarão, aquilo que nos tem tocado enquanto dirigentes governamentais, ao longo de muitos anos... é este peixe desqualificado.
Entretanto, o constitucionalista Jorge Miranda engrossou o batalhão de pessoas que se declaram chocadas com o facto de Durão Barroso, que traíu os seus correligionários em troca de um melhor emprego na Comissão Europeia... ter atacado o Tribunal Constitucional, culpando-o por futuros agravamentos na situação portuguesa, muito embora, com a “coragem” que se lhe conhece, tenha escondido a mão com que atirou a pedra.
Estes facínoras que nos governam (e têm governado) conseguem, por vezes, ser assombrosos! Devemos ser o único país do mundo em que membros do governo, em vez de defenderem os seus órgãos de soberania e a sua Constituição... andam pelo planeta fazendo queixinhas dessa mesma Constituição e pedindo desculpa pelos “entraves” que o texto constitucional e o Tribunal encarregado de o defender possam representar para os interesses da banca e especuladores internacionais.
Imagino que muitos governantes dos restantes países do mundo, defensores das suas identidades e interesses dos seus povos, ao verem o miserável espectáculo dado por estes “dirigentes” portugueses, pensem:
“mas que raio de escumalha é que tomou conta deste país?!”
Tivesse Durão Barroso a insana ousadia de atacar, ou criticar os tribunais constitucionais da Alemanha, ou da Inglaterra, ou da França, para só apontar estes três... e, estou seguro que, desconhecendo o seu parentesco com a família dos “chernes”, todos os responsáveis desses países o mandariam, no mesmo instante, para a “chaputa que o pariu”!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O meu 25 de Novembro


Com a idade são muitas as alterações que acontecem no corpo humano... a começar pelo cérebro. Perde-se a pachorra para muita coisa que antes se achava suportável. Diz-se com mais facilidade e menos “filtro” aquilo que vai na alma.
Felizmente, a mim, deu-me para ficar mais “radical” em relação às coisas que penso e defendo, mais teimoso em relação às opções estéticas que escolhi para a vida profissional ligada às canções, entre muitas outras coisas.
Esta “mudança” pode ser uma faca de dois gumes. Há quem admire... há quem odeie! Infelizmente, quem nos odeia tende a manifestar-se mais ruidosamente!
Pessoalmente, prefiro arcar com as críticas, ainda que sejam mais do que os aplausos, do que tentar reescrever o passado, dizendo, sei lá... ter sido sempre o maior admirador de Soares e assinalar o 25 de Novembro como o início da democracia em Portugal, passando uma esponja sobre o que se passou entre o dia 25 de Abril e esta data, ou execrando o chamado “PREC”... que agora parece ser um passado pouco recomendável para um "democrata moderno", uma nódoa inconveniente num bom currículo artístico.
Pessoalmente, prefiro continuar pensar e a dizer que o dia 25 de Novembro é o dia dos que traíram a Revolução de Abril! Dos que ficaram cá a preparar o caminho para o regresso daqueles que fugiram em Abril! Dos que por interesse pessoal (ou pura estupidez) abriram de par em par as portas para a desgraçada realidade que agora vivemos!

domingo, 24 de novembro de 2013

Vou-me embora prá cidade...


“Vou-me embora prá cidade
Já o campo me aborrece
Que eu lá na cidade tenho, que eu
Lá na cidade tenho, quem
Penas por mim padece”

Já um pouco farto de tanto bucolismo, “despedi-me das ovelhas, do meu cão, das casas velhas”... vendi as alfaias, vendi os animais, "fui colher uma romã"… e agora vendo a herdade. Tem um metro quadrado e muito boa localização.

sábado, 23 de novembro de 2013

Umas boas pauladas...


Depois do acumular de números desgraçados durante os anos de “crise”, com o desfilar trágico do verdadeiro “auto de fé” dos desempregados, vencimentos, pensões, direitos laborais, novos emigrantes, saúde e ensino públicos e tudo o mais que vai sendo queimado na fogueira da “inquisição” fascista do capitalismo selvagem... e se lhes somarmos os acontecimentos das últimas horas, seja na escadaria do Parlamento, seja mesmo na “conferência das esquerdas” promovida por Mário Soares... nada como vir esta besta dizer que “Portugal está no bom caminho”!
Diria que é uma peça de “humor negro” a merecer não aplausos, mas umas boas pauladas, dadas não pelo Vasco Lourenço... mas sim por quem as possa e queira, efectivamente, dar!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

John Kennedy – Não… os “elogios” fúnebres nem sempre me saem lá muito bem...


Ao contrário do que dizem alguns “jornalistas”, hoje não se comemora o assassinato de John Kennedy. Assinala-se o dia e o funesto acontecimento que então se deu. Há exactamente 50 anos.
Feita a introdução necessária, repito que nunca deixa de me espantar o fantástico branqueamento de que este Presidente dos EUA continua a beneficiar. Talvez pela juventude. Talvez por ficar bem nas fotografias e na televisão. Talvez pelo famoso “carisma”.
Os aspectos da vida pessoal e privada de Kennedy, por mais rascas, ou, dependendo das opiniões e gostos, glamorosos que sejam, não me interessam para rigorosamente nada! Logo, o que fica é o político, o homem público. E esse era um canalha!!!
Nada que ele viesse a fazer de bom para o mundo ou, sequer, para o seu país, poderia apagar na minha “História” o facto de um Presidente dos EUA, para abrir a sua presidência com um acontecimento “impactante”, não hesitar em planear (mal e porcamente!) a chacina de Fidel Castro e do seu povo que, ainda havia tão pouco tempo, se tinham libertado do jugo de uma ditadura porca, corrupta, vendida, comandada exactamente pelos EUA.
Para além de iniciar a sua “administração” com a tentativa de um acto assassino, provou que era igualmente um incompetente. Depois, quando os miseráveis exilados cubanos inimigos da Revolução (que foram enviados para Cuba como carne para canhão) necessitaram desesperadamente de ajuda, não só negou essa ajuda, como se multiplicou em declarações públicas, negando qualquer envolvimento no crime... mostrando o seu lado de cobarde.
Igualmente cobarde foi o seu envolvimento nas lutas pelos direitos civis dos negros. Por um lado, queria exibir – sobretudo para o exterior – uma imagem de modernidade. Por outro, não queria enfrentar, por puro calculismo friamente eleitoralista, os “democratas” do Sul, na sua maioria segregacionistas/racistas.
Sobre a estreita relação entre a sua eleição e os interesses da Máfia… que dizer?!
Sendo assim, os admiradores de John Kennedy que me “desculpem qualquer coisinha”... mas não contem comigo para os repetidos e fantasiosos panegíricos de que este vem sendo alvo desde o fatídico dia em que morreu!

Polícias – Como eu gostaria de acreditar!...


Como eu gostaria de acreditar que esta manifestação de forças policiais representa uma real mudança de atitude. Uma real tomada de consciência. O momento em que se toma, definitivamente, partido. Um passo sem retorno.
Como eu gostaria de acreditar que o cimo da escadaria não era o único objectivo, objectivo que tão depressa foi alcançado logo se diluiu em festejos e fotografias em grupo para o facebook e o instagram.
Como eu gostaria de acreditar que o próximo encontro destes elementos das forças policiais não será a carregar sobre um piquete de greve, ou a prender arbitrariamente jovens militantes que colem uns cartazes, ou a espancar estudantes ou manifestantes anti governo, ou a atirar a matar sobre um puto qualquer de um bairro “problemático” que, independentemente do que tenha feito ou deixado de fazer... sucumba ao mais do que justificado “instinto” e fuja deles a correr.
Como eu gostaria... mas como não consigo (ainda!), apesar de estes, hoje, terem dado um belo contributo para que um destes dias consiga, resta-me este desabafo ostensivamente contra a corrente… desabafo que reconheço ser "desmancha prazeres", facto que muito lamento e pelo qual "peço desculpa”!

É a vida!…

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Viva a cultura!




Morto que foi o Ministério da Cultura, não só por manifesta falta de interesse do governo pela “coisa”, como por uma evidente aversão ao que significa e aos “perigos” que representa para gente daquela estirpe... criou-se uma Secretaria de Estado da Cultura. Ora, o que acontece é que aquilo não passa de um micro-organismo dependente directamente do gabinete de Passos Coelho, o que impediria, se existisse uma ponta de vergonha, a inclusão da palavra “Cultura” no nome do dito organismo.
Posto isto, chegamos ao infeliz secretário do organismo em causa, muito escandalizado por alguém ter achado que a contratação de um assessor vindodirectamente do “berçário” do PSD era, vá lá... esquisita. Em defesa do jovem de 24 anos, direi que – embora nada o indique – o rapaz pode ser um génio que, com esta idade, já apreendeu a cultura portuguesa, popular e erudita, imaterial e edificada, em toda a sua globalidade...  adiante!
O que eu quero destacar neste meu “devaneio” é a frase com que o infeliz secretário de estado, Jorge Barreto Xavier, tentou defender-se das críticas:
Tem o senhor Xavier toda a minha solidariedade! Na verdade, se o homem não puder gerir os “recursos humanos”, que diabo é que lhe resta para gerir?!
Ou ninguém reparou que o orçamento de que dispõe a secretaria de estado do infeliz, para apoiar, divulgar, manter, financiar, restaurar, criar... enfim, tudo o que implica(ria) a relação do Estado com a Cultura... é, para o próximo ano, de 174 milhões de euros?
Para ser mais claro... apenas mais 4 milhões do que os orçamentos de dois clubes de futebol, neste ano. A saber, 170 milhões. 100 do Porto e 70 do Benfica. Fantástico, não é?


Viva a cultura!!!

Professores – Carne para canhão



Professor "bom" é aquele que não tem poder reivindicativo. Por ter um trabalho precário. Por poder ser “terminado” a qualquer momento. Por não ter os mesmos direitos que os que já têm vínculo. Por ganhar menos que esses... apesar de fazer o mesmo trabalho. Professor bom é aquele que, por tudo isto, pode nem chegar a sindicalizar-se e muito menos a ter uma vida política activa. Por desencanto, ou simplesmente por medo.
Tudo isto é imoral e ilegal... mas tem sido a “bíblia” de ministros e ministras da “educação” ao longo de vários anos e pertencentes a vários governos formados pelos partidos do “centrão” dos interesses. Nuno Crato é apenas o mais recente e como esta espécie de descaramento anti conquistas de Abril tem vindo em crescendo, é o mais fanático destruidor do ensino público que Abril trouxe.
Esta notícia, embora pela rama, dá conta dessa realidade e dos números envolvidos. Ainda assim, o que dá nas vistas na notícia é o facto de esta nossa realidade vergonhosa escandalizar a Comissão Europeia, que intima o governo português a, rapidamente, tomar medidas para repor a legalidade no sector.
É verdade! Quando é a própria Comissão Europeia – que “fuma do tabaco” que bem sabemos – a escandalizar-se com a situação... vemos bem a “qualidade” do lixo que temos tido como ministros e ministras da Educação, ao longo de tantos anos!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Prioridades...


“Quanto mais lêem as ovelhas... mais “negras” se tornam!”
É uma verdade! Uma verdade aparentemente simples... mas profundamente cruel para nós, se atentarmos na tragédia que representa esta notícia já com uns dias. Ou, para ser mais preciso... desgraçadamente, já com muitas, muitas, muitas décadas!!!

Venezuela – Poderes especiais...


A justificação prende-se com a necessidade destes poderes presidenciais acrescidos, que permitiriam uma mais eficaz luta contra a corrupção e a sabotagem económica que grandes grupos e empresas estão, dia a dia, a infligir à Venezuela e ao seu povo, apoiados por meios de comunicação privados que sempre foram violentamente hostis à chamada Revolução Bolivariana e… como não seria de estranhar, pela máquina de financiar contra-revoluções, sediada em Washington.
Hugo Chávez, enquanto a vida lho permitiu, resistiu a todas as investidas destes seus conterrâneos movidos pelo dinheiro e pela inspiração do “Império do Norte”, enfrentando os interesses oligárquicos e corruptos, tirando milhões de venezuelanos da miséria, trazendo milhões de cidadãos indígenas para a luz de uma vida digna.
Nicolas Maduro, como tem podido (não é Chávez quem quer!), vai tentando fazer o que acha melhor para o seu povo e, para já, procurando seguir as pisadas de Chávez.
Não sei se estes “poderes especiais” eram mesmo necessários... mas já que agora existem, espero que pelo menos um  desses “poderes” o impeça de continuar a ouvir a voz de Hugo Chávez através de passarinhos... a ver a cara de Hugo Chávez em paredes de túneis de minas… levando-o, pelo contrário, a concentrar-se no essencial.
Se há coisa de que a Venezuela e o povo venezuelanos não precisam, é de, para além dos ataques contínuos e implacáveis do grande capital selvagem... ainda serem gozados internacionalmente à custa destas esporádicas “madurezas” de Maduro!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Suécia/Portugal – A História também tem sentido de humor?





Daqui a umas horas joga-se o Suécia-Portugal entre selecções, com vista ao apuramento para uma viagem ao Campeonato do Mundo de Futebol que se realizará no Brasil.
E pronto! No que diz respeito a futebol é tudo o que sei sobre o jogo de hoje. Nem “quatros três três”, nem “losangos”, nem "pressão alta", nem “autocarros” frente à baliza... nada! Como já muita gente sabe, para se ficar “doente” da bola é preciso ser-se mordido pelo “bichinho” da dita ainda muito novo. Não fui! Na verdade, a indiferença é tal, que se ao mesmo tempo que está a passar na televisão uma daquelas partidas que toda a gente considere um grande jogo de futebol e num canal ao lado estiver a ser transmitida uma partida de “snooker” (e nem é preciso que esteja a jogar o Ronnie O'Sullivan)… fico a ver o jogo de snooker.
Sendo assim, perguntarão alguns de vós: por que dianho é que estás a falar do “Suécia-Portugal”? E perguntam com toda a razão! A verdade é que me pelo por uma boa ironia! E assim chegamos à verdadeira protagonista deste texto... e que não é, de todo, a Selecção Nacional de Futebol.
A Vera Guita é uma amiga, natural de Montemor-o-Novo. Filha de professores, Maria Emília e Vítor Guita, criadores de petiscos tão insuperáveis quanto inesquecíveis para todos o que têm o privilégio de pertencer ao seu círculo de amigos. Aluna brilhante. Cantora, desde a juventude, num dos melhores grupos corais amadores que conheço, o Coral de São Domingos. Curso superior de Filologia Germânica (chama-se assim?) tirado com excelência, a que juntou o gosto por mais uns tantos idiomas. Uma inteligência rápida, divertida, atraente. Trabalhadora. Capaz de cativar (como diria a raposa do Principezinho)... e manter amigos e amigas fieis. Professora com gosto de o ser.
Feita esta apresentação da Vera, diríamos que é uma jovem com lugar garantido em Montemor, ou pelo menos, no seu país. Errado! A Vera teve que pegar na trouxa e nas receitas de petiscos do seu Alentejo, mais a memória dos sons da nossa música... e rumar à Suécia, onde depois de dura batalha que já leva dois anos, encontrou o seu lugar de professora de várias línguas que não são a sua.
Então e onde está a ironia anunciada? A Vera é emigrante; e depois?! – perguntam novamente alguns de vós.
A ironia é que esta miúda que o Estado português chutou para fora (ai o futebol!) é que vai estar lá, no estádio sueco, mais logo, se tudo correr como previsto, cantando o Hino Nacional de Portugal antes de começar o jogo (ao que parece, tão importante) entre a Suécia e Portugal. E vai estar muito nervosa e de voz perigosamente embargada e com uma lágrima a querer fugir-lhe... mas linda, desde o alto da grande e admirável ironia do seu gesto!


Adenda:
Última hora!
O convite para a Vera cantar o Hino português foi-lhe feito pela Federação Sueca.
Esse acto da Federação Sueca, oferecendo a “prenda” do Hino cantado por uma portuguesa radicada na Suécia, era um gesto de simpatia para com Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol.
A federação Portuguesa rejeitou a oferta e não permite que a Vera cante o Hino Nacional. Deixando de lado as tricas que parece haver entre federações, alegam que a Federação sueca não os informou atempadamente… 
Lamentando esta maldade indigente que deixou a minha amiga (que já estava no local para ensaiar o som) no estado de espírito que facilmente se imagina, direi que o feio gesto “tuga” não altera nada do que antes tinha aqui escrito.
Nem sobre a Vera... nem sobre os lamentáveis grunhos e burgessos que dirigem o futebol profissional português... nem sobre o próprio futebol.
Que ganhe pois quem calhar… (o voto é secreto)!!!

João César da Neves – Uma coisa morta trazida pelo gato...


João César da Neves é um homem com imenso para dar! Dá aulas de economia, não poucas vezes dá uma imensa vontade de lhe “remodelar” o focinho e, sobretudo... dá opiniões!
Mais uma vez, num artigo de opinião (lá está!!!) no DN, e numa entrevista ao mesmo DN e à TSF, não deixou ficar mal todos aqueles que dele já só esperam o pior.
Entre pérolas como «aumentar o salário mínimo seria a pior forma de estragar a vida aos pobres», ou de ser «suicida e estúpido» baixar a idade da reforma, mais a lenga-lenga costumeira contra as greves e todos aqueles que ousam reivindicar melhores condições de vida, dá um verdadeiro espectáculo ao meter os pés pelas mãos num emaranhado de frases confusas (e nojentas) para tentar explicar uma ideia canalha sublimada nesta frase:
Atendendo à “superioridade” dos cursos ostentados pelo senhor das Neves, não me parece, dada a minha ignara condição, que tenha ferramentas para contestar as suas opiniões com a necessária "qualidade técnica".
Ainda assim, muitos anos a virar frangos e outros tantos de observação destes cromos saídos do mais bolorento salazarismo, permitem-me afirmar com grande confiança:
A maior parte dos neurónios do César da Neves, não são neurónios. 
São lixo! Esterco, estrume, dejectos, coisas mortas trazidas pelo gato, diria mesmo merda... sei lá...

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Paulo Portas – Não mudou nada!!!


Aproveitei o “recorte”... e acabei por esquecer de que publicação se tratava. Aí, pelo meio de um trabalho jornalístico sobre a vida do irrevogável Paulo Portas, vinha esta fotografia dele, em “formato” infantil, acompanhada de uma legenda mais ou menos microscópica, dizendo: 
“Com 5 anos, Paulo Portas já gostava de política: costumava imitar Marcelo Caetano”

Costumava?! E agora... faz o quê?!!!

Rui Tavares – Agora é ler o programa...


Nas últimas eleições europeias, o BE convidou Rui Tavares para ser um dos seus deputados. Rui Tavares, na primeira oportunidade e com um pretexto que não me interessa “bulhufas”, roeu a corda ao BE e ficou-lhes com o lugar de deputado, indo acoitar-se para outras bandas, lá, noutra família política com assento parlamentar.
Nenhum partido no seu estado normal de juízo voltará a convidar Rui Tavares para o que quer que seja. Solução... fundar um partido seu!
Deve ser essa a razão da pressa de ter o novo partido “votável” a tempo das próximas eleições europeias. A única forma de ter uma chance de continuar naquele posto particularmente bem remunerado... e sem obrigações de devolução de parte do chorudo ordenado (como acontece – voluntariamente – com outros).
Quer criar uma "esquerda nova". Quer ficar “no meio da esquerda”... e quer, sobretudo – o que acho muito bem! – existir.
Parece que o nome que está em cima da mesa para baptizar o nascituro é... “LIVRE”. É um bonito nome... embora fique a pensar se não serão devidos direitos de autor ao poeta Carlos Oliveira! Adiante...
Agora (e já que anda tudo com a “ciguêra” do futebol)... basta ler o programa, para se saber se aquilo é “livre” directo, se é “livre” indirecto... se anseia chegar a ser “penalty”... ou se começa já em off-side”.

domingo, 17 de novembro de 2013

A propósito de uma réstia de luz...


Aberta uma nesga da porta... um pequeno beijo de Sol iluminou, dentro do grande espaço escuro, a criança e o seu tractor de brinquedo. Fico a pensar:
Quantas janelas e portas será preciso voltar a abrir, para que o Sol beije todo o país e todas as crianças?
Quanto tempo esperaremos até ver o Sol aquecer milhares de braços de trabalho de jovens com os seus tractores (a sério) nos campos? Com os seus barcos de pesca (a sério) no mar? Com as suas ferramentas (a sério) nas fábricas? Com escolas a sério, saúde a sério, cultura a sério, liberdade a sério... com a sua vida a sério - e feliz - reconquistada?
Quanto tempo levará a reconstruir tudo o que esta quadrilha vem destruindo há tantos anos?

sábado, 16 de novembro de 2013

Rumo a Paris...


Álvaro Cunhal teve uma breve, mas intensa relação com Paris. Ou melhor, com alguns seres humanos que, nessa altura habitavam Paris, uma cidade em que se respirava a liberdade que em Portugal ainda não passava de um projecto dolorosamente trabalhado e incansavelmente sonhado... liberdade da qual, convenhamos, mesmo estando em Paris não podia desfrutar abertamente, já que os olhos e ouvidos da PIDE se encarregavam de vigiar de perto aqueles que tinham emigrado, fosse por razões políticas, fosse apenas para matar a fome.
Dessa “vida de Paris” de Cunhal, vida tão menos dourada do que a de outros conhecidos exilados, não posso falar, por assumida “incompetência” para o fazer. Outros amigos, nomeadamente os companheiros do outro blog onde estas letras serão também publicadas, têm certamente um mundo de estórias e História para partilhar sobre o tema.
Pela parte que me toca, folgo em saber que foi ali criado Le Cercle Álvaro Cunhal” que, entre outras iniciativas, promove um encontro de dois dias, a começar hoje mesmo e a acabar amanhã, Domingo 17, encontro/convívio onde se lembrará o exilado, o lutador anti-fascista, o político, o artista... o amigo comum.
Como podem ver no programa "afixado" aqui em cima, amanhã, Domingo, haverá um déjeuner convivial (gastronomie portugaise). Mesmo atendendo a que o Palais des Congrès de Nanterre fica um pouquinho fora de mão... como resistir a um almoço assim?
Lá estarei, se tudo correr de forma tecnicamente escorreita! Parece que a seguir também haverá umas canções…